Nem tudo são flores, corações, curtidas e sorrisos nas redes sociais. Com a proposta de conectar pessoas, plataformas como Facebook, Instagram e Twitter tem um lado oculto que muita gente não sabe ou quem sabe prefere ignorar a gravidade dos impactos causados a curto, médio e longo prazos no emocional de muitos usuários.

A máxima “se você não compra o produto, você é o produto” é a grande verdade escondida atrás das empresas que criam algoritmos para, literalmente, viciar o usuário e prolongar ao máximo o tempo de permanência nas timelines.

A introdução deste texto parece teoria da conspiração mas é exatamente o tema abordado no documentário de 1h34m de duração e censura de 12 anos. E o que valida e reforça o argumento da história dirigida pelo cineasta Jeff Orlowsk é a participação de pesos pesados do Vale do Silício e vários especialistas em tecnologia que revelam como as redes sociais estão reprogramando a civilização. Segundo eles, as redes sociais podem ter um impacto devastador sobre a democracia e a humanidade.

Ex-funcionários de empresas como Google, Facebook, Twitter, Instagram e Pinterest contam como os executivos dessas companhias não só sabem disso como manipulam os algoritmos para induzir comportamentos nas pessoas. Robôs estrategicamente desenhados para fazer recomendações personalizadas, usam os dados coletados para prever e influenciar comportamentos – e é esse poder que essas empresas oferecem ao mercado, e por isso dominam a publicidade de uma forma que nenhum outro veículo consegue sobreviver sem aderir a essas regras. 

“As pessoas acham que o Google é só uma ferramenta de busca, e que o Facebook é só onde vejo meus amigos. Mas elas não percebem que eles estão competindo pela sua atenção”, afirma Tristan Harris, um dos personagens principais do documentário, que trabalhou como especialista em Ética de Design no Google. Ele conta como percebeu esse potencial negativo das redes e tentou mudar o sistema por dentro, sem sucesso.

‘O Dilema das Redes’ tem provocado uma reflexão imediata em quem assiste ao mostrar com muita informações e dados como estas ferramentas foram construídas para manter o usuário constantemente “engajado” em busca da popularidade e aceitação no ambiente virtual. Como consequência dessa busca incansável e consequente frustração, o aumento dos índices de depressão e suicídio.

Pela popularidade que o documentário conquistou já em seus primeiros dias de estreia é quase certo afirmar que o filme veio como um tiro de canhão no atual modelo de negócios das redes sociais. Se isso vai causar ou não alguma transformação, é cedo para afirmar. O certo é que ao terminar de assistir você provavelmente vai querer dar um bom tempo do seu smartphone e curtir mais a vida lá fora.

Assista ao trailer: