Mulheres de Goiás: a goiana que disseminou a música clássica no mundo

Nascida na antiga capital de Goiás, Belkiss dedicou sua vida e paixão à música clássica

Julia Macedo
Por Julia Macedo
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Belkiss Spenciere Carneiro de Mendonça nasceu na Cidade de Goiás em 15 de fevereiro de 1928. Em aulas particulares de piano com tutoria de sua avó, Maria Angélica da Costa Brand, Belkiss começou o curso de Música pela Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil. Na turma do professor Paulino Chaves ela conseguiu concluir de forma majestosa o Curso de Piano. Pouco depois, participou de diferentes cursos com os professores Joseph Kliass, Camargo Guarnieri e Arnaldo Estrella para aprimoramento de suas práticas.

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Em 9 de novembro de 1970, formada como escritora, musicista e pianista, Belkiss ingressou na Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (AFLAG) como membro fundador. Na ocasião, Belkiss Spenciere participava da primeira revista da AFLAG, o Anuário 1970. Participou como cofundadora do Conservatório Goiano de Música, atual Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás. Entre os anos de 1956 e 1977 trabalhou como professora e diretora no Conservatório.

Ao receber seu título de Doutora em Música desenvolveu pesquisas sobre a Pedagogia do Piano. Ministrou diferentes cursos de Extensão sobre Técnica Pianística e o Curso de Especialização Novas bases da técnica pianística. O resultado de seus trabalhos surpreendeu muitos pesquisadores. Logo, Belkiss desenvolvia mais um grande feito para o estudo e desenvolvimento da Música no Brasil. Ela idealizou, promoveu e dirigiu cinco Concursos Nacionais de Música, com ampla repercussão nacional.

A goiana desenvolveu também projetos como cinco grandes Festivais de Música e dois de Festivais de Música e Artes Plásticas. Ao se tornar Presidente da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea promoveu o “Encontro Nacional de Compositores – Goiânia 97”, com a Fundação Jaime Câmara e Direção Artística do maestro Ricardo Tacuchian. Seus estudos e pesquisas foram difundidos através de workshops, gravações, master classes e palestras.

Belkiss esteve em diferentes pontos do território nacional. Suas apresentações como solista em orquestras renderam a ela convite para participar de recitais e turnês sob direção de maestros renomados. Aqueles trabalhos foram apresentados e reconhecidos internacionalmente. Logo, Belkiss gravava LPs e CDs. Por dez anos, a escritora que habitava nela escrevia crônicas semanais para o jornal O Popular.

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Todos os seus anos de trabalho em prol do desenvolvimento da música nacional lhe trouxeram medalhas como a Couto Magalhães, José Plácido de Castro Eleazar de Carvalho e Antônio Tavernard. Pouco depois recebeu troféus como o título Jaburu, Tiokô e Pelicano entre vários outros. Belkiss Spenciere foi a primeira presidente da Fundação Cultural de Goiás e pertenceu ao quadro do Conselho Estadual de Cultura onde também atuou como presidente. Honrosamente, foi membro da Academia Internacional de Música e da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea, como presidente.

Para visitas especiais ou em reuniões sociais na sala de sua casa, Belkiss Spenciere apresentava seu talento aos convidados em um piano Steinway de cauda inteira. O instrumento vistoso era considerado raro em Goiânia. Em seus últimos dias de vida, Belkiss viajou em turnê pela América do Norte e Europa. Falecida em 1987, a disseminadora da música clássica é lembrada como uma amante da música.

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Pauta desenvolvida pela estagiária de jornalismo Julia Macedo com a supervisão da jornalista Fernanda Cappellesso.