MEC pede que escolas toquem hino e leiam carta com slogan de Bolsonaro

O ministro da educação pede, ainda, que o momento seja filmado e o arquivo de vídeo, enviado ao governo.

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais
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“Prezados diretores, pedimos que, no primeiro dia de regresso às aulas, seja lida a carta que segue em anexo nesta mensagem, da autoria do ministro da Educação, professor Ricardo Vélez Rodríguez, para professores, alunos e demais funcionários da escola, com todos alinhados diante da bandeira do Brasil, e que seja executado o hino nacional”, diz o texto ao qual o jornal brasileiro teve acesso.

O comunicado, feito por ‘e-mail’, pede ainda que seja lida aos alunos uma carta do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que termina com o ‘slogan’ “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”.

A carta foi enviada para escolas públicas e particulares do país.

“Solicita-se, por último, que um representante da escola filme – pode ser com celular- partes da leitura da carta e da execução do hino nacional. E que, em seguida, envie o vídeo com os dados da escola”, diz a mensagem.

O diretor da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), Arthur Fonseca Filho, disse ao Estadão que este pedido é “ilegal” e que o Ministério da Educação “não tem competência” para fazer esse pedido às escolas. Fonseca Filho acrescentou que as escolas não têm autorização para filmar e enviar imagens dos seus alunos para o Governo.

O governo jutifica que o pedido “faz parte da política de incentivo à valorização dos símbolos nacionais”.

Na carta, Veléz escreve: “Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!”. O Slogan foi tema de campanha do então candidato à presidência, Jair Bolsonaro.

O MEC informou em nota que se trata de um “pedido de cumprimento voluntário” e que “a atividade faz parte da política de incentivo à valorização dos símbolos nacionais”.

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O comunicado que tem gerado polêmica.