Maria Fumaça fez história e foi determinante para o crescimento de Goiânia

Locomotiva era usada para transporte de cargas, auxiliando no período de desenvolvimento das ferrovias no Estado

Julia Macedo
Por Julia Macedo
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Em 1950, a estrada de ferro com 95 km de extensão, entre Leopoldo de Bulhões e Goiânia, recebeu a inauguração de uma Estação Ferroviária na capital. Pela antiga Estrada de Ferro Goyaz passaram trens de cargas e passageiros por quase 30 anos.

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No Centro de Goiânia, em um espaço amplo e com estrutura sinuosa, a Antiga Estação Ferroviária guarda a história de uma época em que Goiânia transpirava desenvolvimento. A plataforma de desembarque guarda a locomotiva a vapor n°11. Para os goianienses, a famosa “Maria Fumaça”.

Segundo o escritor Edmar César Alves, a Maria Fumaça é a primeira locomotiva a vapor da antiga Goiás. Através de seu livro, conta que durante o desenvolvimento das ferrovias, a máquina foi de extrema importância aos operadores, funcionando como cargueiro e transportando passageiros.

A Maria Fumaça funcionava em Goiandira, entre a Rede Mineira de Viação e a Estrada de Ferro Goyaz, sendo operada pelo maquinista ‘Barbosinha’. Conhecida por muitos como a locomotiva de número 11, ela também era chamada de Ritinha.

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Imagens: Instituto Biapó

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O apelido teria sido escolhido em razão de seu tamanho reduzido, que a levava a ser utilizada para executar manobras dentro dos pátios ferroviários.

Por volta de 1984, uma notícia alegava que a Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e a Prefeitura de Goiânia teriam selado um acordo de troca. A prefeitura ficaria com o terreno do pátio ferroviário no setor Central para a construção de uma nova estação rodoviária.

Já a RFFSA receberia um terreno mais espaçoso e fora da cidade, para a instalação de um pátio capaz de operar sob uma demanda mais árdua. Pouco depois, a ferrovia foi transferida para a estação de Senador Canedo, a cerca de 20km de distância da cidade. A Estação em Goiânia foi desativada em 1970.

O edifício da Antiga Estação foi tombado como patrimônio histórico cultural e adotou a Maria Fumaça como acervo de exposição. Desenhado sob estilo art déco, o prédio guarda em sua área interna principal um dos murais assinados pelo frei Nazareno Confaloni, de 1953.

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Imagens: Instituto Biapó

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Em 1985, o prédio passou por reformas internas para receber o extinto Restaurante do Centro de Cultura e Tradições Goianas. Em 1987, o Centro Estadual de Artesanato de Goiás passou a funcionar no local.

Hoje o local abriga a cooperativa dos artesãos de Goiás e a Banda Marcial da Prefeitura de Goiânia – Projeto Musicalidade. A última viagem para passageiros data de 1980. Mas alguns goianienses, como Alessander Palacios, narra terem viajado de Goiânia para cidades do interior em 1981.

No dia 10 de maio de 2019, a estação foi entregue pelo IPHAN e pela Prefeitura de Goiânia com restauração completa, e estrutura para abrigar diferentes órgãos governamentais.

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Imagens: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

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Imagens: Instituto Biapó

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