As agências espaciais CNSA da China e Roscosmos da Rússia assinaram um memorando de entenimento confirmando a construção e trabalho na futura estação de pesquisa International Scientific Lunar Station (ILRS) que irá ficar na superfície ou órbita Lunar. Ambos os países já haviam expressado o desejo de assinar o documento no mês passado, mas ainda não tinham datas para a oficialização do termo.

O acordo foi assinado de modo virtual por Zhang Kejin, diretor da CNSA, e Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos, é um marco de enorme importância deste que é o mais novo descobramento dos esforços da China para explorar a Lua sem o envolvimento de rivais, como a NASA – a agência espacial norte-americana –  é poribida de trabalhar com a China desde 2011 após lei aprovada pelo Congresso.

A assinatura do documento, feita pela China e Rússia (Imagem: Reprodução/Roscosmos)

Por mais que a Rússia seja parceira de tempos da NASA para o programa da Estação Espacial Internacional, o país não mostrou mais interesse em expandir aliançascom os EUA para os objetivos que envolvesse a Lua. Tempos depois a NASA fechou acordo com a Agência Espacia Européia, O Japão e o Canadá para trabalhar na futura estação Gateway, que irá também ficar na órbita lunar. A NASA perguntou à Rússia sobre seu interesse em integrar os trabalhos de construção da estação, o que não aconteceu. E daí a Rùssia voltou seu olhar a China.

Segundo a CNSA o novo acordo é favorável ao desenvolvimento em conjunto da estação espacial entre os dois países que vai exigir planejamento, demostração, desenvolvimento e implementação, além da operação de projetos de pesquisas científicas. A ideia da ILRS é ser um projeto de complexas instaçãoes focadas nas pesquisas experimentais, abringando diversos experimentos científicos, e poderá atuar a longo prazo sem que seja preciso tripulações a bordo.

Representação artística da ILRS na Lua (Imagem: Reprodução/CNSA/CLEP)

As duas agências espaciais esclarecem que o projeto será aberto a todos os parceiros internacionais e outros parceiros interessados. Os comunicados publicados também explicam que ambos os países vão aplicar a expertise que possuem na ciência espacial, pesquisa e desenvolvimento, além do uso das tecnologias espaciais, para criar o caminho da construção da estação. Por fim, a ILRS representa uma etapa expandida da exploração lunar chinesa: o país já lançou dois orbitadores, rovers e landers, além da missão Chang’e 5, que coletou amostras da Lua e as trouxe para a Terra. Posteriormente, as missões Chang’e 6, 7 e 8 irão ajudar a formar a base robótica para a ILRS. De qualquer forma, o início do trabalho será feito, principalmente, pela China e Rússia, com contribuições mais discretas de outros parceiros.

 

Foto Reprodução/CNSA/CLEP