Heróis da resistência: negócios em Goiás que continuam abertos há mais de 50 anos

O Curta Mais destaca hoje os negócios com atuação em Goiás que já fizeram bodas de ouro e ainda têm muito chão para rodar

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais
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Estudos apontam que 60% das empresas morrem antes de completar cinco anos no Brasil. Um cenário como esse é quase desanimador para quem deseja empreender em um país com tantos problemas sociais e uma política econômica que ainda se arrasta. Mas vamos parar de prosa triste, porque a missão do Curta Mais é contar histórias que inspiram, lembrar nomes que possam servir de exemplo para as próximas gerações com seu legado. 

 

Por isso, hoje, vamos destacar os negócios com atuação em Goiás que ultrapassam a marca dos 50 anos e mostram resiliência mesmo diante dos cenários mais controversos.   

 

São anos de luta, períodos políticos que passaram desde uma ditadura até a luta pelas diretas já, e  neste momento, um ano que entrega uma pandemia. Em meio a cenários diversos, empresários precisaram ser criativos para manter seus negócios e garantir o emprego de centenas de famílias e contribuir com a economia. Veja:  

 

Novo Mundo

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A história da Novo Mundo, por exemplo, se confunde com a de Goiás. A primeira loja foi levantada pelas mãos do empresário Luziano Martins Ribeiro em 1956. Em 2021 a varejista celebra nada mais,  nada menos, que 65 anos.  A primeira loja foi inaugurada na esquina da Rua 20 com a Avenida Anhanguera, no Centro de Goiânia e até hoje tem uma unidade lá.  

 

Durante essa jornada, as lojas se espalharam pelo País, marcando presença em Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Maranhão, Pará, Amazonas, Roraima, Mato Grosso, chegando à marca de quase 200 lojas ao redor do Brasil. 

 

Enquanto as lojas cresciam, os centros de distribuição foram modernizados com tecnologias de ponta e, assim, a Novo Mundo fortaleceu seus principais pilares estratégicos: entrega rápida, montagem eficiente e assistência técnica qualificada.

 

Um dos grandes cases da marca aconteceu durante a crise econômica de 2015, quando o País todo enfrentava grandes dificuldades, a varejista conseguiu bater a impressionante marca de 1 bilhão de vendas no ano. Agora, mesmo diante de um cenário de pandemia, modernizou ainda mais seu atendimento lançando a novomundo.com – uma reestruturação que sai do analógico para o digital em uma unificação de preços de loja e site.

 

Grupo Jaime Câmara

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O Grupo Jaime Câmara ostenta 86 anos de idade. É, com certeza, um orgulho para os Goianos por se tratar do maior grupo de comunicação do Estado. É proprietário da TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo e do jornal O Popular em Goiás. Sua atuação se estende também ao estado do Tocantins e ao todo possui 25 veículos: 11 emissoras de televisão, 6 emissoras de rádio, 3 jornais, 1 revista e 4 websites, incluindo o G1 e O Popular On-line. 

 

O grupo, antes Organização Jaime Câmara, foi fundado pelos sócios Jaime Câmara e Henrique Pinto Vieira, no ano de 1935, na cidade de Goiás. Logo no ano de 1937 se transferiu para nova capital, Goiânia, e em 1938 o grupo lançou o novo jornal impresso da capital, O Popular. 

 

Pneulândia

 

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Empresa goiana com mais de 70 anos que surgiu como uma  pequena borracharia das mãos do Sr. Sebastião Maldi. Hoje, essa mesma empresa é um dos maiores destaques no ramo de distribuição e varejo de pneumáticos no Centro-Oeste, representando grandes marcas e mantendo os valores que a fizeram crescer e se desenvolver. Ainda administrada pela família Maldi, a Pneulândia deixa seu legado de excelência para toda a região. É reconhecida por sua experiência, bom atendimento e está presente no Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins, atuando com 13 unidades, entre car centers e truck centers.

 

Irmãos Soares

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A empresa Irmãos foi fundada em 1967 em Goiânia, mas foi em 1966 que os irmãos Odilon José Soares e Elon José Soares adquiriram a Ferragista São Thomé em Goiânia e entraram para o ramo de material de construção.  

 

Hoje é uma das maiores redes de materiais de construção do Centro-Oeste, com várias lojas distribuídas no estado de Goiás e presente também em Minas Gerais, com quase um milhão de clientes, quase mil funcionários e mais de 10 mil itens em seu portfólio. 

 

Arroz Cristal

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A história do Arroz Cristal tem início em 1956, na cidade de Tesouro no estado Mato Grosso, mas foi em Goiás que a marca se consolidou. O empresário Walterdan Fernandes Madalena ajudava o pai na mercearia da família e era empreendedor desde os 12 anos de idade quando comprou sua primeira máquina de beneficiamento de arroz.

 

Em 1957, o pai de Walterdan resolveu mudar-se com a família para a capital goiana, passando a ter uma mercearia na antiga Vila Operária, hoje, Setor Centro-Oeste. Em 1964, Walterdan firmou parceria com seu irmão Walton. Mais a frente eles conseguiram comprar uma máquina com capacidade para limpar 4 sacos de 60kg/hora. Assim, estabeleceram a primeira cerealista, que se chamou “Cerealista Madalena”, localizada na Rua Ipameri, em Campinas.

 

Uma curiosidade interessante, é que foi em 1974 que a marca Cristal surgiu. O regime era a Ditadura Militar, que estabeleceu que a comercialização do produto só poderia ser realizada em pacotes, com os dados do fabricante e do produto impressos na embalagem. 

  

A capacidade atual de beneficiamento é de 600.000 fardos/mês de arroz. Com equipamentos de ponta e rigorosos padrões de qualidade, consolidando-se como referência nacional no ramo de beneficiamento de arroz.

 

Sebba e São Jorge
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A matéria prima desses nomes é literalmente construir sonhos. A história das duas empresas começou em julho de 1957 em Goiânia com o nome de Depósito de Madeira São Jorge, na Rua 55, entre as ruas 72 e 74, antigo Bairro Popular e tradicional de Goiânia, hoje Setor Central.

 

Fundada pelo Sr. Gilberto Antônio Sebba e administrada por um de seus irmãos que, no futuro, veio a ser seu sócio, Sr. Wanderley Sebba, a loja tinha cerca de 20m2.  

 

O depósito foi mudado para uma área bem maior, na Av. Goiás e ampliada em 1961 com a chegada de Judet Sebba e Antônio Sebba Filho. Em 1963, Edson Sebba e Sérgio Sebba também passaram a fazer parte da sociedade. 

 

Naquele momento, mudou-se o nome da empresa para Irmãos Sebba Ltda. Logo a empresa se tornou uma das madeireiras, com filiais em Goiânia e Brasília e precisou se expandir. 

 

Em 1976, a empresa, sinônimo de tradição no ramo de materiais de construção em Goiás, passa a ser denominada Sebba SA. Neste período, um dos mais promissores, conquistou a posição de segunda maior loja de materiais para construção do Brasil, com filiais no Mato Grosso, São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Pará, chegando a 27 lojas. 

 

Em 1987, houve uma cisão no grupo. Os irmãos Gilberto e Wanderley permaneceram na sociedade e a razão social passou a ser Madeireira São Jorge Ltda.  Já no final de 1998, houve uma grande reformulação da empresa, com ampliação do mix de produtos, mudança visual da marca e reposicionamento do negócio. Com o foco em materiais de acabamento, tornou-se São Jorge Shopping da Construção Ltda. Na reestruturação eles inovaram e seguiram tendências das grandes marcas internacionais. 

 

Ainda hoje as duas empresas, Sebba e São Jorge, representam a força do empreendedorismo goiano. 

 

Fujioka

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O Fujioka é um símbolo de tecnologia entre os goianos e faz parte da história de vida de cada um desde 1964, quando abriu a primeira loja na Capital. Localizada na esquina da Avenida 24 de Outubro com a Anhanguera, em Campinas, a pequena empresa trabalhava apenas com a simples fotografia para documentos 3X4. Atualmente a varejista tem 58 lojas espalhadas por Goiás e pelo Distrito Federal.  De acordo com uma matéria publicada pelo portal Empreender Goiás, o nome Foto Sakura foi usado até 1982, quando a empresa passou a se chamar Fujioka e deu início a uma expansão para o Distrito Federal e, em 2014 chegou  também a Uberlândia.

 

Katsume Fujioka foi funcionário da pequena Foto Sakura e foi um dos principais responsáveis por essa história de sucesso empresarial. Tinha apenas 14 anos de idade quando foi convidado a trabalhar na empresa e a aprender a arte de fotografar. Ele faleceu em 2019, mas deixou seu legado. Das suas falas mais conhecidas, dizia, sabiamente, que  “Mercado ruim representa uma oportunidade para que as empresas que têm o pé no chão cresçam”. Prova dessa verdade é que o Fujioka atravessa décadas. 

 

JC Distribuição

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A JC Distribuição é hoje uma das maiores empresas de distribuição e atacadista do País. São mais de 8 mil itens, 800 profissionais de vendas  em 7 estados. Mas essa história começou lá em 1964 com o sr. Jorge Costa, em Ceres, no interior de Goiás. 

 

Os pequeno armazém comercializava cereais produzidos na região, inclusive fazendo permuta de produtos com os clientes. Depois de prosperar em Ceres, a empresa abriu uma unidade com atendimento de balcão em Goiânia na década de 1990, e logo trouxe também a unidade administrativa para a Capital. 

 

Os centros de distribuição hoje são motivos de orgulho e a marca possui hoje, inclusive marcas próprias de seus produtos. 

 

Casa do Pica Pau

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A icônica loja de equipamentos agrícolas foi fundada em 1969, e figura entre as caçulas dessa lista de peso. Inicialmente, funcionou numa pequena sala na Av. Anhanguera no bairro Campinas com o nome Luíz Höl, criada para comercializar e prestar assistência técnica a motosserra. Com o tempo, a empresa passou a comercializar produtos destinados à agropecuária . Em 1980 construiu a bela sede própria na Av. Castelo Branco. Nessa época, com o desbravamento do sul do Estado do Pará e do Norte do Mato Grosso, a empresa abriu a filial de Redenção, no Pará, e a de Cuiabá, no Mato Grosso e uma filial em Anápolis,  especializada em produtos para irrigação. 

 

Com a experiência anterior, adquirida com a comercialização dos tratores Agrale, a empresa realizou em 1996, o seu mais ambicionado projeto ao obter a concessão para distribuição dos produtos e serviços da John Deere, de tratores, colheitadeiras, plantadeiras e peças de reposição.

Gostou da nossa curadoria? quem mais entraria nessa lista ?