Harry Potter que se cuide: Cientistas estão cada vez mais perto de criar capa da invisibilidade

Sem magia, cientistas estão desenvolvimento uma espécie de camuflagem óptica

Anna Júlia Steckelberg
Por Anna Júlia Steckelberg
df7072701d9f38bf710e551cae82832b

Sem magia envolvida, o Instituto Toyota de Pesquisa da América do Norte, estuda componentes ópticos padrão há 20 anos para criar o efeito invisível 

A camuflagem óptica é algo que possibilita a objetos que fiquem ocultos ou se tornem invisíveis quando a luz é direcionada ao redor de qualquer coisa colocada dentro de uma “capa”. Esse conceito se popularizou bastante graças à “capa da invisibilidade”, que é uma das “relíquias da morte” da série de livros de “Harry Potter”. Quem lembra?

Para os fãs da saga ou interessados em artigos fora do normal, saiba que uma tecnologia que permite que objetos sejam protegidos da vista pode virar realidade mais cedo ou mais tarde. 

Uma nova pesquisa, liderada por cientistas do Instituto Toyota de Pesquisa da América do Norte, nos Estados Unidos, têm examinado o desenvolvimento de uma “capa da invisibilidade”, que funcione em luz incoerente natural e possa usar componentes ópticos padrão, esse estudo já está em andamento há cerca de 20 anos.

Na vida real, uma capa de invisibilidade teria uma gama bastante ampla de aplicações, como a camuflagem de equipamentos de guerra, vigilância, remoção de pontos cegos em veículos e até mesmo espaçonaves e células solares, que podem se tornar mais eficientes.

Para isso, os pesquisadores da Toyota começaram a explorar se poderiam fazer a luz contornar os pilares de uma forma que os fizesse parecer transparentes. 

Avanços em metamateriais e complexos de engenharia de metais e dielétricos, para a manipulação de ondas eletromagnéticas, abriram uma possibilidade real de construir capas ópticas em torno de um objeto, fazendo com que a luz incidente o contornasse.

Contudo, o encobrimento óptico perfeito requer o espalhamento total de ondas eletromagnéticas ao redor de um objeto em todos os ângulos e polarizações possíveis em uma faixa ampla de frequência, independente do meio, algo que ainda não é tecnologicamente possível.

Para otimização do desenvolvimento das capas, os pesquisadores usaram inteligência artificial e machine learning para ajudar na resolução de certos desafios.

Essas ferramentas podem ser extremamente poderosas para prever e analisar respostas ópticas desses dispositivos ou detectores sem a necessidade de simulações demoradas e caras. Com isso, é possível aumentar a gama de dispositivos de invisibilidade inteligentes, que se adaptem a diferentes movimentos, formas e ambientes.