Goiânia recebe curso inédito voltado para tratamento de pacientes autistas

Nova turma já esta sendo formada

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais

Pensando nas dificuldades que pais de autistas podem enfrentar as neuropsicólogas Raquel Borges Magalhães e Glauce Karine Conti trouxeram para Goiânia o “Curso de Aprimoramento: Introdução aos princípios da Terapia ABA – Intervenção em pessoas com desenvolvimento atípico.” O ABA (Applied Behavior Analysis ou Análise do Comportamento Aplicada) é comprovadamente o mais promissor tratamento para indivíduos autistas.

A iniciativa para a realização do curso é resultado de pesquisas que apontam a capacitação dos pais como fundamental para o avanço nos tratamentos.  Segundo estatísticas 1 a cada 68 crianças vive no mundo do autismo. Levantamento realizado nos Estados Unidos com 180 crianças, com idade entre 3 e 7 anos, apontou que preparar os pais é fundamental para o desenvolvimento.

O curso tem oito módulos e o corpo docente conta com professores formados pela USP. A primeira turma já foi formada, mas uma segunda esta sendo formada. 

Serviço:

Curso de Aprimoramento: Introdução aos princípios da Terapia ABA

Informações para abertura da segunda turma: (62)8111-9013 ou [email protected] 

O ABA

O tratamento trabalha o ensino intensivo das habilidades necessárias para desenvolvimento da independência e uma melhor qualidade de vida. Entre os pontos mais trabalhados estão questões ligadas a comportamentos sociais como contato visual, comunicação, leitura, escrita e atividades diárias como higiene pessoal.

 

Saiba mais sobre o autismo: 

Dez coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse: 

1) Antes de tudo sou uma criança – O autismo é apenas um aspecto da minha personalidade. Me julgar apenas como autista é como julgar alguém como ‘gordo’ ou ‘feio’.  Isso não define ninguém, como o autismo não me define. 

2) Minhas percepções sensoriais estão desorganizadas – Todos os meus sentidos são aguçados. Eu escuto, sinto cheiros  e vejo tudo mais que você. Não é que eu não queira sair e interagir com as pessoas, mas lugares com muitas pessoas, barulhos ou cheiros deixa meu cérebro confuso e eu não consigo organizar tudo isso na minha cabeça.

3) Por favor, fale claramente comigo – Vocabulário pode ser um grande desafio para mim. Não é que eu não escute, eu só não consigo te entender. Em de falar muitas coisas fale claramente o que quer e diretamente comigo.  Use palavras fáceis.

4) Eu interpreto tudo literalmente – Você precisa dizer tudo com as palavras exatas. Quando você diz “Segura as pontas!” eu fico confuso. Diga “Espere até eu voltar”. Gírias, trocadilhos, nuanças, duplo-sentidos, inferências, metáforas, alusões e sarcasmos não fazem sentido para mim.

5) Seja paciente com meu vocabulário limitado – É difícil dizer o que estou sentindo quando eu não conheço as palavras corretamente. Fique atento a minha linguagem corporal, isolamento e agitação indicam que algo esta errado.

6) Como linguagem é muito difícil pra mim, eu me oriento pela minha visão – Se você me mostrar como fazer uma coisa eu vou entender melhor do que se você apenas falar.  E, por favor, se prepare para repetir varias vezes. Repetições me ajudam a aprender. Uma “agenda visual” é de grande ajuda ao longo do meu dia. Eu não perco a necessidade de algo assim quando ficar mais velho, mas meu “nível de representação” pode mudar.

7)Procure construir coisas a partir do que eu posso fazer – Procure pelas minhas virtudes e você vai encontrá-las. Existe muito mais do que só um jeito “certo” para fazer a maioria das coisas.

8) Me ajude nas interações sócias – Não é que eu não queira brincar, mas muitas vezes eu não sei como começar uma conversa. Você pode me ajudar encorajando outras crianças a me convidar para brincar. Eu posso ficar muito feliz com isso.

9) Tente identificar o que me deixa nervoso – Meus ataques, como chamam, são muito piores pra mim do que pra você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos ficou sobrecarregado. Se você descobrir e evitar o que provoca isso pode me ajudar muito.  Faça anotações sobre as situações, horários, pessoas e atividades. Pode surgir um padrão.

10) Me ame acima de tudo – Veja as minhas qualidade e me ajude com isso. Eu não escolhi ter autismo, mas se você me ajudar tudo pode ser muito melhor. Eu prometo a você, eu valho a pena. E por ultimo, três palavras: Paciência, paciência e paciência.  E eu tenho muitas qualidades. Já percebeu que eu não minto, trapaceio, zombo de meus colegas ou julgo as pessoas? E com a minha atenção aos detalhes posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh.

Fonte: Livro Ten Things Every Child with Autism Wishes You Knew (2005, Future Horizons)