Gatos ganham a preferência no coração de quem quer adotar um pet em Goiânia

nara Pim
Por nara Pim
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Nara Pim

 

A pandemia que nos impõe o distanciamento humano é a mesma que faz crescer o número de afagos em felinos dentro de casa. Estima-se que a opção pela silenciosa e divertida companhia de um gato aumentou cerca de 30% durante a quarentena, no Brasil, como aponta um levantamento feito pela Royal Canin.

 

Mas não é de hoje que os bichanos caíram no gosto dos brasileiros! O Instituto Pet Brasil (IPB) levantou que, entre 2013 e 2018, o número de gatos como animal de estimação aumentou 8,1%. No caso dos cães, a presença deles nos lares cresceu 3,8%, segundo a pesquisa.

 

Lojas especializadas em pets também refletem esse cenário. Há estabelecimentos com alas inteiras de itens para gatos e outros estabelecimentos criados exclusivamente para oferecer produtos e serviços para felinos. 

 

O médico veterinário Luís Eliam Pereira, da Vet Center, em Goiânia, confirma o aumento da quantidade de gatos como pet nos últimos anos — tanto que se especializou na área e só atende felinos. O profissional nota que a decisão de ter um bichano ficou mais evidente na pandemia. A exemplo do que aconteceu com a chef de cozinha Bruna Grazielly Ramos Xavier, que ganhou um desses peludos nesse período. Ela, que já tinha um gato adotado, conta que a chegada de outro alegrou muito a casa.

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Bruna Xavier com o gato Lucke, que adotou há três anos

Outra história que reflete a tendência gateira na pandemia e fora dela, é a da relações públicas com formação em auxiliar veterinário, Cristiane Rocha. Ela é protetora independente de animais e observa que o que mais acontece é a adoção clássica, que é quando o gato acha você ou você o encontra abandonado, com fome, machucado ou doente, resolve resgatar da rua, levar ao veterinário e depois para casa. 

 

Na sua rotina de ajudar os bichanos a encontrar seus donos, ela encontrou também uma outra ocupação, a de Cat Sitter, ou babá de gato. Ela atende em domicílio quando o dono precisa se ausentar ou está em viagem. Cada visita dura uma hora, tempo em que cuida da rotina do gato, da limpeza da caixa, repõe ração e água, faz a limpeza de olhos e orelhas do animal, escova o pelo e brinca com ele. 

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Cristiane Rocha com um de seus quatro gatos

 

Com sua experiência, ela percebe esse aumento no interesse por felinos, que ela atribui ao estilo de vida moderno, que tem muito em comum com o dos bichanos. Ela explica que o animal se adapta bem à rotina no apartamento, não pede passeio nem tanta atenção e é excelente como companhia. “Tudo caminha para que, em um futuro próximo, o gato assuma o primeiro lugar no pódio de adoções no Brasil”, conjectura.

 

Para quem deseja adotar, um jeito bacana é com a ajuda de grupos de protetores de animais, já que os eventos presenciais realizados com esse objetivo estão suspensos, ou em lojas de pets que disponibilizam gatos castrados, vacinados e com boa situação de saúde para adoção.

 

Entretanto, Cristiane vê com preocupação as adoções por impulso. Ela teme que, quando a pandemia passar, os adotantes que não refletiram o suficiente sobre a decisão possam abrir mão do gato, ou seja, devolver ou abandonar, já que o gesto pede amor e o compromisso de cuidar deste novo integrante da família.

 

Gato na pele

A tatuadora Paula Dame elevou o amor por felinos a outro patamar. Do hábito de cuidar de gatinhos sem lar na infância, ao resgate e adoção na vida adulta, ela, atualmente, tem doze gatos e incontáveis desses animais desenhados nos braços. “Sou conhecida como Paula, dama dos gatos, envolvida com a causa animal”, apresenta-se.

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Paula Dame com gatinho para adoção durante o evento Meow Tattoo, antes da pandemia

 

Paula é criadora do evento de apoio financeiro a abrigos de animais abandonados Meow Tattoo, que está na 21ª edição e acontece nesta quinta-feira, às 20 horas, na modalidade on-line. “A cada edição ajudamos dois abrigos. São onze tatuadores participando, agora. Os interessados têm até o dia 6 de junho para escolher desenhos que vão de 150 reais a R$ 1,5 mil e agendar a tatuagem”, explica. 

 

Informações: https://www.instagram.com/meow.tattoo/

 

Quem pode e onde adotar

. Quem tem a partir de 18 anos de idade

. Quem dispõe de apartamento com tela nas janelas ou casa sem acesso à rua ou rota de fuga

. Quem pode arcar com a responsabilidade e o compromisso de criar o animal até o fim da vida dele. Isso significa oferecer água, ração de boa qualidade, segurança, bem-estar, cuidados veterinários, tempo para interagir com ele

. Quem já conversou com a família e sabe que todos estão de acordo com a adoção do gato

. Quem tem paciência para introduzir o gato de forma gradativa, quando já existe outro animal na casa 

. Famílias com crianças podem adotar, mas é importante ensinar a elas a respeitar o jeito de ser do gato. Muitos não gostam de afagos nem de abraços

 

Sugestões de abrigos e protetores:

 

Grupos no facebook

 

Goiânia

Felinolândia — Ajuda e Doação de Gatos: https://www.facebook.com/groups/felinolandia/?ref=share

 

Anápolis

Doação e Adoção de Cães e Gatos:

https://www.facebook.com/groups/1001196299891826/?ref=share

 

Trindade

Adoção de Animais: https://www.facebook.com/groups/441424030570386/?ref=share

 

Página no facebook

 

Jataí

https://www.facebook.com/adoteanimaisjataiong/?ti=as

No instagram

 

Goiânia

 

Abrigo de Animais Santuário:

https://instagram.com/abrigo_de_animais_santuario

 

Gatil Maryloo:

https://www.instagram.com/gatil_maryloo/

 

Michelle (stories)

https://www.instagram.com/esteticista_michelle/

 

Grupo Miau Auau:

https://www.instagram.com/grupomiauauau/

 

Patinhas de Anjos:

https://www.instagram.com/patinhasdeanjos/

 

Me Adota Gyn:

https://www.instagram.com/meadotagyn/

 

Adote Petz

https://www.adotepetz.com.br/

Senador Canedo

 

Projeto Vida

 

https://www.instagram.com/projeto_vida_/

 

Gato é assim

. Metódico, gosta de rotina estruturada e recursos como tocas, arranhadores, nichos e prateleiras altas para simular o ambiente natural

. Pede escovação do pelo três vezes por semana e brincadeiras diárias

. Não gosta de cheiro de aromatizantes, perfumes ou essências no ambiente

. Autolimpante. Dorme cerca de 16 horas por dia e dedica um terço do tempo acordado à autolimpeza. Dispensa banho com água e xampu, a não ser que esteja muito sujo ou exista indicação veterinária de banho medicinal

. Come aproximadamente três quilos de ração seca por mês. O ideal é oferecer ração premium ou superpremium, rica em proteína, e um sachê por dia de alimento úmido. Precisa de um pacote de areia por mês. Custo médio mensal: 150 reais

. Despesas variáveis: brinquedos, enriquecimento ambiental, cat sitter, veterinário, medicamentos, vacinas, cirurgias. Dica: faça uma poupança ou reserva de emergência para pets

. O principal motivo de abandono quase sempre se dá por problemas de comportamento decorrentes da falta de rotina estruturada e recursos para enriquecer o ambiente. A tendência, nesses casos, é o gato destruir móveis, miar excessivamente, apresentar agressividade, eliminar xixi e cocô fora da caixa

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. Se quiser um gato carinhoso, adote o animal com idade entre 45 e 60 dias. Pegue-o no colo e dê carinho, mas, se ele tiver passado por experiência de maus tratos, pode se tornar um animal adulto medroso ou que não gosta de socializar. Outra opção é adotar um gato adulto com essa característica

. Gata ou gato castrado tem comportamento parecido

. Na hora de adotar, avalie escolher um gato adulto ou especial, cego ou com problema de locomoção, por exemplo

. A maioria dos gatos para adoção é mestiça, sem raça definida. Feita a rigorosa triagem do candidato, são entregues castrados, vacinados e em bom estado de saúde

. O principal pilar do bem estar felino é a segurança para manter a integridade física desse animal curioso e com instinto de caça aguçado. Gato pede criação indoor e não solto para dar voltinhas ou com risco de fuga, atropelamento, maus tratos, envenenamento, mordida de cachorro, adoecimento

. Bem cuidado, um gato pode viver 20 anos

 

Fontes: Cristiane Rocha, auxiliar veterinário e babá de gatos; Luís Eliam Pereira, médico veterinário especialista em felinos

 

Fotos: acervos pessoais; Nara Pim