Exposição de artista goiano é destaque na imprensa internacional

Para os norte-americanos, exposição ''Garimpo: o carvão e o ouro'' de Siron Franco é de ''cair o queixo''

Thaís Muniz
Por Thaís Muniz
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A exposição “Garimpo: o carvão e o ouro” do artista goiano Siron Franco, atualmente em exibição na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da Universidade de São Paulo (USP), tem recebido elogios da renomada revista norte-americana ‘’Newcity Chicago’’, que a descreve como “de cair o queixo”.

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Exposição “Garimpo, o Carvão e o Ouro” de Siron Franco (Foto: divulgação)

Abordando a questão da preservação do meio ambiente, a exposição traz uma instalação que dialoga diretamente com os eventos divulgados no início deste ano sobre a invasão ilegal da terra indígena Yanomani, em Roraima, e sobre a destruição dos recursos naturais e dos meios de sobrevivência do povo nativo, configurando uma série de crimes contra o grupo, incluindo o estupro e o assassínio.

Dentre as peças, a Newcity Chicago destaca a instalação Carvão e Ouro. “É um campo retangular de troncos de árvores negros como carvão, queimados até ficarem tão crocantes que eu poderia jurar que ainda sentia o cheiro da fumaça, com riachos de ouro acentuando o campo preto como joias finas em um exuberante vestido de noite de ébano. De perto, esses rios estão cheios do que parecem ser árvores caídas e transformadas em ouro. É uma daquelas obras que te deixa de queixo caído quando você passa pelas paredes externas da biblioteca e encontra essa beleza do desespero preenchendo um grande pátio”, escreveu Brian Hieggelke, produtor cinematográfico e crítico que assina a matéria da revista. 

Ele completa comentando que alguns espelhos inseridos na obra – cujo tema é a destruição da Amazônia e o capitalismo nu que se derrama em seus poros mortos – “não deixam dúvidas de quem é o culpado por tudo isso. Contrabalançando a impressionante arquitetura modernista de concreto, é uma vista de tirar o fôlego.”

Ao longo do texto, o crítico ainda exalta a escultura Ponte Vertical: Braços e Mãos, na qual Siron sobe do nível inferior por alguns andares até o teto do prédio. Brian descreve que o movimento se assemelha ao de uma “árvore ainda vibrante”. “Vibrante, isto é, até você notar sua qualidade esquelética, composta de membros humanos pretos e brancos – braços e mãos de manequim, na verdade – significando as tendências autodestrutivas de nossa espécie. Os braços “decepados”, normalmente invisíveis ao público quando um manequim é montado, têm acabamento em ouro”, analisa Hieggelke.

A curadoria da exposição Garimpo, o carvão e o ouro é do professor do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) Luiz Armando Bagolin e do pesquisador Fabrício Reiner. A exposição de Siron Franco em São Paulo, segue aberta até o dia 3 de Novembro.

Carreira

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Siron Franco no salão principal da Cerrado Galeria, Goiânia, 2023 (Foto: Markus Avaloni)

A carreira de Siron Franco, que é natural de Goiás, é marcada por uma expressiva diversidade de estilos e técnicas ao longo dos anos. Ele é conhecido por seu compromisso com a arte contemporânea e sua constante busca por inovação. Além disso, suas obras frequentemente abordam questões sociais, políticas e ambientais.

Alguns dos temas recorrentes em sua obra incluem a preservação do meio ambiente, questões indígenas e a crítica social. Siron Franco também é notável por sua capacidade de trabalhar com diferentes materiais, como madeira, ferro, argila e até mesmo resíduos industriais.

Sua arte é caracterizada por sua profundidade conceitual, e ele usa uma variedade de técnicas, incluindo pintura, escultura e instalação, para transmitir suas mensagens. Siron Franco tem participado de diversas exposições tanto no Brasil quanto no exterior, consolidando sua reputação como um dos artistas contemporâneos mais respeitados.

Seu trabalho também é parte integrante do acervo de importantes museus e galerias de arte ao redor do mundo, contribuindo para a disseminação da arte brasileira para além das fronteiras do país.

Dono de uma técnica impecável dá uma atmosfera dramática a seus quadros com a utilização de tons escuros, cinza e marron. Com mais de 3.000 peças criadas, além de instalações e interferências, teve sua obra representada em mais de uma centena de coletivas em todo o mundo, incluindo os mais importantes salões e bienais.

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Obra Histórica de Siron Franco (Foto: Secretaria da Retomada)

 

 

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