Estudo faz levantamento histórico da arquitetura residencial de Goiânia

A cidade foi projetada pelo urbanista Attilio Corrêa Lima e pelo engenheiro Augusto de Godoy

Julia Macedo
Por Julia Macedo
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O Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan-GO), vinculado ao Ministério da Cultura, lançou no dia 20 de janeiro o livro “Arquitetura Residencial em Goiânia – Décadas de 1930 a 1970”. A obra é resultado de estudo realizado por pesquisadores, arquitetos, geógrafos e acadêmicos, visando catalogar as linguagens arquitetônicas presentes nos residenciais goianos.

Allyson Cabral, superintendente do Iphan-GO, explica que o lançamento do livro foi possível por meio da parceria entre o Instituto e a Universidade Federal de Goiás (UFG). A coordenadora da pesquisa pela UFG, Eline Mora, pontua que a identificação desse patrimônio é o enfoque do inventário. “A modo de contribuir para futuros estudos e intervenções em prol de sua preservação e valorização”, afirma.

Durante os dois anos de estudo, entre 2015 e 2016, foram identificadas 339 residências, dentre elas 25 conjuntos que variam quanto ao estado de conservação, nos setores Central e Sul.

 “Trata-se de informações que podem fomentar e contribuir com políticas públicas ou estratégias de preservação atreladas aos tombamentos já existentes, especialmente quando em parceria com o poder público municipal”, explica Dafne Marques de Mendonça, coordenadora da pesquisa pelo Iphan-GO.

Goiânia foi planejada pelo político Pedro Ludovico Teixeira, natural de Goiás e construída para ser a capital do estado. A cidade foi projetada pelo urbanista Attilio Corrêa Lima e pelo engenheiro Augusto de Godoy, sendo conhecida pelo tombamento do Conjunto Arquitetônico Art Déco e Urbanístico.

Art Déco é um estilo artístico que surgiu na Europa nos anos 20 com destaque em suas características formas geométricas, em união ao uso de ornamentos e design abstrato.

 

Pesquisa

O objetivo da pesquisa foi também ampliar o olhar para as construções da cidade, para além do art déco, identificando outras oito linguagens arquitetônicas: casa-tipo, eclético sintético, eclético tipológico missões, eclético tipológico neocolonial, eclético sintético tipológico normando, modernista, modernista de transição e brutalista, conta o superintendente.  

“A metodologia adotada para a construção do inventário é o Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão (SICG) do Iphan, juntamente com a experiência de outros inventários da Instituição, a fim de estabelecer um sistema que vai desde o reconhecimento até a gestão dos bens”, explica Dafne. Conforme a coordenadora da pesquisa pelo Iphan-GO, ele é dividido em três Módulos: M1 – Conhecimento; M2 – Análise e Gestão; e M3 – Cadastro. Para este inventário em específico foram utilizados os Módulos 1 e 3.   

Imagem: Reprodução Secult