Estudantes de Goiânia criam minisatélites capazes de monitorar incêndios e lavouras

Alunos são do Ensino Fundamental e Médio do Colégio Sesi.

Mariane Faz
Por Mariane Faz
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Jovens alunos do colégio do Serviço Social da Indústria (Sesi) Campinas, localizado na capital goiana, estão empenhados numa missão espacial inédita no Brasil. Eles foram aprovados para a próxima etapa da 1ª Olimpíada Brasileira de Satélites e terão os trabalhos lançados no espaço pela primeira vez, no dia 17 de setembro, durante a etapa regional da competição, em Goiás.

Os adolescentes são alunos do Ensino Fundamental e Médio, e estão divididos em cinco equipes. Eles criaram minissatélites capazes de monitorar incêndios urbanos, queimadas florestais, evolução de lavouras de soja, ameaças à integridade de terras indígenas e quilombolas, e também de gerar internet para povoados distantes.

Pode parecer muito para um adolescente, mas os alunos já estão engajados nos testes finais de cada um dos projetos, na sala de robótica do Sesi Campinas, sob tutela do professor Leandro Hall e com auxílio de especialistas amigos, como engenheiros mecatrônicos e programadores.

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Os equipamentos serão levados por balões meteorológicos, também chamados de balões estratosféricos, a uma altura de até 22 Km. 

A competição foi iniciada em abril do ano passado e contou com 352 inscrições de todo o país. As equipes goianas ficaram entre as primeiras colocadas, até então, e estão otimistas para a próxima etapa.

As fases regionais, com o primeiro lançamento dos minissatélites na atmosfera, serão a etapa 3 da competição. Os vencedores de cada local serão levados à final nacional, que ocorrerá em novembro, quando será feito um novo lançamento orbital. Os equipamentos possuem capacidade para serem levados a uma altura de até 35 km.

A olímpiada foi criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e é organizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP).

Entre os cinco projetos desenvolvidos pelos alunos do Sesi, em Goiás, dois são focados no monitoramento de incêndios e queimadas. Outros dois grupos desenvolvem trabalhos voltados para a identificação e manutenção da integridade de territórios de povos indígenas e quilombolas. O quinto projeto dos alunos do Sesi Campinas é de um satélite para acompanhar a evolução de plantações de soja e, com isso, delimitar as diferentes fases da lavoura, a partir da coloração da planta.

Hoje, o comum é que isso seja feito por meio de drones e deslocamento de equipes de técnicos especializados. Com o satélite Canagro, projetado pelos adolescentes, a ideia é que tudo seja feito de maneira automática e on-line.

 

Créditos das fotos: Reprodução/Vinicius Scmidt