‘Era uma vez em Hollywood’: longa mistura realidade e ficção em uma profunda análise sobre o cinema

Filme está disponível na Netflix e está entre os mais assistidos

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais
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O longa-metragem, ‘Era uma vez Hollywod‘ que desde seu lançamento foi muito comentado, estreou na Netflix na última quinta-feira, 30 de junho.  O roteiro, que tem direção de Quentin Tarantino e os astros Brad Pitt e Leonardo DiCaprio no elenco, já está entre os 10 mais assistidos e mais bem avaliados nesta semana pelos assinantes da plataforma de streaming.

 

O roteiro é uma obra de metalinguagem, ou seja, uma oportunidade que Tarantino encontrou de falar sobre cinema fazendo cinema. E ele faz isso começando em um momento conturbado e polêmico da história do cinema:  o verão de 1969. Naquela temporada que deveria ser de alegria, a  Família Manson assustou o mundo com uma série de assassinatos pela cidade de Los Angeles.

 

O filme leva a reflexão quando o diretor propositalmente coloca em debate a idealização hollywoodiana com toques de realidade. Muitas cenas  questionam e  ao mesmo tempo, exaltam a visão fantasiosa da vida criada pelo cinema. Isso é completamente perceptível nos personagens de Leonardo DiCaprio (o ator frustrado Rick Dalton), Brad Pitt (dublê Cliff Booth) e Margot Robbie (que vive a atriz Sharon Tate), em que Tarantino mostra suas versões idealizadas – o herói de ação, o parceiro fiel, a musa – para logo depois estabelecer suas “falhas” – a insegurança, o passado violento, os detalhes que a tornam humana. 

 

O roteiro  de Era Uma Vez em Hollywood, se passa no final da década de 1960, onde Hollywood começa a se transformar e o astro de TV Rick Dalton e seu dublê Cliff Booth tentam acompanhar as mudanças. É um filme em que o significado se constrói com o público. O diretor dá espaço para que as atuações de DiCaprio, Pitt e Robbie sejam o grande destaque, o que torna o longa hilário e também melancólico pela forma como os personagens são construídos. 

 

Outro destaque do longa é a forma como Bruce Lee foi retratado. Isso rendeu até brigas entre a filha de Lee e o diretor. Os fãs de Bruce Lee dizem que Tarantino apresentou o ator como um arrogante metido a besta. O diretor destaca que é uma ficção, mas isso desagradou muita gente.

 

Vale a pena assistir? Essa pergunta tem uma resposta bem óbvia. Dirigido por Tarantino e com a presença de dois astros gigantes do cinema, dando show de interpretação, é claro que não apenas vale a pena como deve ser assistido. Além disso, o roteiro é muito inteligente e leva o público a questionar e a fazer profundas reflexões da relação entre a vida e a arte.

 

Veja o trailer: