Educação em Goiânia: as quatro Marias de Campinas foram fundamentais para o ensino da capital

As freiras que fundaram o Colégio Santa Clara em Campinas contribuíram tanto para a educação, quanto para a construção de Goiânia.

Mariane Faz
Por Mariane Faz
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Pioneirismo, fé e muita determinação marcaram a história das quatro Marias de Campinas. Em 1921, Maria Bonifácia Vordermayer, Maria Benedita Tafelmeier, Maria Ludmilla Schoropp, Maria Willibalda Maier vieram da Alemanha, mais especificamente da Baviera, a convite de padres redentorisas para Goiânia.

Vieram para a capital goiana com o intuito de implantar um colégio e, tiveram muito sucesso.

Ela chegaram a Campininha das Flores, na manhã do dia 18 de outubro e não sabiam nem falar português. Sofreram bastante com a brusca mudança climática. Ainda não havia onde se hospedar, então contaram com a ajuda de moradores locais. As irmãs franciscanas ficaram aguardando o convento ficar pronto.

Esse era o começo do Colégio Santa Clara, que foi criado com o intuito de ser a primeira instituição de ensino que atendesse a região.

Maria Bonifácia Vordermayer era professora de pintura e trabalhos manuais. Maria Benedita Tafelmeier era professora licenciada em Pedagogia. Maria Ludmilla Schoropp, por sua vez, era costureira. E, por fim, Maria Willibalda Maier sabia administrar residências religiosas.

Já em 9 de janeiro de 1922, as aulas começaram no Colégio Santa Clara. A primeira turma tinha 14 alunas. O curso normal só seria instituído em 1926. Assim, Campininha ganhava um centro de formação de meninas. Muitas delas ingressariam na ordem. Na época, apenas as cidades mais importantes do Estado contavam com ensino de qualidade.

Quando as imediações da pequena localidade foram escolhidas, por arranjos políticos e circunstâncias diversas que antagonizaram o interventor Pedro Ludovico e forças poderosas da época, como o bispado, para sediar a nova capital goiana, o Santa Clara se viu diante de mais um desafio. Foi o colégio fundado pelas quatro irmãs franciscanas que incumbiu-se de boa parte das cerimônias religiosas da inauguração de Goiânia. O coral das estudantes da instituição cantou na missa campal no dia do lançamento da pedra fundamental.

O Colégio Santa Clara também já foi abrigo de documentos e arquivos oficiais do governo, além de cuidar de trabalhadores da construção de Goiânia com serviços médicos e odontológicos.

E as freiras franciscanas, em diferentes medidas, auxiliaram na vinda de outras ordens religiosas e na fundação de mais colégios católicos na cidade que nascia e incorporou Campinas como um de seus bairros.

Das quatro pioneiras, justamente a mais jovem foi a primeira vítima da brusca mudança de clima a que se submeteu saindo da Europa para integrar a missão no interior de Goiás. Maria Ludimilla Schoropp contraiu uma forte gripe três anos após chegar. O quadro evoluiu para uma tuberculose, que a matou em 10 de novembro de 1924. Outra das três irmãs missionárias também ficou pouco tempo em Campinas. Maria Willibalda transferiu-se para o Externato São José, em Pindamonhangaba, no interior paulista, em 1926, onde morreu com 45 anos de idade, em 1930.

A artista do grupo, Irmã Maria Bonifácia Vordermaier, permaneceu no Santa Clara por muito tempo e viu Goiânia ser fundada. Depois, também foi transferida para a unidade de Pindamonhangaba, onde morreu em 1958, de peritonite. A mais longeva delas foi Maria Benedita Tafelmeier, que se tornou amiga próxima do casal Dona Gercina Borges e Pedro Ludovico. Também foi a primeira diretora do colégio, cargo que ocupou até 1936. No ano seguinte, mudou-se para Campos do Jordão (SP) e, em seguida, para Conceição do Rio Verde (MG). Ela morreu em 1986, aos 92 anos idade.

Outras religiosas ajudaram a construir a história do Santa Clara e, por consequência, também a de Goiânia. Entre elas estão as irmãs Maria Raimunda Sturm, alemã que assumiu a direção do colégio entre 1937 e 1938; a pedagoga Maria Augustina Niederbauer, que dirigia o colégio no momento do Batismo Cultural de Goiânia em 1942; e a Irmã Maria Nelly, nascida em Bela Vista e que se tornou a primeira brasileira a dirigir a unidade, destacando-se por seu trabalho com os pobres.

 

*com informações do site oficial do Colégio Santa Clara

 

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Foto retirada do site oficial do Colégio Santa Clara