É do Brasil! Startup nacional cria Tinder para adotar cães abandonados

App é um facilitador para identificar novos donos para os animais

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque

Uma solução simples e inovadora pode ser o que faltava para muitas entidades que cuidam de animais abandonados que costumam ter dificuldades para achar novos donos para os cães. A ideia nasceu no Brasil e atende pelo sugestivo nome de Au.dote. Criada há apenas dois meses, o app já conta  com mais de 15 mil downloads e 1500 cães cadastrados de 22 ONGs diferentes pelo Brasil. Na prática, o aplicativo funciona como um “Tinder” para quem quer adotar um pet.

Devido à burocracia comum dos processos junto aos abrigos para animais, o número de adoções concretizadas é reduzido: 5 cães já encontraram uma nova casa. Segundo Gustavo Monteiro, sócio fundador da startup, a expectativa é de que 30 novos donos encontrem seu animal de estimação através do aplicativo até o fim do ano.

O empreendedor explica que o objetivo é criar um facilitador para quem deseja adotar um novo animal. “Queremos mudar essa cultura de adoção. Antes, para adotar um cão era necessário entrar em uma longa fila, ou recolher algum animal da rua. Com o aplicativo, o usuário pode sentar com sua família e escolher o animal que mais se enquadra no que deseja”, afima Monteiro.

aplicativo

O “Tinder” canino já foi baixado por mais de 15.000 pessoas!

Bom pra cachorro (e pra todo mundo)

A ideia inicial com o app era dar vida a uma espécie de “Tinder canino”, onde os donos cadastrariam seus mascotes em busca do par perfeito para procriar. A proposta esbarrou em um problema vividos pelas ONGs. “Conversando com elas percebemos que estaríamos promovendo a reprodução desregulamentada, o que acabaria gerando o abandono de animais. Ao invés de gerar mais problemas, buscamos uma forma de ajudar esses 20 milhões de cães abandonados no Brasil”, diz Monteiro, se referindo a uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde.

A solução encontrada foi fazer um segundo investimento em tecnologia para adaptar o “Tinder canino”, que já estava praticamente pronto, e transformá-lo no Au.dote. No total, a empresa destinou R$ 150 mil ao processo de desenvolvimento do app e estuda a melhor maneira de rentabilizá-lo. “Estamos em busca de parceiros para o projeto. A princípio, nossa ideia é vender os direitos de nome do app para alguma empresa do ramo que se identifique com a causa”, afirma.

Segundo Monteiro, o produto foi feito a quatro mãos com as ONGs e uma nova funcionalidade do app está sendo desenvolvida para solucionar outro problema dessas organizações. “Além da dificuldade de encontrar pessoas interessadas em adotar os cães, percebemos que as ONGs enfrentam problemas para se sustentar financeiramente. Nos próximos meses lançaremos uma nova versão onde será possível realizar doações em dinheiro para ajudá-las a se manter”, afirma.

Assista ao primeiro (e emocionante) case de sucesso do AuDote: