DJ Rennan da Penha é preso no Rio de Janeiro

O funkeiro é criador do Baile da Gaiola, maior baile funk do Rio

Redação Curta Mais
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O DJ Renan Santos da Silva, um dos mais conhecidos do Rio, se entregou nesta quarta-feira a agentes da Secretaria estadual de Administração Penitenciária. Ele foi condenado pelo TJRJ no dia 15 de março a seis anos e oito meses de prisão pelo crime de associação para o tráfico.

O mandado de prisão contra ele foi expedido no dia 18 de março, depois dele ter sido condenado em segunda instância pela Justiça do Rio de Janeiro a seis anos e oito meses de prisão pelo crime de associação ao tráfico de drogas. Ele havia sido absolvido na primeira instância do julgamento.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil questionou a prisão de Rennan e afirma que é uma tentativa de criminalizar o funk. A OAB também declarou preocupação com o uso do sistema da Justiça criminal contra setores marginalizados da sociedade.

Rennan é o idealizador do Baile da Gaiola, um dos mais famosos do Rio. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) acusa o DJ de ser olheiro do tráfico de drogas e de fazer músicas que enalteciam traficantes e de exibir armas. Ele nega todas as acusações.

A defesa alegou que alerta sobre a movimentação de policiais é comum entre os moradores para evitar possíveis tiroteios e também disse que as músicas tocadas nos bailes retratam a realidade vivida por moradores das favelas.

“Me acusam de olheiro, que dava informações por onde a polícia passava naquela comunidade. Mas foi um mal-entendido devido que todo mundo se comunica na comunidade. Toda vez que tem uma operação todos os moradores se comunicam, entendeu? Colocaram isso como se fosse atividade do tráfico”, explicou o DJ Rennan.

Além do DJ, mais 10 pessoas envolvidas no Baile da Gaiola, maior baile funk do Rio, realizado na Vila do Cruzeiro, tiveram mandados de prisão expedidos.

Investigadores afirmam que, há cinco anos, o artista atuava como “olheiro” de criminosos na comunidade Vila Cruzeiro, alertando os traficantes sobre a presença de policiais na região.

No processo, uma testemunha aponta Rennan como “DJ dos bandidos”, “sendo ele responsável pela organização de bailes funks proibidos nas comunidades do Comando Vermelho, para atrair maior quantidade de pessoas e aumentar as vendas”.

“Não dava para ficar foragido, sem trabalhar. Então é melhor eu estar me entregando, cumprindo com o que eu tenho que cumprir porque a Justiça vai ser feita de uma forma ou de outra. Voltar para o meu palco, meus bailes”, disse o DJ à Seap.

A condenação foi alvo de críticas por parte de movimentos sociais e de instituições, como a OAB, que enxergam no caso uma tentativa de criminalização do funk. Nas redes sociais, fãs do DJ mostram insatisfação com a decisão. Um ato chegou a ser organizado pedindo liberdade para Rennan. (Com informações do G1)

Nesta quinta, seu perfil no Twitter divulgou um vídeo do músico: