Curta Mais registrou o estado dos edifícios históricos do Centro de Goiânia; veja as fotos
Depois da repercussão da matéria publicada pelo The New York Times na última segunda-feira (9), o Curta Mais foi conferir (e registrar) de perto o descaso com a arquitetura histórica de Goiânia
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Até a imprensa internacional já mostrou o péssimo estado de vários monumentos do aptrimônio histórico de Goiânia, que guarda um dos maiores acervos da arquitetura Art Dèco. O jornal americano The New York Times fez uma reportagem sobre o abandono do poder público com os prédios de arquitetura Art Déco que ‘decoram’ o centro de Goiânia.
No texto, Simon Romero relata seu espanto ao encontrar nas ruas diversos edifícios à mercê do tempo, com fachadas estampadas pelo descaso escondidas em meio a pichações e excesso de publicidade.
A matéria se refere ao Grande Hotel, ao coreto da Praça Cívica e ao Teatro Goiânia como jóias Art Decó, e lamenta o desaparecimento do que chamou de “grandeza dos anos 1930”.
Em abril de 2016, o Curta Mais visitou a antiga Estação Ferroviária de Goiânia e registrou imagens do interior de um dos prédios considerados cartão-postal da cidade e também um dos principais acervos do patrimônio art déco totalmente abandonado. (Confira a matéria aqui)
Desta vez, andamos pelo centro de Goiânia para conferir de perto o estado dos edifícios históricos. Em outros países, muitos deles poderiam estar abertos para visitação como patrimônio histórico-cultural, como forma de preservação da origem da cidade. Porém, esta não é a realidade que encontramos em Goiânia.
O Grande Hotel, fundado em 1937, foi o primeiro hotel da cidade e hospedou pessoas importantes que vinham à capital. Em 2003, foi considerado patrimônio histórico de Goiânia. O espaço deixou de ser hotel e hoje funciona como um centro cultural, e é um dos prédios que é alvo constante de vandalismo.
Este edifício, localizado na Avenida Goiás e vizinho do Grande Hotel, também teve sua fachada pichada.
Apesar de não ter marcas de vandalismo, o Prédio Nego está visivelmente danificado devido à falta de preservação.
Cartão postal e ponto turístico da capital, Antiga Estação Ferroviária é um dos principais acervos do patrimônio art déco
O Edifício Euclides Figueiredo, de traços da art déco, está degradado pelo tempo e tem a frente escondida com o anúncio da loja.
Mais um edifício na Avenida Araguaia que retrata a tomada do centro de Goiânia por poluição visual devido ao comércio. E, como se não bastasse, mais pichações.
O Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga fica na Praça Cívica, onde já ocorreu a reforma para a revitalização do espaço, mas não impediu que vândalos danificassem as paredes do museu com pichações.
Na Avenida Araguaia nos deparamos com o Edifício São Miguel também servindo como pano de fundo para uma loja.
A mureta do Parque Lago das Rosas, no Setor Oeste, com informações sobre a fundação do parque, está coberta de pichações e matos crescendo.
É possível ver apenas uma parte deste prédio da Rua 4, que está poluído visualmente com quatro fachadas comerciais e gambiarras elétricas.
O Colégio Estadual Lyceu de Goiânia é um dos edifícios históricos mais “queridos” por pichadores.
Antiga sede do Jornal O Popular também é alvo de vândalos.
O mais atencioso pedestre pode passar por este edifício art déco na Avenida Anhanguera sem notar.
Conseguir reconhecer o prédio por trás dessas fachadas de loja na Rua 4 não é tarefa fácil.
O belo Ed. Varendy da Avenida Anhanguera com a Rua 8 também teve seus traços arquitetônicos da art decó tomados por pichações e anúncio de loja.
A esperança era de que depois da retirada do estacionamento e da restauração dos monumentos da Praça Cívica a revitalização seguisse para o toda a região Central, mas não foi o que aconteceu. O Curta Mais pediu esclarecimentos para a Prefeitura de Goiânia, em nota o órgão afirmou que “a proposta da atual gestão é implementar uma política integrada para revitalização do centro da Capital, valorizando a história de Goiânia, seu patrimônio cultural e seu estilo Art Déco.”
Fotos: Marcos Aleotti
Texto: Paloma M. Carvalho