Contaminação da cepa de Manaus da COVID 19 predomina em Goiás

Governador Ronaldo Caiado se pronunciou sobre as 10 mil mortes no Estado e pediu apoio da população

Lorena Lázaro
Por Lorena Lázaro
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Um sequenciamento genético feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com o Laboratório do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, constatou que a cepa prevalente neste momento em Goiânia é a P1, mais conhecida como a cepa de Manaus. De 30 amostras analisadas, 93%, ou seja, 28 amostras são da nova variante, enquanto que as outras duas eram do Rio de Janeiro e do Reino Unido.

 

A Secretaria divulgou a informação no mesmo dia em que o número de mortes no Estado chegou a 10 mil. O cenário levou autoridades a se manifestarem e a apelar para a sensibilidade das pessoas nesse momento. Enquanto o material de divulgação oficial da secretaria municipal já circulava nas redações, o governador Ronaldo Caiado se pronunciava sobre os números alarmantes. “Vamos dar condições para os nossos hospitais funcionarem. Nossa equipe está sobrecarregada. Das pessoas que entram na UTI 50% vai a óbito”, disse o executivo, ao lembrar que a nova cepa que circula pela cidade é muito mais mortífera com mais contágio. 

 

O pedido de Caiado é para que as pessoas compreendam a necessidade do isolamento para desafogar os hospitais de Goiânia que atingiu 98% de lotação, segundo a SMS. “Não tem sido fácil manter o ânimo das pessoas ao verem cair ao seu lado seus amigos e família. Peço que compreendam e nos dê esses 14 dias. O momento é de lutar pela vida. Esse é indiscutivelmente o mais importante de todas nossas metas”, disse em seu discurso onde lembrou seu histórico como médico.  Confira o pronunciamento na integra: https://www.instagram.com/tv/CMkkXZGnPl5/?igshid=25ubma9aifkh 

 

O secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, que também é médico, alertou sobre a  alta súbita de internações devido a um vírus com maior poder de virulência e contágio, que também hospitaliza pessoas de menor idade, diferente do que se observava na onda do ano passado.  “Nós estamos fazendo o que é possível dentro de todas as capacidades instaladas na cidade. Mas em algum momento, esses leitos não poderão mais ser abertos e as pessoas terão que agonizar sem a possibilidade de receber tratamento médico. É imperativo que as pessoas entendam a importância de diminuir a circulação da cepa”, desabafou durante entrevista de divulgação da pesquisa na quarta (17/3).

 

A  SMS informou que em Goiânia já foram aplicadas  mais de 143.700 doses do imunobiológico em quatro grupos prioritários. Nesta quinta-feira (18/3), foi iniciada a vacinação dos idosos acima de 74 anos e a segunda fase de aplicação da segunda naqueles de 84 anos de idade ou mais.

 

  

Foto de capa: Miguel Á. Padriñán

Demais foto: Divulgação