Conheça os atletas que vão representar Goiás nas Paralimpíadas de Tóquio

Vôlei sentado, ciclismo e tiro com arco reúnem 8 paratletas que treinam no Estado. Nem todos são goianos de nascimento, mas todos já são de coração

Rafael Campos
Por Rafael Campos
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A paralimpíada surgiu no pós-guerra depois de um médico alemão criar um evento esportivo destinado a reabilitar soldados. O ano era 1948 e logo em 1960, as Olimpíadas incluíram o evento secundário em sua organização. A primeira edição foi em Roma, e até hoje é motivo de inclusão social para as pessoas com alguma deficiência física. Acontece imediatamente depois das Olimpíadas e utiliza as mesmas instalações. 

 

Segundo a organização, este ano, a Paralimpíada deve reunir 4,4 mil atletas que disputam medalhas em 22 esportes. A cerimônia de abertura está prevista para o dia 24 de agosto de 2021 e a de encerramento em 5 de setembro.  

 

E tem 8 goianos nas disputas. Na verdade, são representantes de Goiás, considerando os que vivem e treinam no Estado, mas não nasceram aqui. E para os Jogos em Tóquio, a convocação dos atletas ainda não aconteceu, está prevista para ser anunciada no mês de maio. No caso da seleção brasileira feminina de vôlei sentado, elas já foram classificadas para o torneio desde os Jogos Parapan-Americanos ocorridos em 2019, na capital do Peru. No qual, o Brasil se tornou um recordista de medalhas, ultrapassando Estados Unidos, México e Argentina.

 

Conheça um pouquinho de cada um.

 

VÔLEI SENTADO – Jani Freitas Batista

A história de superação de Jani começa em 2007,  quando trabalhava como vendedora nas regiões vizinhas de Alvorada do Norte de Goiás, cidade localizada a 455 quilômetros de Goiânia. Depois de um acidente envolvendo uma carreta, ela precisou amputar a perna na altura do joelho.  Problemas posteriores levaram a perda total do membro. 

 

Ela conta que durante o tratamento, um amigo levou pessoas com deficiência para conhecer e assim, mostrar que o novo mundo que estava por vir também tinha seus valores. Meses depois, ao sair do hospital, Jani encarou a luta , ganhou a primeira prótese da empresa onde trabalhava e passou a viver a vida intensamente.  

 

Foi nas visitas à capital do estado para tratamento que ela conheceu a modalidade paralímpica de vôlei sentado na Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás (Adfego). Hoje é atleta profissional pela seleção brasileira. 

 


Foto: Instagram/Reprodução

 

VÔLEI SENTADO – Adria de Jesus Silva

Aos 16 anos, a goianiense Adria de Jesus sofreu um acidente automobilístico e perdeu a perna esquerda abaixo do joelho. Cinco anos depois, ela conheceu o esporte que mudou toda sua vida.

 

A carreira como atleta já soma 13 anos na Seleção Brasileira de Vôlei Sentado. Suas principais conquistas foram: Medalha de prata no Parapan American Toronto/ Canadá 2015; Bronze nos jogos Paraolímpicos Rio 2016; Bronze nos jogos Paraolímpicos Rio 2016.

Há 17 anos, o acidente que mudou Adria
Foto: Instagram/Reprodução

 

VÔLEI SENTADO – Nurya de Almeida

Natural de Cromínia, interior de Goiás, Nurya foi vítima de um acidente de carro em 2012 e sofreu lesão na medula óssea. Dois anos depois, quando foi comprar próteses em uma loja,  uma funcionária falou sobre a prática do vôlei sentado.

 

No mesmo ano, em 2015, começou a praticar o esporte e conquistou a prata nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto com a seleção brasileira. No ano seguinte, sua equipe garantiu a medalha de bronze nos Jogos Rio 2016. 


Foto: Instagram/Reprodução

 

VÔLEI SENTADO – Pamela Pereira

Já a maranhense Pâmela sofreu um acidente de moto em 2014 e precisou amputar parte da perna esquerda. Três meses depois conheceu o vôlei sentado e, no mesmo ano, já ajudou seu time a faturar uma medalha de bronze no Campeonato Brasileiro. Desde 2011, a atleta mora em Goiânia e integra na equipe da Associação de Deficientes de Aparecida de Goiânia (Adap).

 

Em 2016, foi convocada pela primeira vez para a seleção brasileira e já conquistou o bronze nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.

 


Foto: Instagram/Reprodução

 

VÔLEI SENTADO – Luiza Fiorense

Natural do Espírito Santo, Luiza teve um osteossarcoma no fêmur esquerdo aos 15 anos de idade. Essa doença é considerada um tipo de câncer ósseo que começa nas células formadoras dos ossos. 

 

Com o agravamento, ela precisou substituir parte dos ossos da perna por uma endoprótese. A atleta que já praticava handebol, precisou parar devido a condição, e em seguida, acabou indo para Belo Horizonte para cursar jornalismo. 

 

Em novembro de 2018, uma das jogadoras da Seleção Brasileira de vôlei sentado viu Luiza em um programa de televisão e imediatamente entrou em contato com ela pelas redes sociais. Neste período, a capixaba havia feito duas cirurgias e, em março, aceitou o convite para conhecer a modalidade.

Logo, o técnico da Seleção feminina conheceu a atleta e a chamou. “Ele foi visionário, quis me convocar para me moldar. Ele me viu treinar e ficou surpreso. Disse para eu ir para Goiânia treinar pois eu tinha chance de ir para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Eu nem acreditei na hora. Larguei tudo em Belo Horizonte, tranquei a faculdade e me mudei para Goiânia para me dedicar 100% ao esporte”, relatou a atleta.

Hoje Luiza frequenta o Centro de Referência Paralímpico de Goiás, um projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) que amplia a promoção da prática do esporte paralímpico da iniciação ao alto rendimento. 


Foto: Instagram/Reprodução

 

TIRO COM ARCO – Andrey Muniz

Em 1995, Andrey ficou paraplégico devido a um grave acidente de carro. Em 2008, ele começou a praticar o esporte e foi incentivado pelo técnico Henrique Junqueira Campos a competir no campeonato brasileiro que se realizaria em Goiânia

 

Andrey começou a treinar e logo no seu primeiro para-campeonato sagrou-se campeão. No ano seguinte já integrava a seleção brasileira de tiro com arco. Andrey foi o primeiro paratleta brasileiro na sua modalidade a participar de competições internacionais e conquistar medalhas.


Foto: Instagram/Reprodução

 

CICLISMO – Carlos Alberto Soares e Victor Louise

Já no paraciclismo, a modalidade é representada pelos dois goianos: Carlos Alberto Soares e Victor Louise. Carlos Alberto, natural de Anápolis, sempre andou de bicicleta durante sua infância. Porém, aos 7 anos, foi vítima de uma inflamação na segunda vértebra da coluna, o que dificultou muito sua locomoção. 

 

Já Victor Louise, com 39 anos, teve uma perna amputada em um acidente ocorrido há 21 anos. O goianiense  já foi bicampeão brasileiro de Estrada e Contra-Relógio, em 2016 e 2017. Participou da Copa do Mundo na Bélgica, na Itália e foi 12º colocado no Mundial da África do Sul.

 

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Carlos Alberto Soares. Foto: Divulgação/Reprodução

 

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Victor Louise. Foto: Divulgação/Reprodução