Cientistas brasileiros criam inseticida capaz de matar o mosquito da dengue sem danos à saúde e meio ambiente

O produto utilizado tem origem vegetal

Mariane Faz
Por Mariane Faz
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De acordo com o Ministério da Saúde, a dengue se tornou um problema de saúde pública no Brasil neste ano. De janeiro até a terceira semana de agosto, foram mais de 1,3 milhão de casos da doença, quase o triplo do mesmo período do ano passado. Casos de chikungunya e de zika também tiveram aumento acentuado. Com isso, um repelente de Aedes Aegypti é muito bem-vindo.

E, com o intuito de repelir o Aedes Aegypti (mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika), um grupo de pesquisadores brasileiros, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) criou um inseticida, com um produto que não causa dados à saúde humana e ao meio ambiente.

O produto que irá eliminar o mosquito é produzido a partir de “alquil poliglicosídeos”, um surfactante natural obtidos de fontes renováveis como óleo de palma e coco, para o controle de larvas de mosquitos.  Por ser de fonte natural, não há riscos de desenvolver problemas de saúde ou danificar o meio ambiente.

“Os alquil poliglicosídeos interferem no ambiente em que as larvas vivem por meio de alterações na tensão superficial da água, o que dificulta o posicionamento correto das larvas para a realização de trocas gasosas com a atmosfera”, explicaram os autores da pesquisa.

“Além de os produtos propostos na tecnologia não serem tóxicos a humanos, animais domésticos ou silvestres e insetos de modo geral, nas concentrações recomendadas, eles têm baixo custo, são biodegradáveis e fáceis de usar”, dizem os autores.

Os pesquisadores registraram a patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em outubro. Agora, o próximo passo é produzir o inseticida em escala comercial.

O trabalho desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Biotecnologia e Biodiversidade para o Meio Ambiente, coordenado pelo professor Marcos Rogério Tótola, pode revolucionar a forma como o mundo combate doenças veiculadas por mosquitos.

A explicação está nos surfactantes utilizados na fabricação do inseticida. Esses compostos são uma nova forma de controle de larvas aquáticas, inclusive aquelas resistentes aos inseticidas convencionais, tendo em vista a diferente forma de ação do produto.

O estudo da UFV também reforça o quanto a população precisa de produtos mais potentes, baratos e fáceis de utilizar. No caso do novo inseticida, ele traz todas as qualidades propostas, tanto para o consumidor final como para os produtores.

Por oferecer uma alternativa aos inseticidas convencionais, esses produtos são de interesse para empresas e governos que pretendem reduzir a proliferação do Aedes aegypti.

 

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Foto de capa: Getty Images

Com informações de Só Notícia Boa