As 5 fotos com crianças mais tristes da história

Conheça a história por trás de cada uma

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque

A foto do garotinho morto na praia, tentando fugir com sua família da guerra na Síria, chocou o mundo essa semana e continua comovendo internautas em todo planeta. Mais uma triste imagem que entra para o rol de crianças vítimas da intolerância dos adultos. Renato Russo já cantava que “o senhor da guerra não gosta de crianças” e as 5 imagens abaixo mostram que ele estava certo. Conheça a história por trás das imagens mais tristes da história envolvendo crianças vítimas da guerra:

 

O pequeno mártir

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Alan Kurdi, o menino refugiado sírio de três anos cujo afogamento causou consternação ao redor do mundo, tinha escapado das atrocidades do grupo autointitulado “Estado Islâmico” na Síria.

A fotógrafa responsável pela imagem de Aylan Kurdi, o menino sírio que morreu afogado em Bodrum, na Turquia, disse ter ficado petrificada com a cena. A imagem se tornou um símbolo da crise migratória na Europa. Além do menino, um de seus irmãos e sua mãe também morreram no naufrágio. “Naquele momento, quando vi Aylan Kurdi, eu fiquei petrificada”, contou Nilüfer Demir, que cobre a crise migratória em Bodrum para a agência de notícias Dogan. 

 

Espreitando a morte

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Em 1994, o fotógrafo Sudanês Kevin Carter venceu o Pulitzer de fotojornalismo com uma foto tomada na região de Ayod (aldeia em Suam), que viajou o mundo inteiro. A figura esquelética de uma pequena garota, totalmente desnutrida, recostando-se sobre a terra, esgotada pela fome, e a ponto de morrer, enquanto num segundo plano, a figura negra de um abutre se encontra espreitando e esperando o momento da morte da garota.

Quatro meses depois, consumido pela culpa e acarretado por uma grave dependência às drogas, Kevin Carter suicidou-se. Essa imagem é bastante dilemática, pois trava aquela batalha que polariza a função do profissional com a função do ser humano.

 

A menina Afegã

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Sharbat Gula foi fotografada quando tinha 12 anos pelo fotógrafo Steve McCurry, em junho de 1984. Foi no acampamento de refugiados Nasir Bagh do Paquistão durante a guerra contra a invasão soviética. Sua imagem foi publicada na capa da National Geographic em junho de 1985 e, devido a seu expressivo rosto de olhos verdes, a capa se transformou numa das mais famosas da revista e do mundo.

O mesmo homem que a fotografou realizou uma busca à jovem que durou exatamente 17 anos. Em janeiro de 2002, achou a menina, já uma mulher de 30 anos e pôde saber seu nome. Sharbat Gula vive numa aldeia distante do Afeganistão, é uma mulher tradicional pastún, casada e mãe de três filhos. Ela regressou ao Afeganistão em 1992.

 

A menina do Vietnã

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Em 8 de junho de 1972, um avião norte-americano bombardeou a população de Trang Bang com napalm. Ali se encontrava Kim Phuc e sua família. Com sua roupa em chamas, a menina de nove anos corria em meio ao povo desesperado e no momento, que suas roupas tinham sido consumidas, o fotógrafo Nic Ut registrou a famosa imagem. Depois, Nic levou-a para um hospital onde ela ficou durante 14 meses sendo submetida a 17 operações de enxerto de pele.

Hoje em dia Pham Thi Kim Phuc está casada, com 2 filhos e reside no Canadá onde preside a Fundação Kim Phuc, dedicada a ajudar as crianças vítimas da guerra e é embaixadora da UNESCO.

 

Mãos para o alto, não! Sorria!

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A criança é uma menina, Hudea, de 4 anos. A imagem foi tirada no campo de refugiados de Atmeh na Síria, em dezembro do ano passado. Hudea viajou ao campo – a cerca de 10 km da fronteira turca – com a mãe e dois irmãos, a 150 km da cidade deles, Hama. “Eu usei uma lente de telefoto e ela pensou que fosse uma arma”, disse Osman Sağırlı, autor da comovente imagem. “Depois que eu tirei eu olhei (para a foto) e percebi que ela (a criança) estava assustada, porque ela mordeu os lábios e levantou as mãos. Normalmente, crianças correm, escondem os rostos ou sorriem quando veem uma câmera”, disse.