Anvisa autoriza uso emergencial de coquetel contra a covid-19 por hospitais

O medicamento será para uso ambulatorial, ou seja, para pacientes que apresentam sintomas leves da doença

Lorena Lázaro
Por Lorena Lázaro
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira, 20, em Brasília, a liberação para uso emergencial de dois medicamentos experimentais da farmacêutica suíça Roche contra a covid-19, desenvolvidos em parceria com a empresa de biotecnologia americana Regeneron. O medicamento será de uso restrito a hospitais, para uso ambulatorial, ou seja, para pacientes que apresentam sintomas leves da doença, sendo administrado somente com prescrição médica. O medicamento não é recomendado para uso precoce ou preventivo. Também não será permitida a sua comercialização ou venda em farmácias.

Os remédios, contendo casirivimabe e imdevimabe (REGN-COV-2), atuam em ligação com a coroa do vírus de forma a impedir sua entrada nas células ainda não infectadas para replicar o material genético, controlando a doença.

A medicação é indicada especialmente para pacientes que estão em idade avançada, obesos, que tenham doença cardiovascular, hipertensão, doença pulmonar crônica, aids, diabetes, doenças respiratórias, doença renal crônica e doença hepática, entre outras comorbidades e que apresentam alto risco de desenvolver um quadro de progressão para o quadro grave da covid-19.

A instituição resguarda ainda que o produto não é recomendado para quem já está na situação grave da doença que necessitam de suplementação de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica.

O coquetel foi liberado para ser administrado em pacientes a partir de 12 anos, que pesem mais de 40 kg, que não necessitem de suplementação de oxigênio e não apresentem o quadro grave da doença. A aplicação é intravenosa e deve ser administrada logo após a confirmação, por meio de teste viral, até dez dias após o início dos sintomas.

Na cidade de Santos- SP, pesquisa com os medicamentos mostraram uma redução de 70,4% na hospitalização ou morte relacionadas com a covid-19, em pacientes com diagnóstico da doença e tratamento em até 29 dias após o diagnóstico.

O pedido para o uso dos medicamentos foi feito pela Roche em 1º de abril.