3.000 anos após desaparecimento, diabos-da-tasmânia nascem na Austrália

Pela primeira vez, em três milênios, a organização "Aussie Ark" registrou a reprodução natural dos maiores masurpiais carnívoros do mundo

Anna Júlia Steckelberg
Por Anna Júlia Steckelberg
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Você com certeza se lembra do Tasmanian e do Pernalonga nos desenhos animados. Pois bem, o animal australiano que inspirou o personagem um pouco bravo estava extinto. Mas hoje os conservacionistas na Austrália estão celebrando o nascimento de sete filhotes de diabos-da-tasmânia, os primeiros no continente em 3 mil anos. 

Conforme relatado no The Land, o evento ocorreu no Parque Nacional Barrington Tops, um santuário selvagem em New South Wales.

No ano passado, 26 diabos da Tasmânia adultos, incluindo sete fêmeas reprodutoras, foram introduzidos no parque, que mede 400 hectares de tamanho. O esforço para devolver esses animais ao seu antigo habitat é uma colaboração entre os grupos conservacionistas Aussie Ark, Re: Wild e WildArk.

O objetivo de tudo isso é não só preservar esses animais ferozes, que para quem não sabe são os maiores carnívoros marsupial do mundo. Pretendem também manter as populações selvagens de gatos e raposas sob controle.

Caçadores australianos e matilhas de dingos provavelmente contribuíram para a morte do diabo no continente australiano, com populações sobreviventes vivendo exclusivamente no estado da Tasmânia.

Mais recentemente, os demônios da Tasmânia foram associados a uma doença contagiosa, que eliminou aproximadamente 90% da população, de acordo com Aussie Ark. No final do ano passado, pesquisas mostraram que os animais podem estar se adaptando, mas eles ainda estão ameaçados de extinção, com apenas 25 mil indivíduos na selva.

Ainda assim, os nascimentos estão aumentando as esperanças de que uma população reprodutora viável possa ser restaurada em Barrington Tops, o que pode levar à existência de diabos-da-tasmânia soltos em outras partes do continente.

“Há muito em jogo aqui”, disse Tim Faulkner, presidente da Aussie Ark, ao The Land. “Se os demônios não procriarem, está tudo acabado.”

Sua equipe estava observando a espécie à distância “até que era hora de intervir e confirmar o nascimento de nossos primeiros animais”, afirmou. Nascidos com apenas três semanas de gravidez, os bebês do tamanho de um arroz são transferidos para a bolsa da mãe, onde continuam a se desenvolver. 

 

Os conservacionistas só tomaram conhecimento quando eles alcançaram o tamanho de um “amendoim com casca”. A Reuters relatou que  os sete bebês estão bem de saúde e os guardas-florestais continuarão monitorando seu crescimento nas próximas semanas.