15 dicas para economizar mais combustível

Com boas práticas, consumo pode ser reduzido em até 35%

Rogerio Ramos
Por Rogerio Ramos
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Em um ano o gasto com combustíveis pode ser entre R$2.890 e R$7.390, segundo levantamento feito por EXAME.com, em parceria com a consultoria automotiva Jato Dynamics, com base nos dados do ranking de consumo anual de combustíveis do Inmetro.

Com boas práticas de direção e manutenção do seu veículo, reduza em até 35% o consumo.

“É um valor aproximado, pois existem diversas variáveis inclusas, como o tamanho e a potência do motor”, disse Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da Jato Dynamics.

Com uma redução de 35% no consumo do modelo menos econômico da lista do Inmetro, o Volvo XC 90, se economizaria por ano R$2.585. Em uma situação hipotética, se esse valor tivesse sido investido nas ações das Lojas Renner, que tiveram o maior retorno sobre a inflação na última década (5.485,4%), segundo a consultoria Economática, a economia de combustível, descontada a inflação, teria rendido R$141.831.

Obviamente, esse rendimento é muito maior do que a grande maioria dos investimentos, e a redução de 35% nos gastos pode depender do carro. Mas, para quem acredita que qualquer economia já é válida, veja 15 dicas para reduzir o consumo de combustível do seu carro:

 

Primeiramente, compre um carro mais econômico:

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Para reduzir o consumo de combustível de forma mais significativa nada melhor do que comprar o carro com menor consumo possível. O ranking anual do Inmetro mostra quais são os carros que menos consomem combustível e os que mais consomem. Carros com motor BlueMotion, que são mais eficientes, carros movidos a diesel, elétricos e híbridos são as melhores opções para economizar com combustível. O híbrido Toyota Prius, por exemplo, compensa o gasto adicional na compra com a economia de combustível em menos de dois anos.

 

Use o ar-condicionado com menos frequência

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“O ar-condicionado é responsável por cerca de 20% de aumento no consumo de combustível”, afirma Kalume Neto. Usar insulfilm, estacionar o carro na sombra para depois não precisar ligar o ar na maior velocidade e desligar o ar alguns minutos antes de alcançar o destino são algumas dicas para usar menos ar-condicionado, mesmo no verão.

 

Reduza o peso do veículo

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Seguindo a lei da física “força = massa x aceleração”, quanto maior o peso, maior a força e, portanto, maior o gasto de combustível. Por isso, mantenha o veículo limpo do barro para evitar acúmulo de peso e evite transportar peso desnecessário, como bagageiros removíveis e suportes de bicicletas. De acordo com o Escritório de Eficiência Energética e Energias Renováveis dos Estados Unidos (EERE), um peso extra de cerca de 40 quilos pode reduzir o consumo em até 2%.

 

Desligue o motor do carro

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Ainda de acordo com o EERE, deixar o carro ligado quando parado pode representar um gasto de um a dois litros de combustível por hora, dependendo do tamanho do motor e do uso do ar-condicionado. Por isso, recomenda-se que quando o carro ficar parado mais de vinte segundos, seja em um congestionamento, ou ao esperar alguém, ele seja desligado e ligado de novo (considerando que seja seguro fazê-lo).

 

Dirija mais devagar

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“Quanto maior a velocidade, maior a resistência do ar. Quanto maior a resistência, maior o consumo”, afirma Kalume. Em velocidades menores, a diferença pode não ser tão grande, mas a dica se aplica bem a velocidades mais altas. Ao dirigir a 140 km/h, por exemplo, consome-se 25% mais combustível do que a 110 km/h, segundo a Energy Saving Trust, organização de promoção ao uso de energia sustentável do Reino Unido.

 

Deixe o carro o mais aerodinâmico possível

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Quanto mais aerodinâmico seu carro for, menor a resistência de ar e maior a economia de combustível. Manter as janelas e o teto solar fechados e retirar o bagageiro quando não estiver em uso são dicas para não diminuir a aerodinâmica do veículo. Em altas velocidades, inclusive, ligar o ar-condicionado pode gerar um menor consumo de combustível do que abrir as janelas. Segundo o site Daily Fuel Economy Tip, se a velocidade for inferior a 60km/h, o melhor é abrir a janela, mas acima disso, com o ar-condicionado consome-se menos combustível.

 

Troque de marchas da maneira correta e dirija com suavidade

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“A troca de marchas deve ser feita nos ‘tempos certos’, sem esticar exageradamente entre uma e outra troca”, orienta Amos Lee Harris Junior, diretor da Universidade Automotiva (Uniauto). As esticadas na troca de marcha são grandes vilãs do consumo de combustível, por isso os motoristas devem seguir as orientações do manual do veículo para saber a velocidade ideal das trocas de marchas.

Harris acrescenta que o pé no acelerador é o melhor ‘promotor de redução ou aumento de consumo’. “A aceleração deve ser sempre feita com suavidade e com o pisar mais leve possível”, diz.

Também não se deve usar o ponto morto em descidas. O ideal é descer com o carro engrenado e sem acelerar. “Nesta condição de inércia, o sistema de injeção bloqueia o combustível ao motor evitando qualquer consumo de combustível. Mas, no ponto morto, o motor continua funcionando em marcha lenta consumindo mais combustível.”, explica Kalume. Ele também orienta que em veículos com câmbio automático, deve-se evitar o “kick-down” que é a redução de uma marcha provocada ao apertar o pedal do acelerador até o final do seu curso.

 

Evite congestionamentos (quando possível) e trajetos com muitos semáforos

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Trafegar em marchas baixas e fazer paradas frequentes também podem elevar o consumo de combustível. Por isso, manter a velocidade do veículo o mais uniforme possível, evitando situações de trânsito intenso ou trajetos com muitos semáforos, pode ajudar na economia. E se não for possível evitar os congestionamentos, o gerente da Jato Dynamics orienta: “Observar o trânsito, de forma que se pare o mínimo possível, evitando frenagens repentinas e otimizando as frenagens, as retomadas de velocidade e as acelerações, ajuda na diminuição do consumo”.

 

Calibre os pneus com o nível certo e mantenha o alinhamento da direçao em ordem

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“A calibração incorreta dos pneus aumenta o atrito do pneu no solo causando aumento do consumo. E o mesmo ocorre com um carro sem o alinhamento de direção em ordem”, explica Kalume. É como tentar dirigir uma bicicleta com o pneu murcho ou com a direção desalinhada, o esforço é muito maior, resultando em maior consumo de energia. Para saber qual é o nível de calibragem ideal do seu carro e quando deve ser realizada a revisão do alinhamento, basta observar o manual do veículo.

 

Prefira carros menores e de menor potência

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Mais uma vez a explicação está na equação “força = massa x aceleração”. Quanto menor a massa, menor o consumo, portanto, quanto menor o carro, maior a economia. Tanto isso é fato que, no ranking de consumo de combustível do Inmetro, alguns dos carros menos econômicos são das categorias grande (como o Volvo S60), fora de estrada (como o Kia Sorento) e minivan (como o Dodge Journey). E a maioria dos carros mais econômicos são das categorias compacto (como o Renault Sandero) e sub compacto (como Nissan March e Renault Clio). Carros mais potentes também têm maior gasto com combustível. “Esses carros são mais equipados e de maior porte e mesmo os carros pequenos esportivos com motores 3.4 e 4.1, também são mais pesados e consomem mais”, diz Harris. Ele também explica que o consumo de carros de motor 2.0 para cima facilmente pode chegar a ser o dobro dos carros 1.0 e 1.4.

 

Faça a manutenção correta do óleo e do filtro de ar

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Com o filtro de ar sujo, diminui-se o fluxo de ar para o motor, prejudicando a mistura de ar e combustível ideal para o bom rendimento do motor. Novamente, é necessário seguir o manual do veículo para a troca no tempo certo. E se o motorista costuma trafegar por estradas com poeira, areia ou lama, vale substituir o filtro antes mesmo do tempo indicado no manual.

Um óleo de má qualidade ou vencido também elevará o consumo de combustível pois o atrito do motor será maior, provocando aquecimento. “Deve-se manter sempre em ordem as velas e cabos de ignição, o filtro de ar, o sistema de escape e os sistemas de ignição e de injeção de combustível. Um motor desregulado provoca aumento de consumo de combustível além de desgaste prematuro”, diz Kalume.

 

Use o combustível indicado no manual

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Os combustíveis “premium” podem não influenciar em nada o desempenho do carro, a despeito do que alguns postos de combustíveis propagandeiam. Por isso, eles só devem ser usados quando houver essa indicação no manual do veículo, caso contrário, eles só irão aumentar os gastos à toa. E o inverso também vale, se o carro requer combustíveis premium e é abastecido com os convencionais, o motor pode ser prejudicado e o barato sairá caro.

 

Desligue os dispositivos elétricos quando não necessários

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O uso de dispositivos elétricos como faróis auxiliares, limpadores do parabrisa, sistema de ventilação interna e outros devem ser usados apenas pelo tempo necessário. “O aumento de corrente elétrica eleva o consumo em até 25%”, afirma o gerente da Jato Dynamics.

 

Escolha os postos de combustíveis certos

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Postos com má aparência, de marcas desconhecidas e com valores absurdamente baixos podem ser furadas. E se um posto é bastante frequentado por frotistas e taxistas, em contrapartida, esse pode ser um indicativo de preços baixos e qualidade. Com a maior troca de informações, as empresas e os taxistas sabem quais postos têm a melhor relação entre custo e benefício.

“Procure abastecer no posto de sua confiança, onde você frequentemente conversa com os frentistas e conhece o gerente. Com isto você evita combustíveis “batizados” ou bombas com defasagem de quantidade”, orienta o diretor da Uniauto.

Outra recomendação também é não abastecer o carro no primeiro posto de combustível encontrado dentro de uma longa distância, como em uma estrada. Com poucas opções na região, esses postos podem ter um valor mais elevado por serem a última saída para muitos motoristas.

 

Use mais táxi, Uber eu pegue carona

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Dependendo da distância que se percorre diariamente, utilizar mais táxi e usar o veículo apenas ocasionalmente, pode ser mais vantajoso financeiramente. Levantamento feito por EXAME.com em parceria com a Academia do Dinheiro, mostrou que quem percorre até 10,5 quilômetros por trecho para ir ao trabalho e voltar gasta menos se utilizar táxi em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.

 

Informações: QuatroRodas