10 pessoas que mais contribuíram para o Art Déco em Goiânia

A capital brasileira do Art Déco tem muito pra contar!

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais
c940f6dec1b9a445baf6bfa176ad7b1f

Não é novidade que Goiânia é a capital do Art Déco no Brasil. Planejada e construída para ser a capital de Goiás, graças à modernização e à Marcha para o Oeste, os primeiros prédios da cidade, construídos entre as décadas de 1940 e 1950, localizados no centro, foram inspirados e seguem o modelo arquitetônico do Art Déco.

Neste ano, em novembro, será promovido o 15º Congresso Mundial Art Déco de Buenos Aires. Goiânia é tão rica neste acervo, que a anfitriã do evento, a arquiteta Adriana Elvira Piastrellini, convidou o artista plástico goiano Gutto Lemes, para ser membro internacional do comitê e levar uma comitiva de Goiânia à capital da Argentina para discutir sobre comércio, cultura e turismo.

Em 2003, 22 prédios da cidade foram tombados como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN, como resultado de vários esforços combinados para a proteção de Goiânia. Dentre eles, a Casa de Pedro Ludovico Teixeira, o Coreto, o Museu Zoroastro Artiaga, Colégio Liceu, o Lago das Rosas e outros mais! Mas você sabe quem esteve nos bastidores para fortalecer a divulgação, valorização e proteção do art déco goianiense? 

Gutto Lemes

6b444f76aa585f9c9d1fb7320a369ca2.jpg

Artista Plástico goiano, Gutto foi responsável por um projeto que promovia o patrimônio tombado a nível local, regional e nacional. O projeto, que conseguiu a aprovação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, teve três partes, divididas no final de 2004 e início de 2005. Na primeira etapa, o artista fixou mil metros de tecidos verdes, amarelos, azuis e vermelhos em alguns dos prédios tombados no centro, como a Estação Ferroviária, o Grande Hotel, o Relógio da Avenida Goiás e o Teatro Goiânia.

59df84e610fa80fce82f53411198c7bd.jpg
Foto: Gutto Lemes

Na segunda fase do projeto, promoveu uma exposição de 22 desenhos dos prédios Art Decó acompanhados dos tecidos emoldarados. Na terceira e última parte, houve o lançamento do documentário Patrimônio Adormecido, que recolhia imagens dos prédios cobertos pelos tecidos e depoimentos dos pedestres que ali passavam. Na mente, uma ideia: as faixas tinham um intuito de despertar as pessoas e chamar suas atenções para o valor arquitetônico que corre nas veias de Goiânia.

Em janeiro deste ano, Gutto também apresentou projetos e ideias ao Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade e ao Sindicato do Turismo e Hospitalidade do Estado de Goiás. Neles, promove a preservação do patrimônio arquitetônico, visando uma parceria entre o público e o privado em prol do turismo e desenvolvimento do centro de Goiânia.

Gustavo Neiva

70eda2851e03fb9a392e9b21c86b198c.jpg

Aos escrever dois ensaios sobre a arquitetura Art Déco em Goiânia, ele notou que havia pouca coisa publicada a respeito do assunto e teve que fazer todo o trabalho de juntar o que encontrava, que eram informações dispersas e nada específicas sobre o estilo, e produzir um novo material aprofundado. Professor na Universidade Católica de Goiás, é também autor de dois artigos sobre o Art Déco goianiense: A Modernidade do Art Déco na Construção de Goiânia e Art Déco, Uma Vertente da Modernidade e, atualmente, está escrevendo um livro que trata do detalhamento do Art Déco na estruturação e história da cidade.

Wolney Unes

6b7b3a414ce63f93538c420dcab2293c.jpg

Wolney sempre havia notado a arquitetura particular dos prédios antigos que compunham o centro da cidade, mas ninguém nunca soube lhe explicar o por quê daquilo. Quando ele fez uma viagem à Miami, em 1992, notou que os prédios que montavam a cidade eram os mesmos da sua Goiânia e foi então que descobriu que aquilo se tratava de um estilo arquitetônico, o Art Déco: e ninguém falava sobre esse estilo no Brasil. Foi então que ele começou a escrever o livro Identidade Art Déco de Goiânia, o primeiro que trabalhava a arquitetura única da capital do centro-oeste. Wolney é formado em Engenharia Civil em uma universidade austríaca, tem mestrado em Arquitetura e Urbanismo, doutorado em Letras e trabalha como professor na EMAC da UFG. Atualmente, se dedica a pequisar o Art Déco brasileiro.

Celina Fernandes 

Autora do livro Goiânia: Uma Concepção Urbana, Moderna e Contemporânea – Um Certo Olhar. Fernandes identificou algumas lacunas sobre o projeto de construção de Goiânia, como quem foi seu autor, quem teve participação em sua tecelagem e ainda trabalha nos detalhes sobre como a cidade surgiu. Celina é professora da Universidade Estadual de Goiás e analista de projetos da Agência Municipal do Meio Ambiente.

Hélio de Oliveira

b064d1a1f4bd706cb90ba46b5757b2b0.jpg

Dono do maior acervo de registros da cidade, com cerca de 60 mil fotos, é o guardião visual da história de Goiânia, desde seu conturbado nascimento. O material que ele tem sobre o Art Déco é uma recorrente fonte de pesquisa de estudiosos do movimento. Ele só lamenta por não ter se atentado na época a fotografar os detalhes, que hoje em dia seriam de grande valor. Primeiro repórter fotográfico de Goiânia, Hélio trabalhou em todos os governos, de Pedro Ludovico Teixeira até Paulo Garcia e afirma que na época da construção da capital, o interventor viajou até Paris e ficou encantado com a arquitetura francesa, aplicando o Art Déco nas ruas de Goiânia.

Aguinaldo Caiado

1881e33d13737c4d5b2ecfef594b8812.jpg

É diretor de Patrimônio Histórico e Artístico da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira. Ele ressalta a confusão ao redor do tombamento nos prédios do centro: os imóveis em Art Déco foram tombados e depois, a administração posterior propôs um novo tombamento com uma instrução complementar; a questão é que um mesmo prédio foi escrito duas vezes no Livro do Tombo. Aguinaldo também se atenta para a importância da valorização aos patrimônios históricos, numa luta contra a vandalização de construções que marcam a história da cidade.

Maria Tereza Junqueira

Autora da tese Elementos Art Déco: detalhes do tempo em que a modernidade chegou, na qual traz em detalhes aprofundados as técnicas usadas na construção dos prédios em Art Déco que compõem a cidade de Goiânia. Foi a primeira de sua universidade a desenvolver técnicas construtivistas sobre o Art Déco. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Católica de Goiás, para Maria, tendo tantos bens tombados pelo IPHAN, os habitantes de Goiânia deveriam ter uma base mínima para conseguir explicar a qualquer um sobre os patrimônios.

José Ângelo Rizzo

41994653b3fc30b5fe2e18fc596ab793.jpg

Presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de Goiânia, é responsável, junto aos outros membros do conselho, por opinar sobre planos, projetos e propostas referentes à preservação de bens culturais e naturais, promover a fiscalização, conservação, reparação e restauração.

Isabel Jácomo 

bd68638cbe2751a96bcf2839214aed1b.jpg

Arquiteta responsável pelos projetos dos prédios Aldeia da Serra, no Setor Bueno, e Ocean Drive, no Setor Oeste. Na época, as construtoras que a contrataram pediram por uma arquitetura que tivesse características de algum estilo arquitetônico que não fosse o contemporâneo. A arquiteta então optou por desenvolver um projeto que fizesse alusão à fase tropical do Art Déco de Miami Beach, nos EUA. Formada pela Universidade Católica de Goiás, Isabel acredita que Goiânia precisa de uma política de preservação e valorização ao Art Déco.

Jean Luc Riedberger

Socioproprietário do Hotel Goiânia Palace, comprou o estabelecimento em 1996, sabendo que se tratava de um imóvel Art Déco. Jean é francês e conserva consigo o valor europeu de manutenção, conservação e valorização de bens antigos: o que tem história é mais importante do que coisas novas. 

Fonte: Art Déco – Depoimentos e Imagens | Amanda Barreto

Foto: Goiás Turismo