Um roteiro por museus, cachoeiras e cidades bucólicas de Minas, partindo de Uberlândia

Conheça cidades pacatas, históricas e paisagens de tirar o fôlego

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Por developer

Quem está a fim de pegar a estrada e curtir uma viagem inesquecível por Minas Gerais partindo de Uberlândia, terra natal de Grande Otelo e uma das cidades mais prósperas do país, já pode arrumar as malas e se jogar nesse roteiro. A dica é começar o tour por solos férteis, místicos e raros indo até Uberaba, terra onde viveu Chico Xavier e maior centro mundial de melhoramento genético de raças zebuínas. O Museu do Zebu, único do gênero no mundo, contém objetos que traçam a história das raças.

Foto: Arquivo/Divugalção Prefeitura Municipal de Uberaba

As terras de Uberaba também preservam riquezas pré-históricas, a exemplo do sítio arqueológico de Peirópolis, onde têm sido feitas relevantes descobertas para o estudo da paleontologia na América.

Foto: Arquivo/Divugalção Prefeitura Municipal de Uberaba

O próximo destino são as terras raras de Araxá, que abriga o maior complexo minero-industrial de nióbio do mundo – sendo responsável por 75% de toda a produção do planeta – e as termas medicinais, visitadas por milhares de pessoas todos os anos. Por entre casarões antigos e o comércio de quitandas feitas pelas famosas doceiras, está o Museu Dona Beja – famosa figura feminina mineira -, que preserva objetos relativos às tradições araxaenses.

Foto: Arquivo/Divugalção Prefeitura Municipal de Araxá

Ainda próximo a Araxá, existe o singular e aprazível lugar conhecido como Horizonte Perdido é uma fazenda originalmente chamada Fazenda Pirapetinga, de propriedade da Sra. Mercedes Gonçalves de Paiva, a “Tia Mercedes”. Em 1993 o local foi descoberto pelos praticantes de voo livre, que elegeram o espaço como ideal para a prática do esporte. A fazenda, que no passado gerou riquezas materiais e culturais, derivadas do mundo rural, cumpre agora sua nova missão: a de coincidir os prazeres da natureza com a busca de valores renascidos em pleno século XXI. Hoje, com total infra-estrutura, é um complexo de lazer e gastronomia, localizado na Serra da Bocaina, a uma altitude de 1350 metros e distante a aproximadamente 30 km do centro de Araxá, com vista de 360 graus para as serras da Canastra e Bocaina.

Foto: CAVL/Divulgação

Rumo a Serra do Salitre, fica o convite para saborear o queijo local, cujo modo de preparo foi tombado pelo Iphan. Nas imediações da cidade está o reservatório de Nova Ponte e cachoeiras belíssimas como a Cachoeira da fumaça. Com mais de 450 quilômetros quadrados, recebe anualmente a Barqueada, desfile tradicional de barcos. Também às margens de Nova Ponta está Patrocínio, referência no cultivo de café do cerrado, sendo um premiado produtor e exportador do grão, de paladar único e inconfundível.

Foto: Rens Lessa/Pinterest

Sem perder o fôlego saindo do Triângulo Mineiro, tem a graciosa Patos de Minas, no Alto Paranaíba. Carinhosamente chamada de Patos, a cidade encontrou nas terras áridas do cerrado sua maior vocação. Lá, tudo que se planta nasce, cresce e floresce, tendo ganhado o título de Capital do Milho. O município sedia o Memorial Casa da Cultura do Milho e a Festa Nacional do Milho (Fenamilho), maior festividade do interior de Minas Gerais. Logo às margens do Velho Chico, o trecho é ideal para desfrutar os sabores do cerrado. A pacata Varjão de Minas mantém o característico clima bucólico, cenário ideal para o turismo contemplativo e rural.

Foto: Sistema Mineiro de Inovação/Divulgação

Em seguida, o município de Pirapora conserva todas as tradições do cerrado à beira do Velho Chico. Um convite para deliciar pratos típicos como a moqueca de surubim. Cidade ribeirinha, não só a gastronomia, mas toda a rica identidade do povo piraporense remonta à proximidade com o Velho Chico. Um dos maiores símbolos da cidade, inclusive, vive em suas águas. A embarcação Benjamim Guimarães chegou ao município na década de 1920, após ter sido utilizada no Rio Mississipi, nos EUA, e em navegações na Amazônia. O barco é o único de seu gênero – movido a vapor de lenha – em atividade no mundo.

Foto: Tripadvisor/Reprodução

Chegando em Montes Claros o destaque vai para o Mercado Municipal é o local mais indicado para quem quer saborear as iguarias – rapadura, queijo, doces, farinha de mandioca, biscoitos, requeijão, carne de sol, cachaça, frutos do cerrado (pequi, buriti, cagaita, umbu, araticum, baru, macaúba, coquinho azedo e mangaba) e seus derivados – em um só lugar!

Foto: Fábio Marçal de Oliveira

Entrando na rota dos diamantes, veredas de Guimarães Rosa , há a cidade de Bocaiúva. Entre 1710 e 1720, foi encontrada uma imagem do Senhor do Bonfim na cidade, o que fortaleceu a religiosidade como tradição. Hoje, a cidade é um berço de festejos religiosos. Entre eles estão a Folia de Reis de Alto Belo e as festas de São José, São Benedito, do Divino Espírito Santo e do Senhor do Bonfim. Ainda no Circuito dos Diamantes, cidades bucólicas, em um cenário barroco e rural, guardam verdadeiros paraísos naturais e relíquias arquitetônicas. A Capela Bom Jesus do Matozinhos, em estrutura aparente de pau-a-pique, e a Matriz Nossa Senhora da Conceição, notória pela delicadeza de sua ornamentação, são dois ícones da arquitetura em Couto de Magalhães de Minas, popular pelo artesanato em palha e madeira.

Foto: Arquivo/Divulgação Aquidiocese de Montes Claros

A região é a terra dos mestres artesões, tendo Diamantina, como principal referência. Becos cortam o conjunto arquitetônico da cidade e conduzem os visitantes por uma viagem no tempo. O imóvel em que o presidente JK viveu é um dos prédios mais visitados. A Praça da Unesco exibe o painel de azulejos de Yara Tupinambá em homenagem Chica da Silva – escrava alforriada que atingiu uma posição de destaque no Arraial do Tijuco.

Foto: Diamantina – MG ©Markito | by ItamaratyGovBr

Por fim, temos Curvelo, um dos pontos de partida de inúmeras expedições de João Guimarães Rosa pelo sertão mineiro. De cunho literário, o Circuito Turístico Guimarães Rosa nasceu de experiências realizadas por amantes da literatura. Curvelo, uma das cidades mais arborizadas do país, ganhou fama devido a três grandes festas: a Oitava de São Geraldo, o Forró e a Exposição Agropecuária.

Foto: Arquivo/Divugalção Prefeitura Municipal de Curvelo