Vendedor de biscoito com terno e gravata faz sucesso em semáforo de Goiânia

‘Temos que ser fiel no pouco para que possamos alcançar coisas maiores’

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque
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Ele já é figura conhecida pelos motoristas que cruzam a Rua 148 com a Avenida 136, no Setor Marista. O elegante vendedor de peta (biscoitos de polvilho) chama a atenção de quem passa por alí, exatamente pelo estilo que não lembra em nada um trabalhador de rua. Gel no cabelo, barba sempre desenhada, perfume, terno, gravata e sapato social, faça chuva ou faça sol. O visual vai muito além da vaidade, ele garante. É estratégia comercial. A abordagem também é sempre cordial. Chama a clientela de senhor ou senhora, independentemente de quem esteja pilotando o veículo. “A apresentação traz mais credibilidade. Como trabalho com alimento, os clientes buscam higiene e uma boa impressão. O produto é bom, mas o atendimento e o jeito de receber os clientes fazem toda diferença. Sempre tem gente elogiando”, conta o rapaz. Resultado do diferencial competitivo: 100 biscoitos vendidos em média por dia (um por R$ 6 e dois por R$ 10) e uma clientela cativa – também conhecida no jargão empresarial como fidelização. Curta Mais parou hoje para conhecer mais essa história anônima das ruas de Goiânia. De tão inspiradora, resolvemos compartilhar com vocês.

O jovem Islael Alves, de 20 anos, é casado e levanta cedo para garantir a peta de cada dia. Sai ainda de madrugada de casa e só volta após a última hora do rush ou quando o estoque acaba. O tocantinense deixou a terra natal há dois anos em busca de melhores oportunidades em Goiânia. Vende biscoito há dois anos e dele garante o sustento da casa. Casado, ele junta dinheiro para comprar um carro e a casa própria e realizar o grande sonho de abrir o próprio negócio. “Quero abrir minha empresa, provavelmente um comércio na área de alimentação, pelo menos jeito e roupa de empresário acho que eu já tenho”.

Mesmo investindo na aparência e no atendimento, Isael conta que ainda é visto com preconceito por muita gente pelo fato de trabalhar na rua, mas afirma que tem muito orgulho do que faz. “É o que Deus colocou na minha mão e tem dado certo, até chegar o momento de dar o próximo passo. Temos que ser fiel no pouco para que possamos alcançar coisas maiores”.

Sem perceber, Islael nos deu uma aula de motivação e empreendedorismo.