Todo brasileiro é publicitário nato: conheça o barbeiro que teve a vida transformada por um meme

Como uma solução barata e criativa salvou o negócio de 'Baiano', em Brasília

Caio Miranda
Por Caio Miranda
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No começo do ano, o Gildásio Santos precisou mudar a sua barbearia para outro endereço, alguns metros adiante na avenida. A mudança, desavisada, causou queda drástica no movimento e o barbeiro viu a sua renda despencar.

Eis que ele teve uma ideia para chamar de volta a atenção da clientela:

Você deve lembrar desse vídeo. O registro da publicidade no Twitter fez sucesso imediato, alcançando mais de 1.4 milhão de pessoas em poucos dias e a frase que a acompanhava, “brasileiro já nasce com diploma de publicitário”, virou meme nacional.

A brincadeira alçou baiano ao posto de celebridade em Riacho Fundo (DF), com seu novo posto de trabalho recebendo dezenas de pessoas diariamente para conferir a pérola ao vivo. Pessoas chegavam a viajar de Valparaíso, no entorno do Distrito Federal, a quase 40km de distância, só pra cortar o cabelo com o gênio.

O retorno financeiro também foi certo: Baiano viu sua receita aumentar em 40%, tendo que mudar o horário de fechamento da barbearia (era às 19h, passou a ser 23h) para atender uma demanda tão grande.

Sempre muito descontraído, o barbeiro passou a aplicar a sua criatividade também no tratamento aos clientes. Um exemplo disso é o espelho que ele usa para mostrar o corte na parte de trás da cabeça: ele tem adesivos com chifres.

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Wellington Hanna/G1

 

Da ideia surgiu o ‘clube do corno’: um painel com fotos dos clientes que aceitam registrar seu rosto com o espelho e entrar para o hall, com direito a desconto no valor do corte.

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O clube, batizado de ACU – Associação dos Cornos Unidos, já tem carteirinha oficial e os filiados garantem que, com ela, conseguem desconto em papelarias e farmácias próximas ao salão. Outros estabelecimentos da área estão em fase de negociação e o clube de vantagens promete expandir.

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O lugar, então, virou um verdadeiro ponto de encontro da comunidade local. Muitos visitantes não vão ao salão para cortar o cabelo ou fazer a barba, mas para encontrar amigos, jogar conversa fora, beber cerveja, cantar um pagode ou apenas tietar Gildásio.

 

Baiano garante que ainda não parou de colher os frutos de tanta criatividade: “o Clube do Corno vai virar bloco de carnaval no ano que vem”, diz o barbeiro. “Um amigo, músico, já disse que vai gravar uma música em homenagem ao clube e à barbearia”, completa, orgulhoso.