Conheça a história e os detalhes do Doce Alfenim que se tornou Patrimônio Cultural de Goiás

O Doce Alfenim é uma especiaria tradicional, principalmente, na Cidade de Goiás. Feito de açúcar, ovos e limão, a iguaria de formatos variados, como animais, flores e imagens religiosas, o doce agora é Patrimônio Cultural Imaterial do estado.

A lei, de autoria do deputado Coronel Adailton (PRTB), foi sancionada pelo governador Ronaldo Caiado. “A tradição da gastronomia e cultura dos alfenins vem sendo preservada naquele município por Sílvia da Silva Curado, uma senhora de 87 anos, a única doceira da região que ainda conhece os segredos de seu preparo”, aponta o parlamentar.

Embora seja um doce de poucos ingredientes, por ser extremamente delicado, exige tempo, destreza e conhecimento do ponto adequado para sua fabricação, fatores que desestimulam a sua produção por outras doceiras da região.

A massa, feita de açúcar, água e um pouquinho de vinagre, exige maestria para ser moldada. Pela dificuldade em seu preparo, esse doce está sob o risco de desaparecer. Diante da gravidade dessa previsão para a cidade e para a gastronomia e cultura goiana, Adailton propôs declarar o alfenim como Patrimônio Cultural e Imaterial de Goiás.

alfenim
Foto: Manuela Cardoso

doce

 

Origem e tradição

Na Cidade de Goiás, a tradição do doce é mantida por Silvia da Silva Curado, a única doceira da região que ainda produz o alfenim. A senhora, com 90 anos de idade, disse que herdou a receita da avó e que ainda hoje fornece a delicada e frágil guloseima na janela de sua casa, que fica no Largo do Chafariz.

Além da cidade de Goiás, os alfenins também são populares em festas do Divino Espírito Santo realizadas em outras localidades de Goiás, como Pirenópolis e Trindade.

O doce tem, na verdade, origem árabe, e ganhou esculturas que fazem alusão a festas populares e religiosas brasileiras, aos animais comuns das fazendas e aos símbolos das comunidades do interior do País. A palavra alfenim vem do Árabe “al-fenid”, que significa aquilo que é branco, alvo.

 

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Receita de Alfenim:

Ingredientes:

½ kg de açúcar refinado;

1 ½ xícara de água

20 gotas de sumo de limão;

Polvilho doce (goma);

1 tesourinha de bico virado (utensílio);

Modo de preparo:

1.    Numa panela pequena junte o açúcar, a água, e as gotas de sumo de limão. Misture bem e leve ao fogo forte. Não mexa mais para não açucarar.

2.    Numa assadeira espalhe uma boa quantidade de polvilho.

3.    Numa panela grande ponha água e bastante gelo.

4.    A calda que está no fogo irá formar uma espuma que subirá até o alto da panela e depois descerá, suavizando a fervura, tornando-se ligeiramente amarelada.

5.    Com uma colher de sopa, inclinada, tire um pouco da calda e deite na água gelada para testar o ponto. Pegue a calda com a mão e amasse. O fio formado deverá “triscar”, ficará quebradiço, estalando quando partido. Isso ocorrerá uns 25 minutos depois de iniciada a fervura da calda que em Goiânia é chamada de melado.

6.    Para esfriar mais rapidamente, divida a calda por 4 vasilhas ou panelas pequenas e deixe descansar uns 25 minutos, até esfriar e secar. Leve novamente ao fogo apenas para se tornar maleável.

7.   Tire a calda de uma das vasilhas e comece a trabalhar puxando a massa com as duas mãos, puxando aquela massa elástica, tornando a juntá-la, afastando novamente, até ficar branca e ainda maleável. Como se estivesse puxando uma massa de bala de coco.

8.    Divida em bolinhas do tamanho de uma noz, deposite as bolinhas sobre a assadeira polvilhada. Comece então a formar as figuras desejadas, recorrendo à tesourinha para ajudar a “esculpir”. Se a massa endurecer demais, umedeça ligeiramente os dedos para que amacie um pouco. Cada vez que apanhar uma nova bolinha, puxe-a novamente até que volte a ficar firme e maleável.

9.    Vá polvilhando as mãos e os dedos à medida que forem ficando melados e difíceis de trabalhar. As caldas que ficam nas outras vasilhas ficam frias e firmes. Junte ½ colher (sopa) de água e leve ao fogo por uns 15 segundos apenas para que se torne maleável.

10. Para pintar os bichinhos use corante alimentício para bolo dissolvido em água adoçada com açúcar cristal para ficar mais firme e não escorrer. Como pincel, utilize um palito.

11. Leve ao sol da manhã para secarem por 2 horas.

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Todo mundo gosta de doces, mais ou menos intensos, é difícil encontrar uma pessoa que resista a tamanhas gostosuras. Ao falarmos em gastronomia, devemos levar em consideração o contexto sócio-histórico de cada região. Aqui em Goiás, é muito comum vermos doces como a Puxa, Doce de Leite, doces de Compota, Curau, e tantos outros. Por isso, nós aqui da redação do Curta Mais selecionamos uma listinha com outros doces conhecidos e não tão conhecidos assim para você encher a boca d’água e ir até a doceria/doceira mais próxima e se deliciar. Ou, até, fazer em casa. E lembre-se de convidar a gente!

1 – Cajuzinho do Cerrado

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Foto: Amigo Gourmet

Diferente daquele cajuzinho das festas infantis que estamos acostumado, aqueles feitos com massa de amendoim, o Cajuzinho do Cerrado leva a fruta típica da região, o cajuzinho, açúcar, banana, água e açúcar granulado, que são os ingredientes necessários para fazer essa delícia.

2 – Doces Cristalizados

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Foto: amandicaindica

Quem nunca ouviu falar nos famosos doces de Nerópolis? São só um exemplo dos diversos tipos de doces cristalizados, típicos de Goiás. As receitas podem ser as mais diversas, seja com abóbora, leite, figo, laranja, murici, mamão, cidra…

3 – Alfenim

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Foto: reprodução da internet

O típico doce goiano tem origem remota, na era medieval, de origem árabe, que chegou às terras tupiniquins com os imigrantes. Alfenim vem da palavra árabe “al-fenid”, que significa ‘aquilo que é branco’. Muito famoso pelas mãos das doceiras da Cidade de Goiás, esse é um doce de ingredientes simples mas que exige ‘mão boa’ para acertar o ponto.

4 – Pastelinho

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Foto: estadão

Manteiga, banha de porco, farinha de trigo, fermento em pó, leite, ovos e canela. Esses ingredientes parecem mais de uma receita de comida salgada, mas se trata de um doce. O grande diferencial é o doce de leite, que serve de recheio para essa massa.

5 – Trufa de Paçoca com Baru

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Foto: Receitas de mãe

Amendoim moído e torrado, leite condensado, margarina, açúcar e baru são os ingredientes que compõem essa delícia. O Baru é uma amêndoa típica do cerrado, que possui alto valor nutricional, por volta de 23% de proteína.

6 – Chocolate com Pequi

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Foto: destemperados

Uma mistura de chocolate amargo, creme de leite e leite condensado. Esse doce possui a mesma receita de uma trufa tradicional, com um toque especial, o pequi, uma fruta nativa do cerrado, com sabor e aroma peculiar.

7 – Mané Pelado

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Foto: Pinterest

Bolo tradicional feito com mandioca, queijo ralado, coco, ovos, açúcar e manteiga. Deliciosa opção para o café-da-manhã, café da tarde, a qualquer momento na verdade.

8 – Cuca Goiana

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Foto: midiacult

Herdada da cultura sulista, Cuca vem da palavra alemã Kuchen, que significa bolo. Tecnicamente não é um bolo, mas sim um pão doce recheado. Regionalisando essa sobremesa, muito conhecida em nosso estado, a Cuca Goiâna tem a base de sua receita com farinha, ovos, açúcar e leite. Sendo os principais ingredientes banana e canela.

9 – Trufa de Chocolate com Baru

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Foto: Receitas Nestlé

Feito com chocolate amargo, creme de leite, leite condensado e sementes de baru, amêndoa nativa de Goiás. Depois de pronta, a massa é enrolada em várias bolinhas, passadas em chocolate em pó e servidas individualmente.

10 – Bolo de Fubá com Erva Doce

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Foto: Reprodução da internet

O tradicional bolo de fubá ganha um toque especial goiano. Por aqui é comum acrescentar sementes de erva doce na receita. O cheiro e sabor característicos da erva dão originalidade a essa sobremesa.

Capa: reprodução da internet