Primavera dos Museus: confira a programação gratuita em Goiânia

Os Museus da Imagem e do Som (MIS) e Pedro Ludovico, juntamente com o Arquivo Histórico Estadual, todos localizados em Goiânia, preparam uma programação especial como parte da 17ª edição da Primavera dos Museus, um evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

Essas atividades são de acesso gratuito e ocorrerão entre os dias 20 e 23 de setembro, com a possibilidade de receber certificados de participação. O tema escolhido para este ano é “Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas”.

A Primavera dos Museus é uma iniciativa anual que coincide com o início da estação da primavera e envolve museus e instituições culturais em todo o Brasil. Essa temporada cultural tem como objetivo incentivar a participação do público nas atividades organizadas pelos museus e criar espaços para reflexões e diálogos sobre questões relevantes da sociedade contemporânea.

No dia 20 de setembro, o Arquivo Histórico Estadual realizará uma mesa redonda intitulada “Memórias, Democracia, Arquivos e Museus: Espaços de Pesquisa e Perspectivas LGBT+”, com a participação de Leonardo Tavares Alencar, bacharel em Museologia e mestre em Antropologia, e mediação de Marília Mendonça Mesquita.

No Museu da Imagem e do Som, no dia 21 de setembro, será ministrada a oficina “Grafismo do Povo Originário Iny” por Sinvaldo – Wahuka. A oficina incluirá a apresentação dos significados de alguns dos grafismos do povo originário Iny – Karajá, seguida de atividades práticas de pintura em guache sobre papel.

Em 22 de setembro, o MIS exibirá o filme “Transformação de Identidades da Noite”, dirigido por Patrick Mendes, uma obra premiada como Melhor Roteiro na Mostra de Cinema Goiano do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica 2023). Neste dia, também haverá uma mesa redonda com o cineasta e produtor cultural Patrick Mendes e Paulinho Reis, com mediação de Luís Felipe Pinheiro.

No sábado, 23 de setembro, o Museu Pedro Ludovico sediará a mesa redonda “Memória da Luta por Políticas Públicas para a Comunidade LGBTQIAPN+”, que marcará o início do calendário de 2023 do projeto Café com Pedro. Este debate se baseará no texto de referência da Primavera dos Museus: “As memórias da comunidade LGBTQIAPN+ como fundamentais para compreender a luta por direitos civis, igualdade e respeito

 

Confira a programação completa clicando AQUI.

 

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Foto de Capa:  Divulgação/Secult

Advogada quilombola goiana está na lista das mulheres de sucesso da Forbes 2022

A advogada quilombola Vercilene Dias, formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), moradora de Cavalcante, na região nordeste de Goiás, está entre as “20 Mulheres de Sucesso” pela revista Forbes. Com esse reconhecimento, ela acredita que a batalha por direito das comunidades quilombolas ganha força. As informações são do G1.

 

“Além do reconhecimento individual, é um reconhecimento coletivo, não só do território kalunga ou das 58 comunidades quilombolas do estado de Goiás, mas das mais das 6 mil comunidades quilombolas do Brasil. É uma luta por direitos”, disse ao G1.

 

A lista foi divulgada nesta última quarta-feira (23). Anualmente, a revista faz uma lista com nomes femininos que se destacaram em diversas áreas de atuação. Outras mulheres apontadas na lista deste ano são algumas famosas, como a empresária e ex-BBB Bianca Andrade, também conhecida como Boca Rosa e as atrizes Fiorella Mattheis e Taís Araújo.

 

Vercilene nasceu na comunidade Kalunga, que é o maior território quilombola do país, em Cavalcante. Segundo a Forbes, ela é a primeira quilombola com título de mestre em direito do Brasil.

 

Aos 6 anos, ela saiu da casa dos pais para morar em outro território kalunga para poder estudar. Ainda na infância, ela trabalhou como doméstica, em troca de casa e comida, além do direito de estudar. Quando tinha 17 anos, ela entrou no curso de direito na Universidade Federal de Goiás (UFG).

 

“Na casa dos meus pais até hoje não tem energia, internet ou telefone. Recentemente, fiquei lá 14 dias sem qualquer meio de comunicação, ilhada, em decorrência das chuvas. A gente está falando da invisibilização de um povo que não está distante e que está próximo da capital do país”, .

 

Após a publicação, Vercilene contou ainda que tem recebido mensagens de pessoas de diversas regiões, inclusive, do público infantil, que se espelha nela. Ela diz que espera que o reconhecimento que está recebendo seja a porta de entrada para que outros quilombolas alcancem suas conquistas.

Foto: Reprodução/Forbes

Comunidade Quilombola em Goiás é conhecida por produzir remédios naturais e preservar plantas do Cerrado

A comunidade Quilombola do Cedro, no município de Mineiros, em Goiás, é conhecida por manter uma verdadeira ‘’farmácia viva’’ na região. Usando a sabedoria de seus antepassados, a comunidade produz cerca de 90 medicamentos a partir de plantas medicinais cultivadas no Cerrado, utilizando uma variedade de 450 plantas nativas e catalogadas, e as transformando em remédios como xaropes, pomadas, óleos e outros.

 

Cada uma das 37 famílias que vivem lá, possui uma horta com ervas como douradinha, barbatimão e velame-branco, nomes que podem ser desconhecidos para quem não é da região. Mas, os mais de 140 moradores da comunidade, sabem quais sementes e cascas aliviam as dores e quais misturas de plantas se transformam em remédios para doenças como sinusite, rinite alérgica e infecções.

 

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Oficina de Plantas Medicinais do Cerrado ministrada por Ângela Maria dos Santos Morais em 2019.

 

 

O engajamento e conhecimento dos moradores da Comunidade é tanta que eles criaram, em 1997, uma espécie de ‘’laboratório’’ para a produção: o Centro Comunitário de Plantas Medicinais do Cerrado, um núcleo dedicado ao preparo artesanal de medicamentos e um espaço de conexão com a natureza e que funciona até hoje.

 

Além disso, o grupo também é responsável pela Farmacopéia Popular do Cerrado, uma espécie de enciclopédia com mais de 300 páginas que descreve as plantas medicinais do bioma, o seu uso e formas de manejo sustentável, e um dos pouquíssimos registros escritos sobre plantas medicinais nativas no Brasil.

 

Imagem: Reprodução

 

 

Veja também: 6 construções sustentáveis em Goiânia que ajudam a tornar o mundo melhor

 

Goiás tem política pioneira de cotas para quilombolas em Universidade

Goiás, segundo o Índice Folha de Equilíbrio Racial (Ifer), foi o quinto estado do país que mais diminuiu a disparidade entre pessoas negras e brancas no ensino superior nos últimos anos. Por isso, hoje é o quarto estado com menor desequilíbrio racial nas Universidades, no Brasil.

 

Dentre os motivos para que esses dados se tornassem realidade, está o pioneirismo nas políticas afirmativas de cotas nas Universidades, a exemplo disso, tem-se o programa UFGInclui, da Universidade Federal de Goiás. O programa garante através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), vagas em inúmeros cursos apenas para jovens e adultos indígenas e quilombolas, possibilitando uma maior igualdade para que esses estudantes tenham a oportunidade de ingressarem para a educação superior. 

 

A UFG também possui cotas gerais para negros na graduação e na pós graduação. Em entrevista à Folha de São Paulo, o pesquisador Jefferson de Freitas, relata que 3,4% das vagas de cotistas em Goiás são ocupadas por estudantes quilombolas, o que representa uma média maior que a nacional, que é de 0,5%. 

 

UFG INCLUI 

 

O programa UFGInclui foi criado há mais de 12 anos e tem o objetivo de diminuir a desigualdade social e racial dentro da Universidade. O programa gera uma vaga extra em cada curso onde houver demanda indígena e quilombola, o acadêmico do UFGInclui tem direito a uma bolsa permanência do Ministério da Educação, de 900 reais, bem como de acompanhamento acadêmico por parte da UFG.

 

Para saber mais e ter acesso aos editais, entre no site do UFGInclui.

Foto: Divulgação/ Universidade Federal de Goiás

Projeto piloto de robótica visita comunidade quilombola em município de Goiás

Na última semana, estudantes da comunidade quilombola Mesquita, localizada no município Cidade Ocidental, a 196 quilômetros de Goiânia, conheceram de perto um projeto piloto, intitulado de Robótica Espacial.

 

Além de impressoras 3D, máquinas laser, notebooks, robôs, rovers e drones, os alunos presenciaram um caminhão do projeto-piloto, transformado em base lunar.  A capota foi transformada em um aeroporto de drones pilotados por um engenheiro de robótica e um instrutor e desenvolvedor de jogos e aplicativos.

 

Por conta da Covid-19, o diretor da Escola Municipal Aleixo Pereira Braga, salientou que a visita foi realizada conforme os cuidados de prevenção e distanciamento social. “A visita só foi possível porque a comunidade é de área quilombola e todos os adultos acima de 18 anos estão vacinados contra a covid-19, além disso, tudo está planejado para garantir o distanciamento social e a utilização de máscaras”, afirmou ele.

 

O programa, que contou com 25 alunos nesta visita e tem como objetivo promover a inclusão social de crianças e adolescentes, é uma iniciativa do Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação (FNDE), e feito em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e com a Agência Espacial Brasileira (AEB). “É um ótimo pano de fundo para a criança entender até onde ela pode chegar, desenvolver essa vontade e gerar novos limites”, afirmou, em nota, o diretor de tecnologia e inovação do FNDE, Paulo Aragão Ramalho.

 

Em todo o país 250 escolas são participantes do projeto, que conta com mais de 10 mil estudantes da educação básica de escolas públicas e participantes de 26 estados. Os alunos têm acesso a um curso online de robótica com personagens divertidos e é inspirado no projeto Artemis, liderado pela Nasa, a agência espacial norte-americana. “A ideia é difundir em todo o Brasil, da melhor maneira possível, e capacitar essas crianças na ponta. É missão do FNDE levar essa capacitação a todos os mais de 5 mil e 200 municípios brasileiros”, continuou.

 

Agora, os jovens passarão boa parte do tempo com uma plataforma digital com capacidade de autoaprendizagem (self-learning) e de simulação, mas também, irá interagir com o professor que receberá suporte para conduzir aqueles que precisam. Segundo o criador da plataforma, Alex Roger, da empresa de tecnologia BeByte, os alunos não precisarão ter conhecimento para acompanhar as atividades, pois a plataforma foi criada para ser totalmente intuitiva e fácil de usar.

 

Foto: Agência Brasil

Cavalcante (GO) elege o único prefeito quilombola do Brasil

A comunidade Kalunga, em Cavalcante, Goiás, está em festa. Pela primeira vez na história, o maior quilombo (descendentes de escravos) do Brasil terá um representante no comando da cidade de cerca de 10 mil habitantes e a 373 quilômetros de Goiânia, localizada na Chapada dos Veadeiros.

Aos 40 anos de idade, Vilmar Kalunga é o único quilombola a vencer a disputa no país em 2020 com o apoio de 35,68% do eleitorado no município, totalizando 1.959 votos válidos. Ele foi presidente da Associação Quilombo Kalunga (AQK) até 2019 e faz história a se tornar o segundo prefeito quilombola do Brasil. A primeira foi Darcira, eleita prefeita em 2012 no município de Açucena (MG).

“Em 189 anos da cidade, é a primeira vez que vamos ter um prefeito kalunga, quilombola. Meu objetivo é a união, fazer um governo colaborativo, participativo. Queremos romper barreiras, não só dos kalungas, mas de todo mundo, em plena colaboração social”, disse Vilmar ao site G1.

Turismo como bandeira

Vilmar é guia turístico na região e durante toda a campanha defendeu o setor.

“Também faço parte dessa categoria e em nossa gestão pretendemos incentivar e fortalecer a categoria que acreditamos ser uma das principais do setor Turístico local. Fecharemos diversas parcerias com entidades de ensino, trazendo diversos cursos de capacitação e aprimoramento, fortalecendo as associações”, afirma Vilmar.

Cavalcante é um dos destinos turísticos que mais vem crescendo nos últimos anos. O Curta Mais foi um dos primeiros sites no país a divulgar os atrativos da cidade com listas e matérias que acumulam milhões de acessos, ajudando a promover qualitativamente a região.

Confira alguns conteúdos e aproveite para programar uma visita:

10 motivos para você conhecer Cavalcante em Goiás o mais rápido possível

18 imagens que vão fazer você querer fugir para Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros

6 cachoeiras surreais em Cavalcante que todo goiano precisa visitar

6 motivos para morrer de amores por Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros

Trilhas, quedas d’água e piscinas naturais fazem da Cachoeira do Candaru um destaque em Cavalcante

Mirante da Nova Aurora é parada obrigatória para quem visita Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros

 

 

Instituto presidido pelo Chef Alex Atala registra marca da Baunilha do Cerrado e causa polêmica com quilombolas

O mais famoso chef do Brasil é o pivô de uma polêmica envolvendo produtores quilombolas na Chapada dos Veadeiros em Goiás. No centro da discussão está a cobiçada Baunilha do Cerrado, iguaria em ascensão no mundo gastronômico. A título de comparação, a baunilha tradicional, produzida na ilha de Madagascar, pode superar R$ 3 mil o quilo!

O Instituto ATÁ, criado por Atala, inclusive já registrou o domínio Baunilha do Cerrado na internet. Basta uma busca pelas duas palavras chaves que o site é um dos primeiros a aparecer no Google. “O projeto possui como um dos seus objetivos principais o desenvolvimento da comunidade através da qualificação de produtos que já fazem parte da economia da comunidade. O projeto prevê qualificação da comunidade; em especial as mulheres para a produção de alimentos de maneira que garanta um produto pronto para o mercado de consumo. Outro objetivo é a criação de um sistema de cultivo de baunilhas em sistema agroflorestal e um projeto piloto de cultivo em estufa; coordenado em parceria com a Associação da Comunidade Kalunga, para que as baunilhas possam ser introduzidas no mercado nacional de maneira justa”, explica o site do Instituto ATÁ dedicado ao tema.

A polêmica veio à tona no dia 13 de abril, durante o lançamento da linha Ecossocial Kalunga, com diversos produtos, como a pimenta-de-macaco e gergelim – produzidos no Território do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, maior quilombo do Brasil, que engloba os municípios goianos de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. Mas o alvo principal da disputa é a Baunilha do Cerrado.

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Objeto de desejo: o ainda pouco conhecido fruto do Cerrado tem enorme potencial de mercado. (Foto: Divulgação Instituto ATÁ)

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Presidente do Insituto ATÁ, Alex Atala e o então presidente da Fundação do Banco do Brasil, Asclepius Ramatiz Lopes Soares, assinando o convênio do Projeto Baunilha do Cerrado.

Os produtores quilombolas denunciaram ao site De Olho Nos Ruralistas que teriam sido lesados após o Instituto ATÁ ter registrado o uso do nome da iguaria no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Já Atala se defendeu, por meio de nota, que tomou a decisão para “preservar o projeto, proteger a baunilha de uma possível super exploração em estado selvagem e cumprir com o convênio com a Fundação Banco do Brasil”.

O projeto recebeu R$ 424 mil da Fundação Banco do Brasil para “ajudar os quilombolas a formar uma cadeia produtiva da espécie”, mas os quilombolas alegam que receberam apenas 10% do benefício prometido, segundo a reportagem.

“Caiu muito mal na comunidade a notícia do lançamento, de ter visto os produtos com uma identidade visual que ela não ajudou a elaborar, mas que carrega seu nome, quando oficinas e outras promessas não aconteceram como tinha sido combinado”, disse ao portal De Olho nos Ruralistas a advogada da Associação Quilombo Kalunga, Andrea Gonçalves, que confirma o desgaste entre o chef e os quilombolas.

O assunto também tem causado enorme burburinho no mundo da gastronomia. A chef Carmen Virginia, do Restaurante Altar, em Recife, usou seu Instagram e saiu em defesa dos quilombolas. “A apropriação de alguns chefs a culturas que não são as dele! É muito fácil ter grana pra viajar, estudar nas melhores escolas, aprender técnicas, chegar com sua dolma branca e vim pra nossos terreiros, nossos quilombos, nossas aldeias em busca do nosso tesouro!”

O chef Henrique Pontes, que comanda o Meze, um dos principais restaurantes de alta gastronomia em Goiânia e que usa a Baunilha do Cerrado em seus pratos, comenta o caso.

“Acho uma polêmica ruim até para o próprio nome dele que sempre fez um belo trabalho para a gastronomia brasileira. O efeito mais negativo é que deve fazer o preço subir, o que pode inviabilizar o trabalho com a especiaria. Por outro lado, é bom que ajuda a divulgar a riqueza dos insumos que temos no Cerrado. Se algum dia houver alguma proibição de usar o nome Baunilha do Cerrado, a gente usa o outro nome”, minimizou.

Alberto Nascimento, diretor da Cervejaria Colombina, marca goiana famosa por usar ingredientes regionais em suas bebidas, também critica a iniciativa. “A atitude do Instituto Ata e do Chef Alex Atala de registrar comercialmente no INPI o termo ‘Baunilha do Cerrado’ foi uma grande infelicidade. E essa atitute afeta consideravelmente a credibilidade da instituição e do Chef, que vem fazendo um trabalho importante com os biomas brasileiros. Os registros nas categorias de Serviço, e a tentativa de registro nas categorias de Produto, deixam clara a intenção de tomar posse e restringir. O argumento de que o registro tem o intuito de proteger a baunilha se enfraquece no fato de uma instituição privada, gerida por um profissional da gastronomia, se auto proclamar a defensora desse fruto que tanto encanta nosso Cerrado. O registro comercial não protege, somente restringe ao Chef Alex Atala o direito de uso”.

Curta Mais fez contato com o chef Alex Atala que afirmou, por meio de nota, que o registro não tem fins comerciais. “Os registros da marca “Baunilha do Cerrado” são apenas para beneficiamento de alimentos, e assessoria, consultoria e informação em nutrição; orientação nutricional; assessoria, consultoria e informação sobre pesquisas no campo de agricultura. Portanto, são classificações genéricas e que não guardam relação com qualquer autorização a beneficiar especificamente produtos da base produtiva Kalunga”, pontua.

Em resposta a reportagem publicada pelo site De olho nos Ruralistas, o Instituto ATÁ publicou uma nota sobre o assunto. Leia na íntegra:

O Convênio 15387, assinado com a Fundação Banco do Brasil em 2016, tem como objetivo geral contribuir para a melhoria da qualidade de vida e geração de renda na comunidade Kalunga de Vão de Almas, por meio da produção de baunilha do Cerrado.

No Convênio, o Instituto ATÁ se comprometeu a participar com 9,8575% dos custos totais do Projeto Baunilha do Cerrado, como contrapartida, por meio de aquisição de produtos e/ou serviços, devidamente aprovado e comprovado pela Fundação Banco do Brasil. (Isso esclarece a informação errada no subtítulo da matéria publicada pelo site de que a comunidade recebe menos de 10% do valor. A comunidade se beneficia da produção da baunilha e os quase 10% fazem parte da contrapartida do projeto). As contrapartidas apresentadas foram: cursos de capacitação, desenvolvimento de plano de comunicação e desenvolvimento de portal de conteúdo. Vale destacar que o projeto não executou 100% do recurso aportado pelo financiador, motivo pelo qual o valor restante (R$ 20.228,43) foi devolvido (não creditado) ao financiador.

Em relação aos pedidos pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), reiteramos que os pedidos de registro de marca Baunilha do Cerrado visaram exclusivamente à proteção do projeto contra terceiros de má-fé e para o cumprimento pelo ATÁ nas ações, previstas no convênio com a Fundação Banco do Brasil, e sem qualquer finalidade comercial. Diferentemente das informações da reportagem, esclarecemos que os registros são apenas na classe de serviços, o que não nos permite exclusividade na comercialização da baunilha, juridicamente impossível, afinal somos uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), sem fins lucrativos.

 Em momento algum, o seu registro teve ou tem como objetivo de impedir ou proibir a utilização por qualquer pessoa, incluindo a Associação Quilombo Kalunga, de poder livremente identificar, distribuir ou comercializar o produto com o nome “Baunilha do Cerrado” no mercado, comercialização essa que já acontece.

Como contrapartida prevista no convênio com a FBB, por meio da Central do Cerrado, adquirimos produtos da comunidade e promovemos a revenda em alguns locais nas grandes cidades. Esses produtos não usam marca e/o nome “Baunilha do Cerrado”, apenas o nome do produto (arroz, farinha, pimenta, gergelim e outros), Kalunga (referência) e um logo “Projeto Baunilha do Cerrado”, como indicação da contrapartida do projeto, não com o objetivo de comercialização do produto baunilha-do-cerrado). Todas as ações são compartilhadas com as famílias Kalunga de Vão de Almas que participam do projeto, os convites foram enviados formalmente, sendo que tínhamos presentes dois representantes da comunidade.

É importante frisar que em projetos com comunidades tradicionais algumas famílias se envolvem mais que as outras, o que também aconteceu neste projeto, mas isso não significa que o Instituto ATÁ excluiu qualquer membro quilombola, principalmente, a Associação e sempre teve o cuidado em mantê-los informados das ações. Toda a interlocução desde o início do Projeto se deu foi por meio da Associação da comunidade, desde o começo de 2015. Foram realizadas várias reuniões, encontros participativos e ações coletivas, alguns destes eventos, envolvendo também os financiadores do projeto. Foram enviados e-mails com os passos finais e a sua conclusão prevista para o encerramento do projeto.

Todos os objetivos do convênio assinado com a Fundação Banco do Brasil foram cumpridos pelo Instituto ATÁ. Embora o convênio esteja encerrado, o projeto não se encerrou e continuamos trabalhando com nossos próprios recursos e buscando novos parceiros para dar seguimento ao projeto, se isso for de interesse da comunidade.

Algumas das ações realizadas na comunidade Kalunga não foram citadas na reportagem, tais como:

1)  construção de um viveiro para o cultivo e pesquisa de baunilha do cerrado, com tecnologia para garantir o máximo de qualidade produtiva e ainda possibilitar à comunidade utilizar o espaço para a produção de mudas do cerrado, horta e outros;

2) aplicação de oficinas de capacitação e manejo da baunilha;

3) desenvolvimento e aprimoramento técnico, comercial e sócio-produtivo de produtos da comunidade, como arroz, gergelim, pimenta macaco e farinha, sendo que hoje, esses produtos são revendidos em grandes centros comerciais, tais como, Mercado Municipal de Pinheiros em São Paulo, nos pontos de vendas do Instituto ATÁ e de seus parceiros, gerando renda direta aos produtores da comunidade;

4) realização de oficinas de cozinha infantil com as escolas da comunidade;

5) horta comunitária na escola;

6) realização de duas oficinas para a criação de uma agrofloresta com frutíferas, hortaliças e leguminosas.

O Instituto ATÁ não se dedica à realização de atividades de pesquisa científica envolvendo substâncias, elementos, organismos ou produtos da fauna ou flora brasileiras. Tampouco possui recursos ou infraestrutura para o efeito. Por isso, são infundadas e incorretas quaisquer alegações sobre a eventual apropriação de patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado pelo Instituto ATÁ e seus colaboradores, ou até mesmo a existência de eventuais pedidos de patente ou patentes concedidas em seu nome no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). 

É importante lembrar que o projeto deve ficar pronto em até cinco anos, pois as mudas precisam crescer. Hoje os mudários estão ativos e, com o cultivo bem-sucedido dessa espécie nesses locais, o próximo passo é a distribuição das mudas para as mulheres Kalunga para que elas possam ser criadas dentro do sistema social Kalunga. O projeto é feito para que todas as mulheres Kalunga possam ter essas mudas em suas casas – a baunilha é uma orquídea, fácil de se cultivar em casa, principalmente em regiões endêmicas como é Vão de Almas. Sendo assim, faz parte dos nossos objetivos também passar a essas mulheres as técnicas de cultivo caseiro para que elas possam fazê-lo e usar as baunilhas como quiserem.

O Instituto ATÁ atua nessa comunidade como estruturador de cadeia produtiva, com o propósito de fortalecer o território a partir da sua biodiversidade, agrobiodiversidade e sociobiodiversidade. Trabalhamos em parceria com a comunidade para que ela desenvolva e fortaleça o sistema de produção de baunilha, se torne independente, se empodere financeiramente e fortaleça o orgulho dos ingredientes daquele local.

Em todos os projetos do Instituto ATÁ os saberes e as técnicas de produção da comunidade, seja indígena, quilombola e até mesmo o pequeno produtor, são primordialmente preservadas. Em relação ao projeto Baunilha do Cerrado na comunidade Kalunga, atuamos fornecendo aos Kalunga os recursos para que eles possam domesticar de forma sustentável exemplares de um ingrediente que se encontra de forma selvagem em todo o bioma do Cerrado, para que a produção da baunilha complemente financeiramente as produções já dominadas por eles, tais como, arroz, gergelim, pimenta macaco, farinha e demais. Não retemos em nenhum momento do projeto informações georrefrenciadas e as técnicas quilombolas de seu cultivo.   

O ATÁ não possui e não fez coleta ou nenhum tipo de doação de mudas do território, assim como as pessoas que participaram do projeto ou os profissionais de campo. Todas as mudas plantadas foram doadas pelos envolvidos no projeto e estão plantadas no viveiro. Este assunto foi discutido e validado em reunião com toda a gestão da Associação Quilombola, com a presença da diretoria do Instituto ATÁ, em junho de 2018, durante visita ao território.

Somos uma organização sem fins lucrativos e atuamos neste projeto como estruturador de cadeia produtiva. Reiterando, trabalhamos em parceria com a comunidade Kalunga para que ela fortaleça seus sistemas de produção, se torne independente e possa se empoderar financeiramente e fortalecer o orgulho dos ingredientes nativos daquele local.

Comunidade Kalunga carrega cultura, tradição e história em santuário ecológico de Goiás

O Curta Mais já mostrou antes como o município de Cavalcante possui muitas belezas escondidas e ainda pouco exploradas. Com mais de 150 cachoeiras catalogadas (nem todas com acesso aberto para visitação), o local vem atraindo cada vez mais turistas que frequentam a Chapada dos Veadeiros.

Além de contar com belas atrações naturais, a pequena cidade é berço dos Kalunga – a maior comunidade de remanescentes quilombolas do Brasil. É interessante ressaltar que essa é uma comunidade que construiu a sua cultura ao longo de quase 300 anos de isolamento (que foi uma maneira do povo Kalunga de encontrar a liberdade). Até 1982 não havia um levantamento sobre sua sociedade – que só teve seu valor reconhecido pela antropóloga Mari Baiocchi.

 

Buscando fazer uma imersão no turismo de Goiás, nosso fotógrafo Marcos Aleotti foi até lá conferir de perto essa riqueza cultural e trazer todas as informações, dicas e fotos do local para que você possa se organizar e planejar uma visita à esse verdadeiro patrimônio histórico. A missão foi traduzir a essência da comunidade em seus registros, tarefa que foi executada com sucesso!

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Comunidade do Engenho Il

Situada na zona rural do município de Cavalcante, ao norte da Chapada dos Veadeiros, a Comunidade Kalunga do Engenho II vem se destacando na região devido ao grande potencial turístico, tanto étnico quanto de aventura.

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Os pontos atrativos do local variam entre cachoeiras, cannyions, trilhas, festas populares e religiosas, músicas, dança e artesanato. O turismo é a principal renda da comunidade e garante a preservação e conservação do meio ambiente e da cultura local.

No Centro de Atendimento ao Turismo você pode, além de pegar as informações básicas, provar lanches e doces deliciosos além de um caldo de cana com limão maravilhoso. Lá você também pode incentivar o mercado local comprando artesanatos, temperos e comidinhas produzidas pelas mulheres da comunidade.

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História

Na língua banto, de origem africana, Kalunga significa lugar sagrado, de proteção.

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A origem da comunidade aconteceu a mais de 200 anos, quando seus ancestrais fugiam da escravidão em pleno ciclo do ouro e da garimpagem. Na época, Goiás passava pelo período de colonização e começou a ser desbravado pelos portugueses. Cansados da submissão e dos castigos sofridos na exploração das minas de ouro, os escravas fugiram em busca de liberdade. Se escondendo nas matas e em locais de difícil acesso, acabaram criando seus quilombos em um dos lugares mais bonitos do Brasil, no norte do estado – Chapada dos Veadeiros.

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Em uma área de mais de 230 mil hectares, o quilombo Kalunga ocupa um vasto território que abrange parte de três municípios de Goiás: Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás.

O Sítio Histórico da comunidade é uma das maiores riquezas culturais do município de Cavalcante, e os Kalungas têm quatro núcleos diferentes: Vão de Almas, Vão do Moleque, Ribeirão dos Bois e Contenda. Esses núcleos são formados por pequenos povoados como Engenho, Diadema, Riachão, Ema e outros, e abriga mais de 4500 pessoas, sendo considerado o maior quilombo do Brasil em extensão territorial.

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Com aproximadamente 90% da sua área ambiental preservada, o local foi reconhecido oficialmente, em 1991, como Sítio Histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga e Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil.

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Tradições Culturais

Na comunidade, as festas são rituais de grande expressão cultural. Mais do que uma mera comemoração, elas representam a cultura local e têm um papel social, de união, alegria e tradição. Através das festas, os Kalungas se reencontram com sua identidade cultural e expressam seus costumes através da dança – que tem um forte simbolismo para a cultura:

– Sussa: de origem africana, essa dança é considerada sagrada. A participação feminina é predominante, e as mulheres dançam girando e equilibrando garrafas na cabeça. O momento é marcado pelo som de violas, pandeiros e sanfonas.

Bolé: voltada para as crianças da comunidade. É feita uma grande roda e a dança é marcada pelo ritmo acelerado e muitos giros. A manifestação chegou a se perder da tradição e vem sendo resgatada pelos Kalunga.

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Moradores

Chegando na comunidade conhecemos Seu Joseli, que tem 54 anos e é um dos guias mais experientes da região. Ele também é um artista, grande conhecedor da natureza, preservador do meio ambiente e excelente contador de causos – em uma de suas histórias contou que desde os 8 anos já saía para caçar com o pai!

“Tenho maior orgulho de ser guia, de mostrar paras outras pessoas toda a beleza da minha região e conscientizar sobre a preservação da natureza.”

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Outro simpático morador da comunidade é o Mestre Cirilo Rosa, um dos líderes do Engenho II. Pai de 11 filhos, conta histórias de como foi difícil a vida de seus antepassados e sobre a luta para ter aquela região legalizada. Ele ainda diz que ser Kalunga é motivo de orgulho: “Temos orgulho de nosso povo ter vencido toda dificuldade, de ter passado todo momento de sofrimento e hoje estar em liberdade, e ver que a igualdade e o desenvolvimento chegou para nós. Nossas terras regularizadas nos ajudam a desenvolver nossas atividades econômicas e de preservar nossa identidade cultural.”

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Cirilo conta que algum tempo atrás a comunidade vivia isolada e sem nenhuma estrutura. No entanto, hoje o desenvolvimento chegou até lá com estruturas como luz elétrica, bares, restaurantes e até mesmo uma escola do pré-escolar ao terceiro ano do ensino fundamental.

 

Atrações

Cachoeira Santa Bárbara

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Cachoeira da Capivara

 

Cachoeira do Candaru

 

Mirante Nova Aurora

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Mirante da Ave Maria

 

Dicas:

– Para conhecer a fundo a cultura local, tome café da manhã no CAT – que além de vender, lanches, doces e um caldo de cana com limão maravilhoso, tem uma lojinha de artesanatos, temperos e coisas produzidas pelos Kalungas.

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– O CAT abre às 8h e é necessário contratar um guia para fazer os passeios. A taxa cobrada por pessoa para entrar nas cachoeiras é de R$ 20 e cada guia cobra R$ 70 para grupos de até 7 visitantes.

– Antes de seguir para a cachoeira, reserve o almoço em algum restaurante da região. A comida é simples e típica, e oferece opções como frango caipira, peixe, paçoca de carne, mandioca frita e sucos naturais de frutas do cerrado. O preço médio é de R$ 25 à vontade por pessoa.

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Para poder ter maior contato com a cultura dos Kalunga e conhecer toda essa beleza da região, será preciso ficar mais de um dia. Por isso se hospede em Cavalcante ou na própria comunidade. Apesar de oferecer pouca estrutura, há áreas de camping e aluguel de casas da região.

– Abasteça o seu carro antes de subir a estrada de terra que liga Cavalcante à comunidade dos Kalungas.

– Nenhum lugar na comunidade passa cartões (crédito/débito), portanto se previna e leve dinheiro em espécie.

 

Informações úteis:

CAT Alto Paraíso: (62) 3446-1159

CAT Cavalcante: (62) 3494-1507

CAT Comunidade Kalunga: (62) 99802-4122

Distâncias: 33km de Cavalcante | 142km de Alto Paraíso | 157km de São Jorge

 

Fotos – Pauta: Marcos Aleotti

Campanha arrecada fundos para levar a cultura quilombola a evento cultural

Há mais de 15 anos, a cultura quilombola dos Kalungas se reúne no Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. Todos os anos, o evento acontece na vila de São Jorge, na Chapada dos Veadeiros, com o propósito de reunir expressões culturais tradicionais de Goiás, Distrito Federal, Tocantis, Minas Gerais e de outros estados brasileiros. 

Para que os quilombas possam participar dessa edição, foi organizada uma campanha de financiamento coletivo no site kickante. Os beneficiados pertencem a uma comunidade localizada em Alto Paraíso de Goiás.

Todo o valores arrecadados no financiamento online serão revertidos para a alimentação, o transporte e a hospedagem dos Kalungas durante o XVI Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. O evento acontece entre os dias 22 e 30 de julho e as doações podem ser feitas até o dia 16 de junho, pelo site kickante.com.br/campanhas/cultura-quilombola-dos-kalungas

Além de ajudar na valorização da cultura quilombola, você pode receber em troca objetos incríveis da mesma. As candeias são velas feitas com algodão e mel e usadas durante as procissões religiosas. Segundo a crença, conforme elas queimam, todos os pecados da pessoa que as carrega vão sendo perdoados. A caixa de folia e a buraca são dois instrumentos tradicionais, usados em todas as festas populares. Os tapetes de Dona Dainda também são famosos na região. São feitos com retalhos de tecido pelas mãos da mulher que é uma das grandes líderes dos kalungas. Você ainda terá a chance de conhecer essa tradição ao vivo e participar dela, no Vão de Almas, na comunidade Kalunga, em uma viagem para o dia 13 de agosto, com transporte a partir de Brasília, hospedagem e alimentação inclusas.  

Projeto recebe doações para ajudar crianças do interior de Goiás irem à escola

Existe uma comunidade no interior de Goiás, que faz parte do território Kalunga, o maior quilombola do Brasil e do mundo. Lá, crianças acordam às 4h da manhã todos os dias e, sem ao menos tomar café da manhã, percorrerem pelo menos 7 km a pé apenas para ter acesso a um serviço básico: educação.

A região, que é extremamente carente de políticas públicas, recebeu a iniciativa de três estudantes do estado de São Paulo, sendo uma goiana. O projeto criado, sem fins lucrativos, tem o objetivo de conseguir 120 bicicletas para ajudar essas crianças a chegarem à escola, visando garantir a elas, um acesso melhor à educação para que assim, seja criada uma perspectiva de um futuro mais promissor.

A ação que foi denominada “DE BIKE PRA ESCOLA“ consiste em uma campanha online de arrecadação de bicicletas novas ou usadas (em boas condições), além de uma ação de financiamento coletivo pelo site: vakinha.com.br/de-bike-pra-escola. Para divulgar o projeto, elas também criaram um e-mail, site, uma conta Instagram e uma página no Facebook.

Doações de bikes usadas: [email protected]
FACEBOOK: Fb.com/debikepraescola
INSTAGRAM: @debikepraescola
SITE: www.debikepraescola.com.br

Projeto “De bike pra escola” arrecada bicicletas para crianças da comunidade Vão das Almas

Você sabia que Goiás tem a maior comunidade quilombola do Brasil? Os Kalungas são descendentes de escravos fugidos e libertos das minas de ouro do Brasil central e formaram, há mais de duzentos anos, uma comunidade próxima à Chapada dos Veadeiros. Entre as comunidades que vivem no território Kalunga, está a comunidade Vão das Almas, formada por adultos, idosos e muitas crianças.

As crianças quilombolas todos os dias enfrentam uma dura rotina: acordam às 4h da manhã e percorrem um trajeto de 14 quilômetros para chegar à escola. Depois de fazer uma viagem ao local e conhecer a realidade de meninas e meninos quilombolas, a goiana Carla Marinho – que hoje vive em São Paulo – decidiu lançar uma campanha online de arrecadação de bicicletas novas ou usadas para serem doadas às crianças. Ela conta com a ajuda de mais duas amigas, Maria Lívia e Amanda Letícia, e juntas divulgam o projeto “De bike pra escola”, que já conta com um site, uma conta no Instagram e uma página no Facebook.

Para a doação de bicicletas para cerca de 120 crianças, é necessário entrar em contato com as amigas via redes sociais ou ainda pelo e-mail [email protected]. Por causa do custo do frete, apenas doações das cidades de Goiânia, Brasília e São Paulo serão recebidas. Mas, se você quiser ajudar mesmo assim, pode participar fazendo doações em dinheiro, através do site do Vakinha. Depois de atingida a meta, as amigas pretendem levar o projeto para outras comunidades que enfrentam as mesmas dificuldades, uma louvável iniciativa que busca viabilizar a educação no país.