Bairro mais antigo de Goiânia ganha projeto de requalificação

Localizado na zona oeste da capital goiana, Campinas é considerada a ‘’mãe’’ de Goiânia – já que antes da criação da capital, o bairro era na verdade um município criado em 1810 (no entanto só foi reconhecida como tal em 1914). Em 1933, com a criação da nova capital de Goiás, Campinas perdeu a condição de município e foi agregada a Goiânia.

Atualmente, Campinas é um dos setores mais importantes da cidade e se transformou em um dos maiores polos comerciais da região Centro-Oeste. Considerado o mais antigo, o bairro completou, em Julho, 213 anos de fundação.

Devido a junção a Goiânia, o pequeno núcleo de Campinas passou por várias mudanças. Muitas edificações, exemplares da arquitetura vernácula goiana, foram destruídas para dar lugar aos comércios varejistas e atacadistas, conectados ao abastecimento da capital, além de outros novos usos.

A especulação imobiliária tomou proporções devastadoras, deixando seu traçado original confinado em meio a uma miríade de novos loteamentos. Somente a partir do plano diretor de Goiânia de 1992, Campinas passou a merecer maiores cuidados, porque foi considerada área de preservação cultural.

De fato, poucas ações foram adotadas no sentido de sua proteção como patrimônio histórico e cultural. Em 2003, no processo de tombamento do acervo arquitetônico e urbanístico art déco de Goiânia pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) incluíram-se alguns monumentos e espaços públicos de Campinas, dentre os quais o Palace Hotel, a Subprefeitura e Fórum de Campinas, e parte do seu traçado urbanístico.

palacePALACE HOTEL DE CAMPINAS em 2017 (Foto: Marcelo do Vale)

Projeto de requalificação

O setor merece ser reconhecido e admirado pelo povo goiano. Por entre as ruas que combinam comércio e trânsito caótico é possível encontrar casas históricas e lugares emblemáticos, como a Matriz de Campinas, o Mercado, a Praça Joaquim Lúcio e a Biblioteca Municipal Cora Coralina.

Foi pensando nisso, que a vereadora Kátia Maria (PT), que criou o projeto Viva o Centro, agora realiza a edição ‘’Viva Campinas’’, que também pretende ocupar o bairro, requalificar, fomentar o comércio e discutir a função social nos mesmos moldes do projeto aprovado pela Câmara de Goiânia para o centro da cidade. 

O projeto Viva Campinas é estruturado em cinco eixos, que são o Patrimônio material e imaterial; Economia, Arte, Cultura e Lazer; e Mobilidade e Sustentabilidade. Ademais, Segurança e Dignidade Humana; e Trabalho e emprego. O objetivo é discutir a função do bairro e também incentivar sua preservação, ocupação qualificada e as atividades econômicas na região.  

“Por ser o bairro mais antigo de Goiânia e ter uma característica muito parecida com o Centro, resolvemos levar o projeto também para a região e buscar, com isso, requalificar Campinas que também sofre com os mesmos problemas da região central”, explica a vereadora.

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Autora do projeto Viva Campinas Vereadora Kátia Maria (PT) ao centro (Foto: divulgação)

 

Programação

Com sua primeira edição que acontece no próximo dia 16 de setembro, o Viva Campinas contará com uma programação espalhada por diversos pontos do bairro durante todo o sábado. O Mercado de Campinas, por exemplo, recebe a partir das 8h uma programação cultural com o grupo de fiandeiras Tecendo a Vida.

Já na Praça Joaquim Lúcio, artistas plásticos irão se reunir para pinturas de quadros, a partir das 9h. Na Praça da Matriz, entre 10h e 18h, acontece uma edição do Encontro de Brechós. E à tarde, no Parque Campininha das Flores, haverá brincadeiras para crianças.  

 

SERVIÇO:

Viva Campinas

Quando: Sábado, 16/9, a partir das 8 horas 

Onde: Mercado Municipal de Campinas (Av. São Paulo, 361, Campinas)

Eventos:

8h às 12h – Mercado Municipal de Campinas: encontro de fiandeiras

9h às 12h – Praça Joaquim Lúcio: pinturas de quadros 

10h às 18h – Praça da Matriz: Encontro de Brechós

16h às 18h – Parque Campininha das Flores: brincadeiras infantis

 

Veja também:

Parque Municipal Campininha das Flores é refúgio natural em meio à correria da cidade grande

13 razões para se apaixonar pelo Setor Campinas em Goiânia

 

Foto de capa: Nina Pimenta

Missa em memória de Iris Rezende acontece nesta quarta em Goiânia

A partir das 19 horas desta quarta-feira (9), a Matriz de Campinas celebra uma missa especial de ação de graças e memória de 1 ano da morte do ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende Machado, um dos políticos mais importantes da história de Goiás.

A celebração religiosa será aberta ao público e contará com a participação da Orquestra Sinfônica e do Coro Sinfônico de Goiânia.

Morte e Carreira

Iris Rezende faleceu no dia 9 de Novembro de 2021, aos 87 anos, por consequências de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) onde ficou mais de três meses internado. 

Iris começou a carreira política em 1959, quando foi eleito vereador. Na época, foi o candidato com maior número de votos e mais jovem da história da capital, aos 25 anos. Ele encerrou a carreira política em dezembro de 2020, após concluir o quarto mandato como prefeito de Goiânia.

iris

13 razões para se apaixonar pelo setor Campinas em Goiânia

Localizado na zona oeste, Campinas é considerada a mãe de Goiânia – já que antes da criação da capital, o bairro era na verdade um município criado em 1810 (no entanto só foi reconhecida como tal em 1914). Já em 1933, com a criação da nova capital de Goiás, Campinas perdeu a condição de município e foi agregada à Goiânia.

O setor merece ser reconhecido e admirado pelo povo goiano. Por entre as ruas que combinam comércio e trânsito caótico é possível encontrar casas históricas e lugares emblemáticos, como a Matriz de Campinas, o Mercado, a Praça Joaquim Lúcio e a Biblioteca Municipal Cora Coralina.

E na presente data, dia 8 de Julho de 2022, o bairro completa 212 anos. Atualmente, Campinas é um dos setores mais importantes da cidade e se transformou em um dos maiores polos comerciais da região Centro-Oeste.

Pensando sempre em evidenciar o melhor que Goiânia tem, o Curta Mais trouxe 12 motivos para você amar e visitar a nossa querida Campininha.

Confira:

1. Praça Joaquim Lúcio

A Praça Joaquim Lúcio é motivo de orgulho para os goianienses, especialmente para os campineiros, sejam os de nascimento ou de coração. Marco do Setor Campinas, fica em plena Avenida 24 de outubro, a principal do bairro, e nasceu antes mesmo de Goiânia. O nome da praça é uma homenagem ao coronel goiano nascido na cidade de Silvânia em 1853. O coreto, o busto do coronel Joaquim Lúcio e o jardim que se delineia em seu centro compõem o cenário mais agradável e bonito do bairro. 

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Praça Joaquim Lúcio nos anos 40

 

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Praça após revitalização em 2019 (Foto: Nina Pimenta)

 

 

2. Biblioteca Municipal Cora Coralina

O antigo Palace Hotel, inaugurado em 1939, hoje abriga a Biblioteca Municipal Cora Coralina, homenagem à poeta vilaboense que é uma das principais expressões culturais do Estado. O prédio da biblioteca foi construído no estilo Art Déco na década de 30, e sua sacada serviu de palco para discurso de importantes políticos, entre eles, os presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart. A Biblioteca conta com um acervo aproximado de 23 mil livros.

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O então Palace Hotel, em fotografia da década de 60

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(Foto: Arquivo Curta Mais)

 

Onde: Avenida 24 de Outubro, nº 120

3. Estádio Antônio Accioly

O Estádio Antônio Accioly pertence ao clube Atlético Goianiense, time que foi fundado em 2 de Abril de 1937, o primeiro time de futebol da cidade de Goiânia. O estádio foi demolido em 2001 para a construção de um Shopping Center, mas foi reconstruído e voltou a funcionar em 2005.

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Onde: Avenida Perimetral, 921

 

4. Casas históricas

Restaram poucas casas históricas em Campinas. Resistindo ao tempo e à especulação imobiliária, os imóveis residenciais mais antigos do bairro nos brindam com sua arquitetura inusitada para os dias de hoje e nos permitem resgatar um pouco da história de Campinas e da capital. Mais um motivo para amarmos um dos bairros mais importantes de Goiânia.

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Casa histórica na rua Santa Luzia, esquina com Avenida Rio Grande do Sul, Campinas. Fotografia de Valter Mustafé.

 

 

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Casa histórica na Rua Rio Verde, Campinas. Fotografia de Valter Mustafé.

 

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Casa histórica na Rua Senador Morais Filho, Campinas.

 

 

5. Matriz de Campinas

A história da Matriz de Campinas começa no ano de 1843, 90 anos antes do nascimento de Goiânia. Campinas ainda era “Campininha das Flores”, um lugarejo pouco habitado no interior de Goiás. A atual igreja (a construção original foi demolida no início dos anos 60) é a maior de Goiânia.

  Igreja

 

 

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Antiga Matriz de Campinas, demolida no início dos anos 60. (Foto: Hélio de Oliveira)

 

Onde: Rua Rio Grande do Sul, s/n, Praça Santo Afonso

 

6. Instituto de Educação em Artes Professor Gustav Ritter

Fundado em 1988, o Centro Cultural Gustav Ritter visa à formação artística, atendendo a população de baixa renda que, não fosse a iniciativa da escola, não teria acesso aos diversos cursos oferecidos gratuitamente no Centro. Foi instalado na antiga Casa dos Padres Redentoristas, adquirida em 1986, pelo governo do Estado de Goiás e inaugurado em 16 de novembro de 1988.  Situado no bairro de Campinas, o prédio, em estilo art-déco tardio, teve sua construção iniciada em 1946 pelo padre Oscar Chaves, foi concluído em 1950 pelo Padre Antônio Penteado e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Goiás pelo decreto n° 4.943 de 31 de agosto de 1998. 

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Onde: Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, 237

 

7. Colégio Santa Clara

O Colégio Santa Clara é um dos cartões-postais de Campinas. Foi fundado em 1922 por quatro Irmãs Franciscanas vindas da Alemanha com a missão de fundar um colégio para a educação de meninas na isolada cidadezinha de Campininha das Flores. O Colégio Santa Clara acompanhou a gestação de Goiânia, sonho do visionário Dr. Pedro Ludovico, e colaborou para o progresso e desenvolvimento da nova capital. Em 2021 completou 100 anos de fundação.

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(Foto: Reprodução Colégio Santa Clara)

 

 

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(Foto: Fábio Lima)

Onde: Rua José Hermano, 920

 

8. Cemitério Santana

Não se trata de um cemitério qualquer, estamos falando do Cemitério Santana, o mais antigo da capital! Passear por suas ruas nos proporciona uma verdadeira aula sobre história e arte. 

Com estilo Art Decó, o cemitério – que tem mais de 80 anos – tem jazigos ricos em detalhes, imponentes e com esculturas em bronze. Estão enterrados ali pioneiros da capital e personalidades, entre elas, o fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira. Um verdadeiro museu a céu aberto.

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cemiterio
(Imagens: Arquivo Curta Mais)

Onde: Rua P-25, s/n

 

Veja também:

Quebrando Tabu – Cemitério Santana, no Setor Campinas, pode virar atração turística

 

 

9. Parque Campininha das Flores

A unidade de conservação que fica no final da Avenida 24 de Outubro conta com pista de caminhada, parquinho infantil, estação de ginástica, bancos de madeira e um lindo lago com fonte, tudo isso em uma ampla área de 32 mil metros. O lugar é ponto de encontro dos moradores do bairro e bairros adjacentes, local de descanso e preservação da natureza.

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Onde: Rua 18-B, s/n

 

Veja também:

Parque Municipal Campininha das Flores é refúgio natural em meio a correria da cidade grande

 

10. Feira Cultural de Campinas

Encontramos em Campinas um sebo com 40 anos de existência. A proprietária, Dona Rose, uma adorável senhora mineira que mora na cidade há 55 anos, nos recebeu com muita simpatia. A Feira Cultural de Goiânia é hoje o mais antigo sebo da cidade! Logo na entrada da loja é possível encontrar caixas com várias mensagens soltas para que as pessoas passem e levem consigo; uma mensagem de fé e esperança. A caixa é abastecida diariamente pela Dona Rose. Vale a visita!

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Onde: Rua Santa Luzia, 622

 

11. Camelódromo

Localizado na Avenida Anhanguera, o Camelódromo de Campinas fica em frente a um dos terminais mais importantes de Goiânia, o terminal da Praça “A”. Inaugurado em dezembro de 1995, foi pioneiro no segmento de comércio popular na cidade, sendo referência para vários outros estabelecimentos do gênero em todo o estado e também no Brasil. Possui uma área de 3000 mil m² e cerca de 350 lojas dos mais diversos segmentos: eletrônicos, brinquedos, games, pesca, perfumaria, relojoaria, confecções, celulares, além de lanchonetes e sorveterias.

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Onde: Avenida Anhanguera, 8044

 

12. Mercado Municipal de Campinas

Começou a ser construído em setembro de 1954, na gestão do prefeito Venerando de Freitas Borges, e foi inaugurado em 29 de janeiro de 1955. Durante muitos anos esse mercado foi o centro de abastecimento de gêneros alimentícios que atendia a Campinas e bairros vizinhos. Ainda hoje o mercado é referência na capital.

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Onde: Avenida São Paulo, nº 361

 

Veja também:

Conheça a história por trás dos mercados populares de Goiânia

 

13. Comércio

Tudo o que você quiser você encontra em Campinas. O bairro é o maior polo atacadista de Goiânia, e conta também com filiais de grandes lojas brasileiras de diversos segmentos. Campinas também é famosa por ser um dos lugares favoritos das noivas, com várias lojas destinadas à venda ou aluguel de vestidos de noiva e trajes de festas em geral. Conta também com grandes lojas de tecidos e aviamentos, o paraíso das costureiras e alfaiates. Se você quiser resolver todos os seus problemas, pode ir pra Campininha: lá tem de tudo um pouco, confirmando o potencial de município independente que sempre teve nossa Campinas.

 

Na palma da mão

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Evento inédito em Goiânia reúne cultura árabe e sertanejo em um só lugar

No próximo sábado em Goiânia, acontecerá uma combinação inusitada: a mistura cultura árabe com goiana. O primeiro encontro “Arabenejo” vai misturar o melhor da cultura árabe com o tradicional sertanejo da nossa terra.

A noite foi pensada pelos organizadores do evento para todos os goianos que gostam da cultura do Oriente e nunca tiveram a oportunidade de abraçar esse lado junto da nosso apaixonado sertanejo.

O evento contará com apresentações de dança do ventre com as bailarinas da Cia Monah Souad e um show sertanejo ao vivo com a dupla Rauster e Danillo. O ingresso antecipado está à venda por telefone e pelas redes sociais do Delícias do Oriente.

Haverá open food, comidas típicas tanto árabes quanto goianas e bebidas vendidas à parte. Os aniversariantes que desejarem celebrar seu aniversário lá contarão com uma surpresa especial da organização.

Serviço

Onde: Salão de Festa, Matriz de Campinas, Rua Rio Grande do Sul, S/N, Praça Santo Afonso

Quando: 11/05, à partir das 20hrs

Quanto: ingressos antecipados por R$35,00, à venda pelo telefone (62) 98266-6813

Mais informações: Facebook do Delícias do Oriente

Foto: Divulgação

Capelinha São José na região de Campinas é a igreja mais antiga de Goiânia

Achamos mais um tesouro escondido em Goiânia. Desta vez, descobrimos a igreja mais antiga da nossa cidade. A capelinha São José foi construída há mais de 100 anos e, apesar da pouca conservação, continua firme e forte na região de Campinas, mais precisamente no Setor Aeroviário.

Com capacidade para 300 pessoas, a igrejinha secular que conserva os traços originais da sua construção, era ponto de parada dos romeiros que vinham com seus carros de bois rumo à festa do Divino Pai Eterno em Trindade. O templo foi erguido às margens da antiga Estrada Carreira, hoje conhecida como avenida Padre Wendell, uma das vias mais movimentadas da região.

A história deste patrimônio histórico começa com a chegada dos padres redentoristas em 1869, que vieram de uma região rural da Alemanha, e chegando aqui compraram uma fazenda que ia das margens do Córrego Cascavel até o Morro do Mendanha. O grupo veio com a missão de assumir o cuidado pastoral da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, cujo território abrangia o arraial do Barro Preto, onde se realizava todos os anos a Festa do Divino Pai Eterno, hoje a famosa Festa de Trindade.

Segundo o padre e missionário redentorista Welington Silva, um apaixonado pelo lugar e estudioso dessa história, a primeira referência sobre o templo data de março de 1896 em carta do superior da missão goiana, padre Gahr, ao Provincial na Baviera, na Alemanha. “Nesta correspondência já era remetido o projeto ou planta para a aprovação. Nascia a nossa mais antiga igreja com cerca de 16 metros de comprimento por 8 metros de largura”, conta o padre.

Ainda segundo o padre Welington, pelas dificuldades de mão de obra e também de material naquela época, as obras demoraram mais que o previsto e o templo foi inaugurado somente em 11 de agosto de 1901 e batizado de Capela de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro. Uma das novidades foi o alicerce da construção todo feito em pedra, estrutura inédita até então por aqui. Na época só se se faziam construções de esteios de aroeira e a novidade causou admiração e inspiração para novas obras do tipo.

Este foi o primeiro templo dedicado à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na região. No entanto, com a construção do novo convento, próximo a Matriz, a primitiva capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, passou a ser capela do Seminário Redentorista São José. De acordo também com registros da crônica do convento de Campinas, a Capela do antigo convento passou por remodelação em 1931. O padre Antônio Lisboa Fischoleir foi o responsável pela nova planta. A primeira missa no templo foi celebrada no dia 26 de maio de 1932, já com o nome de Capela de São José que permanece inalterado até hoje. No dia 19 de junho do mesmo ano, aconteceu a missa solene de inauguração. Um altar em estilo gótico, todo em madeira foi inaugurado em 2 de agosto de 1933.

Com o fim do convento e do seminário, a área foi loteada, dando origem à Vila São José, setor vizinho ao bairro de Campinas.

Em 2 de setembro de 1981, o escritor José Mendonça Teles, então conselheiro do Conselho   Estadual de Cultura, solicitou ao referido conselho o tombamento de diversos bens imóveis. Na lista dos bens a serem tombados foi citada a Capela São José dos Redentoristas. Seu   parecer foi aprovado por unanimidade em 7 de outubro de 1981. A homologação do tombamento aconteceu no mesmo dia, pelo Dr. Aguinaldo Olinto de Almeida, então secretário de estado de Cultura.

O governador de Goiás, à época, Ary Ribeiro Valadão, através do despacho n.1096/82, efetivou o tombamento em 18 de outubro de 1982. Como bem cultural tombado, a capela acha-se sob proteção especial do Estado, protegida pelo Decreto 4943, de 31 de agosto de 1988. Com o tombamento, sua restauração e proteção visam o usufruto das gerações presentes e futuras.  

Em 1990 foi construída a atual Capela São José. Uma igreja maior, que fica em frente à antiga capela. Mas a antiga igrejinha continua sendo usada pela comunidade para pequenas celebrações e encontros de pequenos grupos e reuniões pastorais.

A mais antiga igreja de Goiânia é um verdadeiro xodó dos moradores mas precisa urgentemente de cuidados. A última restauração ocorreu na década de 1980 e, como revelam as fotos feitas pelo Curta Mais, é mais um patrimônio sem preservação. A propriedade continua sob o comando dos Missionários Redentoristas de Goiás, mas a restauração e a proteção cabem ao Governo do Estado de Goiás.

É precisamente o templo religioso mais antigo de Goiânia, construído antes mesmo do município se tornar capital. Um local símbolo da religiosidade e um marco histórico da cidade que testemunhou por décadas o movimento dos carros de boi e romeiros, mas que hoje está escondido em meio às novas construções e ao barulho da movimentada região.

Vale a visita de todos, inclusive das nossas autoridades.

Capelinha São José

Endereço: Av. Pe. Wendel, Q. 27 N° 603

Setor: Aeroviário, Goiânia.

Fone: (62) 3295.3234

Veja imagens do local registradas pelo nosso fotógrafo Marcos Aleotti:

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Padre e missionário redentorista Welington Silva, um apaixonado pelo lugar e estudioso dessa história.

10 razões para amar o bairro de Campinas em Goiânia

Como não amar o bairro de Campinas?

Localizado na zona oeste da capital, Campinas é considerada a mãe de Goiânia, e como toda boa mãe generosa, abriu mão da condição de município para integrar o projeto de desenvolvimento político e econômico do Estado de Goiás que decidiu trazer a nova capital (a anterior era a Cidade de Goiás) para a região. O decreto de 1935 transformou a então cidade do interior goiano em um bairro do recém-criado município de Goiânia.

Ônibus do transporte coletivo que fazia o trajeto da Praça Joaquim Lúcio até a Praça do Bandeirante em 1 (!!!) hora.

 

Até meados de 1933, Campinas das Flores, depois renomeada Campinas, era uma cidade com 123 anos de história com grande extensão de terras, que posteriormente foram doadas por fazendeiros da região para a construção da nova capital. A “mãe” Campinas renunciou a tudo em nome do progresso do Estado de Goiás, e o resultado dessa decisão viria muito tempo depois; o setor perdeu as características bucólicas de uma típica cidade interiorana e passou a fazer parte da rotina agitada de uma grande capital. Campinas ganhou e perdeu: ganhou em desenvolvimento e perdeu em qualidade de vida, e hoje em dia são poucos os campineiros que residem no bairro, expulsos pelo forte comércio da região que acabou deixando o local sem condições de ser habitado.

Apesar das dificuldades – entre elas um trânsito caótico -, Campinas merece ser reverenciada e conhecida pelo povo goiano. Um pouco da história de Goiás passa pelas ruas que combinam um intenso comércio (Campinas é o maior polo atacadista de Goiânia), casas históricas e lugares emblemáticos, como a Matriz de Campinas, o Mercado, a Praça Joaquim Lúcio e a Biblioteca Municipal Cora Coralina. Curta Mais fez um tour pela História e traz para você 10 razões pra amar Campinas. Confira:

 

Praça Joaquim Lúcio

A Praça Joaquim Lúcio é motivo de orgulho para os goianienses, especialmente para os campineiros, sejam os de nascimento ou de coração. Marco do Setor Campinas, fica em plena Avenida 24 de outubro, a principal do bairro, e nasceu antes mesmo de Goiânia. O nome da praça é uma homenagem ao coronel goiano nascido na cidade de Silvânia em 1853. O coreto, o busto do coronel Joaquim Lúcio e o jardim que se delineia em seu centro compõem o cenário mais agradável e bonito do bairro. Nosso primeiro motivo para amar Campinas.

Coreto de Campinas

Praça Joaquim Lúcio nos anos 40.

 

Matriz de Campinas

A história da Matriz de Campinas começa no ano de 1843, 90 anos antes do nascimento de Goiânia. Campinas ainda era “Campininha das Flores”, um lugarejo pouco habitado no interior de Goiás. A atual igreja (a construção original foi demolida no início dos anos 60) é a maior de Goiânia, e entra na nossa lista de razões para amar Campinas.

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Antiga Matriz de Campinas, demolida no início dos anos 60.

 

Colégio Santa Clara

Com mais de nove décadas de história, o Colégio Santa Clara é um dos cartões-postais de Campinas. Foi fundado em 1922 por quatro Irmãs Franciscanas vindas da Alemanha com a missão de fundar um colégio para a educação de meninas na isolada cidadezinha de Campininha das Flores. O Colégio Santa Clara acompanhou a gestação de Goiânia, sonho do visionário Dr. Pedro Ludovico, e colaborou para o progresso e desenvolvimento da nova capital.

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Colégio Santa Clara, edifício estilo Art Déco.

 

Biblioteca Municipal Cora Coralina

O antigo Palace Hotel, inaugurado em 1939, hoje abriga a Biblioteca Municipal Cora Coralina, homenagem à poeta vilaboense que é uma das principais expressões culturais do Estado. O prédio da biblioteca foi construído no estilo Art Déco na década de 30, e sua sacada serviu de palco para discurso de importantes políticos, entre eles, os presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart. Hoje, a Biblioteca conta com um acervo aproximado de 23 mil livros e nos dá motivos de sobra para amar a velha Campininha das Flores.

O então Palace Hotel, em fotografia da década de 60.

 

Parque Campininha das Flores

O Parque Municipal Campininha das Flores – José Mulser é mais um bom motivo para amar Campinas. A unidade de conservação que fica no final da Avenida 24 de outubro com a Rua 18 B e Avenida Padre Wendel, conta com pista de caminhada, parquinho infantil, estação de ginástica, bancos de madeira e um lindo lago com fonte, tudo isso em uma ampla área de 32 mil metros. O lugar é ponto de encontro dos moradores do bairro e bairros adjacentes, local de descanso e preservação da natureza. Amamos!

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No  local em que foi construído o parque funcionava, desde de 1915, o curtume São José, fundado pelo austríaco José Mulser. Ele veio ao Brasil para conhecer a Amazônia e passando por Campinas se encantou com as belezas da região. Em homenagem a ele, o parque foi batizado com seu nome.

 

Mercado de Campinas

Construído em 1954 para atender os moradores do já bairro de Campinas e dos bairros adjacentes, o Mercado é um dos cartões-postais do setor. Inicialmente, contava com açougues, bares e mercearias; atualmente, conta com 73 permissionários que oferecem diferentes produtos: artigos importados, tecidos, malhas, calçados, refeições, lanches e prestação de serviços, dentre outros.

O mercado conta ainda com área destinada à cultura e lazer, oferecendo para a população eventos constantes.

 

Pastel do Mercado Municipal

No Inácios, os pastéis são feitos na hora! Uma delícia que cai bem em qualquer hora do dia ou da noite.

E por falar no Mercado de Campinas, a gente não poderia esquecer aquele que é, de acordo com os frequentadores do lugar, um dos melhores pastéis de Goiânia! Quem quiser tirar a prova, basta procurar pelo Inácios Lanches e Restaurantes, que oferece uma variedade de pasteis para agradar todos os paladares. Mais um bom motivo para guardar Campinas do lado esquerdo do peito.

 

Cemitério de Nossa Senhora de Santana (Cemitério Santana)

Você deve estar se perguntando: “Por que amaríamos um cemitério?”. A resposta é simples: não se trata de um cemitério qualquer, estamos falando do Cemitério Santana, o mais antigo da capital. Passear por suas ruas nos proporciona uma verdadeira aula sobre história e arte. 

Com estilo Art Decó, o cemitério – que tem mais de 75 anos – tem jazigos ricos em detalhes, imponentes e com esculturas em bronze. Estão enterrados ali pioneiros da capital e personalidades, entre elas, o fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira. Um verdadeiro museu a céu aberto.

Cemitério

Cemitério

Jazigo da família de Pedro Ludovico Teixeira no Cemitério Santana.

 

Centro Cultural Gustav Ritter

Fundado em 1988, o Centro Cultural Gustav Ritter visa à formação artística, atendendo a população de baixa renda que, não fosse a iniciativa da escola, não teria acesso aos diversos cursos oferecidos gratuitamente no Centro. Foi instalado na antiga Casa dos Padres Redentoristas, adquirida em 1986, pelo governo do Estado de Goiás e inaugurado em 16 de novembro de 1988.  Situado no bairro de Campinas, o prédio, em estilo art-déco tardio, teve sua construção iniciada em 1946 pelo padre Oscar Chaves, foi concluído em 1950 pelo Padre Antônio Penteado e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Goiás pelo decreto n° 4.943 de 31 de agosto de 1998. Excelente motivo para amarmos o bairro de Campinas.

 

Estádio Antônio Accioly

O Estádio Antônio Accioly pertence ao clube Atlético Goianiense, time que foi fundado em 2 de Abril de 1937, o primeiro time de futebol da cidade de Goiânia. O estádio foi demolido em 2001 para a construção de um Shopping Center, mas foi reconstruído e voltou a funcionar em 2005.

Os torcedores do Atlético Goianiense guardam a esperança de ver seu time jogar no Accioly em 2016. 

 

Camelódromo de Campinas

Localizado na Avenida Anhanguera, o Camelódromo de Campinas fica em frente a um dos terminais mais importantes de Goiânia, o terminal da Praça “A”. Inaugurado em dezembro de 1995, foi pioneiro no segmento de comércio popular na cidade, sendo referência para vários outros estabelecimentos do gênero em todo o estado e também no Brasil. Possui uma área de 3000 mil m² e cerca de 350 lojas dos mais diversos segmentos: eletrônicos, brinquedos, games, pesca, perfumaria, relojoaria, confecções, celulares, além de lanchonetes e sorveterias.

 

 

Comércio de Campinas

Tudo o que você quiser você encontra em Campinas. O bairro é o maior polo atacadista de Goiânia, e conta também com filiais de grandes lojas brasileiras de diversos segmentos. Campinas também é famosa por ser um dos lugares favoritos das noivas, com várias lojas destinadas à venda ou aluguel de vestidos de noiva e trajes de festas em geral. Conta também com grandes lojas de tecidos e aviamentos, o paraíso das costureiras e alfaiates. Se você quiser resolver todos os seus problemas, pode ir pra Campininha: lá tem de tudo um pouco, confirmando o potencial de município independente que sempre teve nossa Campinas.

 

Casas históricas em Campinas

Restaram poucas casas históricas em Campinas. Resistindo ao tempo e à especulação imobiliária, os imóveis residenciais mais antigos do bairro nos brindam com sua arquitetura inusitada para os dias de hoje e nos permitem resgatar um pouco da história de Campinas e da capital. Mais um motivo para amarmos um dos bairros mais importantes de Goiânia.

Casa

Casa histórica na rua Santa Luzia, esquina com Avenida Rio Grande do Sul, Campinas. Fotografia de Valter Mustafé.

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Casa histórica na Rua Rio Verde, Campinas. Fotografia de Valter Mustafé.

Casa histórica na Rua Senador Morais Filho, Campinas.

 

Foto de capa: Reprodução/ Nina Pimenta