Juíza testa suco de uva para facilitar audiências de conciliação em Goiás

Para evitar que ações se arrastem por anos, os acordos de conciliação são usados pelo judiciário brasileiro para a resolução de conflitos e contribuir para uma justiça mais rápida e eficaz. Foi pensando na importância desse instrumento que a juíza Aline Vieira Tomás, da 2ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Anápolis (GO), decidiu pesquisar uma forma de fazer com que as pessoas envolvidas em uma ação tomassem decisões mais lúcidas e racionais. O resultado chegou a um método simples e barato: o suco de uva.

A hipótese foi testada no mestrado em Direito e Políticas Públicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), concluído por Aline no último mês de agosto. A pesquisa ocorreu entre abril e dezembro de 2018 e envolveu 659 audiências de conciliação realizadas no 2º Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), em Anápolis. Em 354 dessas audiências foi oferecido suco de uva para os participantes. Nas outras 305 havia disponível apenas água. Metodologicamente, esses grupos são denominados “experimental” (suco) e “de controle” (água), respectivamente.

Ao fim do experimento, 270 audiências do grupo experimental (com suco) resultaram em acordo de conciliação, o que representa uma taxa de 76% em relação ao total. Já no grupo de controle (sem suco) foram 138 acordos, ou 45% do total. Ou seja, em nove meses de pesquisa, concluiu-se que a prática de oferecer a bebida pode ter contribuído para quase dobrar o índice de conciliação.

4433bc86db88e79aaa6e19a97ca778ee.jpgFoto: Tribunal de Justiça de Goiás/divulgação

Por que suco de uva?

Aline explica que o “segredo” do suco de uva está em um de seus componentes: a glicose. Ela se amparou em estudos de glicobiologia que demonstram que a substância atua no sistema límbico, responsável pelas emoções e pelos comportamentos sociais.

“A glicose é o principal combustível do cérebro humano e uma das formas possíveis de se acionar o sistema de recompensa cerebral, desencadeando sensações de bem-estar e satisfação. É comum as partes comparecerem às audiências com o sistema de punição ativo, caracterizado por comportamentos combativos e de conflito. De sorte que a glicose pode propiciar a transição do sistema de punição para o de recompensa, permitindo que o sentimento de raiva dê lugar à abertura para comunicação, facilidade de negociação e melhor aptidão para ouvir o outro, que é justamente o que precisamos para que uma conciliação seja efetivada”, afirma a juíza.

A validação dos dados está garantida pelo método científico. Além da amostra significativa, as audiências analisadas tinham o mesmo teor, sempre relacionadas ao direito de família, como divórcio, pensão alimentícia, guarda de filhos, união estável, entre outras. Elas foram realizadas por um grupo de quatro conciliadores experientes que não sabiam que a pesquisa estava sendo realizada, justamente para não interferir no resultado. A disposição das salas também foi idêntica tanto no grupo de controle quanto no experimental e a oferta de suco limitou-se a um copo (cerca de 200 ml).

Capa:Tribunal de Justiça de Goiás/divulgação

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Casal se reconcilia em frente a juíza durante audiência que termina em clima de romance

Uma audiência de conciliação para discutir pensão alimentícia do filho de um casal, terminou de forma inusitada na Vara Única do Careiro, município localizado a 88 quilômetros de Manaus (AM).

O último caso daquele dia surpreendeu a equipe da juíza Sabrina Cumba Ferreira, que presidia a audiência. O ex-casal, que viveu juntos por 6 anos, brigava na justiça pela pensão alimentícia do filho de seis meses. Os dois acabaram optando pela reconciliação e a sessão terminou em clima de romance e beijo demorado em frente à juíza.

Para a magistrada, o desfecho mostrou que havia faltado uma oportunidade ao casal de conversar no período de separação e buscar se entender. “É uma situação rara, eles pareciam muito felizes ao final da audiência. Estávamos encerrando as audiências de questões de Família marcadas para a tarde e foi algo realmente bem diferente”, comentou a juíza Sabrina Cumba ao jornal A Crítica.

“No momento que os dois sentaram para darmos início à audiência, eu perguntei se havia possibilidade de acordo e era perceptível que ele já estava bem intencionado. Acredito que, devido a distância, eles não se falavam, faltava somente uma oportunidade dos dois conversarem e isso aconteceu na sala de audiências”, explicou a magistrada.

Réu pede desculpas à juíza com música inspirada em Adele. Veja o vídeo

Brian Earl Taylor, de 21 anos, foi julgado por cárcere privado e porte ilegal de arma no condado de Washtenaw (Michigan, EUA). Durante o julgamento, ele surpreendeu a todos cantando uma música inspirada em “Hello”, da Adele, para pedir desculpas à juíza.

“Alô, sua juíza. Quero dizer que sinto muito pelas coisas que fiz. Tentarei e serei mais forte nesta vida que escolhi. Mas eu quero que você saiba que fechei aquela porta. Sua juíza, eu sinto muito, eu sinto muito, eu sinto muito”, cantou o réu.

Apesar de reconhecer o talento de Brian, a juíza Darlene O’Brien o condenou a dois anos de prisão pela posse de arma e pena de 18 meses a 15 anos pelo cárcere privado, com direito a condicional.

Brian também pediu desculpas à vítima e à mãe dela.

Assista:

 

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