Famílias, fiascos e festas: novo sucesso da Netflix é um delicioso caos materno de Hollywood
Imagine abrir um antigo álbum de fotos de família. Alguns rostos reconhecíveis, outros nem tanto, e uma série de histórias entrelaçadas de risos e lágrimas. Garry Marshall, com seu legado à lá “Uma Linda Mulher”, traz a tona em “O Maior Amor do Mundo” um retrato divertido, por vezes melodramático, desse mosaico familiar.
De antemão, esqueça as comparações. Este não é o filme homônimo de Cacá Diegues. Aqui, Marshall borda um quilt de tramas familiares, pincelando relações maternas com um pano de fundo próximo ao Dia das Mães. O casting brilha com nomes como Jennifer Aniston e Julia Roberts. No entanto, se você espera ver a Julia de “Uma Linda Mulher”, prepare-se para uma nova versão, que, apesar de seu sorriso contagiante, por vezes, parece perdida no meio do roteiro.
Aniston, por sua vez, resplandece na pele de uma mãe divorciada, enquanto a sumida Kate Hudson navega por questões familiares preconceituosas e relações contemporâneas. O roteiro flerta com temas atuais, como as diversas formações familiares, mas nem sempre acerta o tom.
Há momentos de pura diversão, especialmente com a mãe desbocada interpretada por Margo Martindale. Por outro lado, Marshall parece às vezes buscar em demasia um autenticidade que escapa entre os dedos. Mesmo com algumas derrapadas, é uma experiência cinematográfica que oferece risadas, algumas reflexões e, é claro, a inegável sensação nostálgica de sua assinatura clássica.
No final das contas, “O Maior Amor do Mundo” se parece com um encontro de família: repleto de momentos agridoces, alguns dramas exagerados e aquela pitada de humor que só as relações familiares podem oferecer. Se você está à procura de uma comédia dramática leve para relaxar, dê uma chance a esse filme. E quem sabe? Talvez você encontre no meio dessas tramas um reflexo de sua própria família.