Jardineiro da Comurg troca a enxada pelo diploma de jornalismo em Goiânia

Luciano Magalhães Diniz, jardineiro da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), após 13 anos servindo a cidade, trocou a enxada pelo diploma de jornalismo. Aos 44 anos, pai de três filhos, o jardineiro com orgulho realiza um sonho antigo na Faculdade Sul-Americana.

A imagem pode conter: 9 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé e área internaLuciano após apresentar seu TCC na Faculdade Sul-Americana

Luciano entrou na Comurg em 2006 após passar em um concurso público. Desde então, sempre cuidou das ruas, praças e jardins da cidade e aproveitava para fotografar as paisagens que encantavam seus olhos. Ao perceber a beleza e o talento, realizou uma exposição fotográfica: “Goiânia em preto e branco”. Com isso, Luciano lançou um livro chamado “Resíduos de uma Goiânia em Preto e Branco”, com um acervo de cerca de 2.000 fotos. Não satisfeito, o rapaz decidiu entrar para o curso de jornalismo e realizar um dos seus sonhos.

Exposição e livro mostram trabalho dos garis na cidade de Goiânia Goiás (Foto: Reprodução/Luciano Magalhães Diniz)

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Foto de Luciano Magalhães Diniz1Fotos do Luciano Diniz na exposição “Goiânia em preto e branco”

Nesta terça-feira, 27 de agosto, o jardineiro apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o tema “Sou Mulher, Sou Gari”, que buscou retratar o universo das trabalhadoras da limpeza urbana em Goiânia. Uniformizado, Luciano mostrou um universo de muito sacrifício, humilhações, mas também muitas conquistas. Segundo o jardineiro – agora, jornalista, essas mulheres são “Invisibilizadas pelo uniforme laranja, estereotipadas como pessoas que ‘não conseguiram nada melhor na vida’, demonstram ter além da força física necessária ao trabalho, uma garra invejável na busca por uma vida confortável.” Após a apresentação, ele ganhou nota 10 de excelência.

8a3a5b7cf1596bc76cfcb2f05dd3b17b.jpgFoto: Facebook / Arquivo Pessoal

De acordo com Luciano, “é dever do jornalismo expor esse tipo de situação, quebrar estereótipos e as fotografias são ferramentas importante da nossa profissão”. Para o recém formado em Jornalismo, é importante humanizar essas trabalhadoras que fora do uniforme laranja têm uma vida como a de qualquer outra pessoa e que dentro do uniforme laranja têm muito orgulho do trabalho que desempenham, por entender a importância dele para a cidade e pela possibilidades que essa profissão ofereceu a elas.

a461de63211138b8a0f5640c8986e84d.jpgFoto: Facebook / Arquivo Pessoal