Goiânia recebe exposição fotográfica sobre ritual indígena Kamayurá com entrada gratuita

A renomada fotógrafa e cineasta Rosa Berardo traz ao público a exposição “Entre o Luto e o Recomeço”, um mergulho visual nos rituais da aldeia indígena Kamayurá, do Alto Xingu.

A mostra, composta por 36 fotos, abre suas portas de forma híbrida, disponível para apreciação online no site oficial de Rosa Berardo (https://rosaberardo.com.br/entre-luto-recomeco.html).

Aqueles que desejam uma experiência presencial têm até o dia 17 de fevereiro para visitar a exposição no Shopping Cidade Jardim, em Goiânia.

Goiânia recebe exposição fotográfica sobre ritual indígena com entrada gratuita

Foto: Rosa Berardo

A exposição, patrocinada pelo Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, apresenta um olhar único sobre o ritual do Kuarup, documentado por Rosa Berardo em dois momentos distintos: em 1985, quando ainda era estudante de jornalismo na UFG, e em 2021, durante a cerimônia em homenagem às vítimas da COVID-19 na aldeia Kamayurá.

Rosa destaca a importância histórica das fotos em preto e branco, capturadas durante sua juventude. “Podemos observar, pelas fotos de 1985 e as fotos de 2021, que esses rituais são mantidos. Claro, há algumas diferenças nas ornamentações devido à tecnologia incorporada à cultura deles, mas o mais importante é que os rituais estão lá e prevalecem,” enfatiza a artista.

A exposição revela não apenas a beleza do Kuarup, mas também destaca a resistência e a continuidade desses rituais ao longo do tempo. As fotos coloridas, capturadas recentemente, documentam o respeito e a devoção dos Kamayurá à tradição, mesmo diante dos desafios modernos.

Rosa Berardo ressalta a importância de dar visibilidade à cultura indígena brasileira. “Essa exposição é fundamental para que as pessoas compreendam a riqueza e a importância de preservar a diversidade e os saberes imateriais dos indígenas,” destaca a artista.

 

Cerimônia do Kuarup: ritual indígena que inspirou a exposição

Nos Kamayurá, a morte é recebida com um ritual sagrado conhecido como Kuarup. Contrariando a tradição de chorar imediatamente a perda de um ente querido, os Kamayurá esperam um ano para realizar a cerimônia, representando os mortos por meio de troncos ornamentados.

Cada tronco é cuidadosamente decorado com os pertences do falecido, incluindo cocares, colares, arcos e flechas. Após um ano de espera, a família tem a oportunidade de expressar suas dores durante os três dias de rituais intensos, que envolvem danças, cantos em suas línguas e homenagens emocionantes.

Durante o Kuarup, as famílias recebem convidados de outras aldeias, fortalecendo os laços comunitários. O canto desempenha um papel crucial, servindo como uma forma de dissipar a tristeza que paira sobre a aldeia.

 

Serviço

Assunto: Mostra fotográfica Rosa Berardo

Quando: 17/01 até 17/02

Onde: Shopping Cidade Jardim e https://rosaberardo.com.br/entre-luto-recomeco.html

Endereço: Av. Nero Macedo, 400, Cidade Jardim

Entrada Franca!

Goiânia: você sabe qual o significado do nome da capital? Veja a origem e outras curiosidades

A capital do estado de Goiás, Goiânia, tem um nome um tanto quanto diferente das outras capitais do país. Enquanto outras cidades levam o nome de pessoas (ou santos) como São Paulo e São Luís no Maranhão, a capital verde do país recebe um nome “diferenciado”!

Mas você sabe a origem? Antes da colonização, todo o território do país era ocupado por diferentes tribos indígenas, que tinham dialetos, costumes e tradições bem distintas. Pois bem, nossos antepassados aqui de Goiás eram pertencentes às tribos Avás-canoeiros e os Tapuias, e ambas se comunicavam por meio do belíssimo Tupi-Guarani, que origina diversas palavras da língua portuguesa

 

Os estudos ao longo dos anos, evidenciam que a origem mais provável do nome Goiânia, seja a tradução em Tupi-Guarani para “terra de muitas águas”, e que a palavra original seria algo semelhante a “Guyanna”. Outros estudiosos dizem que essa tradução do tupi pode significar também “gente estimada”.

E felizmente Goiânia faz jus ao nome, já que a região é prodigiosa em cursos d’água, possuindo: 85 mananciais catalogados, sendo o Rio Meia Ponte, quatro outros ribeirões, e 80 córregos espalhados pela cidade. Hoje, com a urbanização, esses cursos d’água que correm entre a cidade estão em situações bem alarmantes, sendo uma preocupação para parte da população.

 

Segundo o artigo “GOYANIA = GOIÂNIA, de poema a topônimo”, dos pesquisadores Antón Corbacho Quintela e Luciana Andrade Cavalcante de Castro, “Goiânia” seria apenas uma adaptação da escrita e sonora do título do livro “Goyania”, publicado em 1896, em Portugal. Escrito por um baiano e publicado na Europa, foi o primeiro livro a exaltar as características do estado de Goiás. 

Hoje, só se tem conhecimento da existência de três exemplares do livro, todos no Brasil. Um se encontra no catálogo de obras raras da biblioteca nacional, no Rio de Janeiro, enquanto os outros dois estão na capital goiana. Um no Instituto Cultural José Mendonça Teles, e o outro está supostamente enterrado na Praça Cívica, junto com diversos outros objetos introduzidos na construção da capital.

 

Quase que nossa capital foi batizada por Petrônia

 

Antes de receber o nome, Goiânia era chamada de “nova capital”, e até ser decidido em 1935, a cidade passou dois anos sem um nome oficial. Por conta disso, um jornal da época lançou o concurso “Como se deve chamar a Nova Capital?”. Duas sugestões chamaram mais atenção: Goiânia e Petrônia (este último que foi dada em homenagem a Pedro Ludovico, fundador da cidade, aos imperadores do Brasil Dom Pedro I e Dom Pedro II, além de Pedro o discípulo de Jesus.

No resultado do concurso, Petrônia foi o grande nome escolhido, enquanto Goiânia recebeu apenas 2 votos. Mas por algum motivo, até hoje desconhecido, Pedro Ludovico decidiu ignorar esses fatos, e batizou a nova capital de Goiânia. A verdade é que Pedro não queria homenagens para si mesmo na cidade, impedindo que colocassem o aniversário da cidade no mesmo dia em que o seu, e chegando até a proibir que dessem seu nome para qualquer bairro ou rua da capital enquanto vivo. 

 

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Foto de Capa: 123 Millhas

 

Primeira Indígena brasileira eleita deputada federal vence prêmio da ONU

A deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RO), primeira indígena eleita para o cargo no país, venceu o Prêmio das Nações Unidas de Direitos Humanos. O anúncio foi feito pela presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Fernanda Espinosa, na última quinta-feira (25). Com 43 anos, ela está entre os oito deputados federais eleitos por Roraima este ano.

Já receberam esse prêmio – concedido a pessoas e organizações pelas suas conquistas em direitos humanos – o pastor norte-americano Martin Luther King, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela e a ativista paquistanesa Malala Yusafzai -, além das organizações Anistia Internacional e Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Wapichana

Joênia Batista de Carvalho adotou como sobrenome sua etnia. Segundo estimativas não oficiais, são 3,5 mil indígenas wapichana na Região Norte do país. Primeira mulher brasileira de origem indígena formada em Direito.

Após defender um caso de disputa de terras na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Joênia se tornou a primeira advogada indígena a comparecer perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2013, foi nomeada primeira presidente da Comissão Nacional de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas.

“Quando eu levo a palavra como primeira mulher indígena formada no Brasil, é justamente para dar um incentivo, para que essa minha imagem possa ser reproduzida, multiplicada dentro dos povos indígenas”, afirmou Joênia em entrevista em Boa Vista ao ONU News, ao saber da premiação.

“São cidadãos, pessoas que querem fazer parte da tomada de decisões de muitos processos que estão sendo discutidos dentro dos países, são defensores de direitos, de conhecimentos, de vários saberes. A gente vai fazer também com que as crianças possam viver este exemplo. E eu entendo que este reconhecimento vai servir também para nos proteger”, declarou na ocasião.

Criado pela Assembleia Geral da ONU em 1966, o prêmio está em sua décima edição, que coincide com o aniversário dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os vencedores são escolhidos por um comitê especial formado pela presidente da Assembleia Geral, o presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, o presidente do Conselho de Direitos Humanos, entre outros. Para o prêmio deste ano, foram recebidas mais de 300 candidaturas. A entrega acontecerá em dezembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York, como parte das comemorações do Dia dos Direitos Humanos.

Fonte: Fernando Fraga | EBC