Pesquisa goiana melhora produção de próteses com impressão 3D

Em um esforço para aprimorar a qualidade de vida das pessoas que enfrentam amputações de mão, uma pesquisa inovadora da Universidade Federal de Goiás (UFG) está revolucionando a produção de próteses com impressão 3D. O projeto, liderado pelo professor Pedro Henrique Gonçalves e vinculado ao Programa de Iniciação à Pesquisa Científica, Tecnológica e em Inovação da UFG (PIP/UFG), aplicou materiais acessíveis para melhorar a aderência dessas próteses, tornando-as mais funcionais.

A estudante de Design de Produtos da Faculdade de Artes Visuais (FAV/UFG), Laura Duarte Santana, desempenhou um papel fundamental na pesquisa, trabalhando sob a orientação do professor Pedro Henrique. O foco do estudo foi proporcionar uma maior inclusão de pessoas que possuem um certo grau de amputação, tornando as próteses mais eficazes em seu uso diário.

Prótese 3D

Modelo de prótese utilizada nos experimentos. (Foto: Gabriel Fróes)

Laura começou sua pesquisa observando que a aderência das próteses impressas em 3D era um desafio significativo. Os dedos de plástico dessas próteses frequentemente não eram suficientes para segurar objetos lisos, o que limitava sua utilidade. “Fiz um primeiro teste com a prótese segurando um objeto, sem nenhum material extra de adesão. O fato do objeto ser um cano reto e liso fez com que o mesmo escorregasse, comprovando a falha na preensão dessas próteses impressas”, relatou Laura.

Para abordar esse problema, Laura realizou uma pesquisa abrangente, buscando referências teóricas relacionadas ao objeto de estudo. Um livro fundamental para sua pesquisa foi “Ergonomia: Projeto e Produção”, escrito por Itiro Iida, que a ajudou a identificar áreas potenciais de contato das mãos humanas. Ela conduziu uma série de experimentos, aplicando quatro materiais diferentes: silicone, PVC, E.V.A e látex. Os resultados revelaram que o látex, quando aplicado sobre as digitais, falanges e palma da mão protética, proporcionou a melhor aderência, suportando mais de 500 gramas na maioria dos experimentos.

Prótese 3D

Impressora 3D onde as próteses são fabricadas. (Foto: Gabriel Fróes)

O professor Pedro Henrique ressaltou a importância desse estudo ao afirmar que o uso de uma tecnologia de baixo custo nesse campo de pesquisa permitirá uma maior funcionalidade para pessoas que têm algum tipo de amputação. Ele destacou que cada pessoa que necessita de uma prótese tem desafios e necessidades únicos, tornando essencial a personalização de cada projeto.

 

Embora ainda esteja em fase de desenvolvimento, o projeto já despertou o interesse do Centro Estadual de Reabilitação e Recuperação (CRER), com o qual a UFG busca estabelecer uma parceria para ampliar os benefícios dessa pesquisa. A ideia é que o CRER contribua com conhecimentos técnicos, testagem, validação e acompanhamento dos pacientes beneficiados por essa inovação.

Prótese 3D

Iniciativa visa baratear os custos de produção. (Foto: Gabriel Fróes)

Em resumo, essa pesquisa da UFG está dando passos significativos para melhorar a qualidade de vida das pessoas que dependem de próteses impressas em 3D, abrindo novas possibilidades de funcionalidade e inclusão.

 

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Fotos da matéria:  Divulgação/Gabriel Fróes