Relembre o caso Avestruz Master, o maior esquema de pirâmide financeira da história de Goiás

Quem é que não se lembra de uma das maiores fraudes financeiras ocorridas no Brasil, que atingiu diretamente investidores goianos? No início dos anos 2000, a Avestruz Master  fornecia contratos de venda e compra de avestruzes com a honra de recompra dos animais em esquema de pirâmide financeira.

Para se ter uma ideia, entre 2003 e 2005 de atividade, nenhuma ave chegou a ser abatida. E na teoria, a organização teria comercializado mais de 600 mil animais. Mas na realidade, só possuía 38 mil. O grupo tinha 50 mil investidores no Brasil, 30.000 deles eram do estado de Goiás. O prejuízo foi superior a R $1 bilhão.

Para completar todo o teatro, em 2004, foram gastos 4 milhões de reais em publicidade para aumentar a base da pirâmide, e com somente 100 mil reais em ração para as avestruzes.

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O esquema bilionário foi descoberto em 2005, a empresa faliu e um de seus sócios fugiu para o Paraguai. Em 2010, a Justiça Federal condenou os dois filhos e o genro do dono da Avestruz Master a penas de 12 a 13 anos de prisão, além de serem obrigados a indenizar os investidores em 100 milhões de reais.

Para entender bem, a pirâmide financeira é um modelo comercial previsivelmente não sustentável que depende basicamente do recrutamento progressivo de outras pessoas cobrando uma taxa de entrada para a manutenção do modelo, a níveis insustentáveis.

Funciona mais ou menos assim: Eu sou o criador do esquema, portanto eu estou no primeiro nível. Logo, eu convidei 10 pessoas para investir nesse produto financeiro, essas estão no segundo nível. O esquema já possui R $100 mil em capital (R $10 mil X 10 pessoas). A partir disso eu encorajo os entrantes do segundo nível a recrutar mais 10 pessoas prometendo participação maior nos lucros. Com isso, o terceiro nível já possui 100 pessoas, e o patrimônio total já salta para R $1,1 milhão.

O ponto que queremos tocar é: Por que as pessoas são ludibriadas por esse esquema? Os pontos englobam a falta de educação financeira, inocência, entre outros. E o uso de palavras-chave atraente como alta rentabilidade, baixo risco, ganho expressivo, retorno certo, lucro exorbitante o pilantra tenta ganhar a atenção da vítima. 

Foi a combinação desses fatores que prometia retorno acima de 10% ao mês, mais do que qualquer investimento tradicional. Além de vários amigos aderindo à novidade e dizendo multiplicar seu dinheiro em pouco tempo, que levou a médica Ana a cair nesse esquema. 

No começo dos anos 2000, a médica viu grande parte do seu círculo de amigos, em Goiânia, investindo na empresa Avestruz Master. Não se falava de outra coisa na cidade: o avestruz entrou na moda. Sua carne era servida nos melhores restaurantes, seu couro era usado em bolsas comercializadas nas mais finas boutiques. Parecia o negócio do século.

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De uma amiga, Ana ouviu que sua aplicação de R $15 mil havia dobrado em pouco tempo. Outra tinha acabado de vender um apartamento de R $200 mil para poder investir nas aves. Ana, então, aderiu à moda e resolveu investir R $15 mil no negócio, mesmo sem pesquisar muito sobre ele. 

Em 2005, o juiz Carlos Magno Rocha da Silva, da 11ª Vara Cível de Goiânia, decretou  a falência do grupo Avestruz Master, que era composto por 10 empresas. Poucos meses depois de Ana realizar a aplicação. A médica não chegou a ver os lucros. Também não recebeu seu dinheiro de volta até hoje, relatou ela ao Blog Magnetis.

Naquela época, o juiz decretou, ainda, a prisão temporária de Jerson Maciel da Silva, pelo prazo de cinco dias, prorrogáveis. O juiz ainda pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal das falidas, dos seus sócios, gerentes e administradores, desde a data da constituição da Avestruz Master Agro-comercial Ltda. 

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Recorte de um vídeo da fazenda, que foi vendida em 2007

O estrago foi tão grave entre centenas de famílias brasileiras, que o juiz determinou ao Banco Central do Brasil que fornecesse cópias dos extratos de movimentação bancária de todas essas pessoas em qualquer instituição financeira. Ele determinou ainda à Secretaria da Receita Federal que forneça cópias das declarações de imposto de renda de todos os envolvidos.

A falência do grupo Avestruz Master gerou, no total, 189 ex-empregados das empresas e as irregularidades lá dentro eram exorbitantes e absurdas. Em dezembro de 2007, o mesmo juiz, Carlos Magno Rocha da Silva, determinou a liquidação de todos os bens arrecadados pela massa falida do grupo Avestruz Master. 

Com a medida, ficou autorizado a vender não só as fazendas e o Frigorífico Struthio Gold, mas também todos os bens particulares dos donos da empresa liquidada, incluindo lotes, apartamentos, box de garagens e veículos já em poder da Justiça Federal.

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Com isso, ficou praticamente impossível os investidores receberem os valores aplicados nas empresas. Isso porque os bens devem gerar cerca de R $20 milhões, mas o valor da dívida é muito superior. Somente a dívida do grupo Avestruz Master com a Fazenda Pública Nacional já soma mais de R $450 milhões.

Naquela época, a decisão do magistrado obrigou que a família de Jerson Maciel deixasse o apartamento em que viviam no Setor Bueno, que estava cedido como usufruto vitalício, em 30 dias.  Além disso, só os veículos foram avaliados em cerca de R $2 milhões.

Finalmente, no final de setembro de 2019, a polícia de Goiânia (GO) prendeu os ex-diretores da Avestruz Master. As prisões começaram a ser executadas por determinação do juiz federal Rafael Ângelo Slomp. 

Segundo o G1, o grupo vinha ganhando tempo com recursos da defesa desde a ocasião da condenação em primeira instância, que foi em 2010. Eles foram condenados por “crime contra o Sistema Financeiro Nacional”.

Os presos são os ex-diretores da empresa, Patrícia Áurea da Silva Maciel, e seu marido Emerson Ramos Correa, detidos na Bahia, e o ex-diretor comercial, Jerson Maciel da Silva Júnior, preso em Goiânia. 

Por mais bobo que seja, o escândalo dos avestruzes deixou muita gente para trás e ainda não houve o ressarcimento completo para muitos investidores. 

Imagens: Reproduzidas da Internet

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Professora de redação cria esquema valioso para Enem e conteúdo viraliza

Tarsila Baylão é uma professora que aproveitou da facilidade das redes sociais para ajudar seus alunos. Com o Enem se aproximando, ela fez um esquema bastante simples para dar algumas dicas de redação (que é o pesadelo de vários alunos).

O material elaborado por Tarsila depois de uma vasta pesquisa em aulas no YouTube e muito material didático foi postado em uma série de seis fotos e, desde sua divulgação, o conteúdo vem sido compartilhado freneticamente. O motivo? Possivelmente a forma resumida e eficiente que ela encontrou de dar dicas preciosas de redação. Veja abaixo:

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Graduada há seis anos em Letras, Tarsila dá aulas de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Redação. Como sempre gostou de desenhar e tem uma caligrafia impecável, depois de um aulão preparatório para a prova do Enem, seus alunos sugeriram que ela fizesse um esquema e publicasse o material no Facebook. E aí foi só sucesso!

Se você quer conferir a publicação na íntegra, dá uma olhada na página dela na rede: Tarsila Baylão