Novo recurso da Alexa imitará a voz de pessoas falecidas; entenda

Na última quarta-feira (22), durante a conferência re:MARS, em Las Vegas, o vice-presidente sênior e cientista-chefe da Alexa na Amazon, Rohit Prasad, revelou algumas novidades da assistente pessoal. Um dos destaques é um novo recurso que pode imitar a voz de qualquer pessoa, até de falecidos. As informações são do Portal Tecmundo.

Em um exemplo apresentado durante o evento, um áudio de poucos minutos é usado para criar a voz de uma avó falecida que lê uma história de ninar para o neto. Inclusive, a companhia afirma que é possível conseguir uma sintetização da voz em alta qualidade usando apenas um minuto de áudio.

Segundo o executivo, tornar a inteligência artificial conversacional e semelhante a um companheiro tornou-se o foco principal, especialmente porque “muitos de nós perdemos alguém que amamos durante a pandemia de Covid-19. Embora a IA não possa eliminar a dor da perda, ela pode definitivamente fazer com que as memórias durem”, afirmou.

A nova ferramenta está atualmente em desenvolvimento, mas ainda não há previsão de quando será lançada para o público. Enquanto isso, especialistas em segurança temem que sistemas de áudio, que usam tecnologia de conversão de texto em fala para criar vozes sintéticas, abram caminho para uma enxurrada de novos golpes.

Entretanto, esse tipo de recurso, por mais estranho que pareça, é algo muito mais comum do que parece. Indústrias como a de videogames e do cinema fazem uso do chamado “audio deepfakes” há bastante tempo. No geral, podemos resumir isso como o ato de gerar uma voz sintética através de uma IA.

Dessa forma, diversos aplicativos como o Resemble, o ReSpeecher e o iSpeech, conseguem clonar vozes de qualquer pessoa em minutos de gravação. A utilidade disso é variada, mas comumente é usada para ficção e brincadeiras nas mãos de usuários comuns.

 

Imagem: Reuters

Cientistas brasileiros criam luva capaz de detectar pesticidas em alimentos

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) criaram um dispositivo sensor vestível embutido em uma luva de borracha sintética capaz de detectar resíduos de pesticidas em alimentos. O trabalho, apoiado pela Fapesp, foi idealizado e liderado pelo químico Paulo Augusto Raymundo-Pereira, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP).

O dispositivo tem três eletrodos, localizados nos dedos indicador, médio e anelar. Eles foram impressos na luva por meio de serigrafia, com uma tinta condutora de carbono, e permitem a detecção das substâncias carbendazim (fungicida da classe dos carbamatos), diuron (herbicida da classe das fenilamidas), paraquate (herbicida incluído no rol dos compostos de bipiridínio) e fenitrotiona (inseticida do grupo dos organofosforados). No Brasil, carbendazim, diuron e fenitrotiona são empregados em cultivos de cereais (trigo, arroz, milho, soja e feijão), frutas cítricas, café, algodão, cacau, banana, abacaxi, maçã e cana-de-açúcar. Já o uso de paraquate foi banido no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A análise pode ser feita diretamente em líquidos, apenas mergulhando a ponta do dedo contendo o sensor na amostra, e também em frutas, verduras e legumes, bastando tocar na superfície da amostra.

Sergio Antonio Spinola Machado, professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP) e coautor da pesquisa, diz que não há nada semelhante no mercado e que os métodos mais utilizados atualmente para detecção de pesticidas se baseiam em técnicas como cromatografia (técnica analítica de separação de misturas), espectrofotometria (método óptico de análise usado em biologia e físico-química), eletroforese (técnica que utiliza um campo elétrico para separação de moléculas) ou ensaios laboratoriais.

“No entanto, essas metodologias têm custo alto, demandam mão de obra especializada e um tempo longo entre as análises e a obtenção dos resultados. Os sensores são uma alternativa às técnicas convencionais, pois, a partir de análises confiáveis, simples e robustas, fornecem informação analítica rápida, in loco e com baixo custo.”

Na luva criada pelo grupo, cada dedo é responsável pela detecção eletroquímica de uma classe de pesticida. A identificação é feita na superfície do alimento, mas em meio aquoso. “Precisamos da água, pois é necessário um eletrólito [substância capaz de formar íons positivos e negativos em solução aquosa]. Basta pingar uma gotinha no alimento e a solução estabelece o contato entre este e o sensor. A detecção é feita na interface entre o sensor e a solução”, detalha a química Nathalia Gomes, pesquisadora do IQSC-USP e integrante da equipe.

Sensores da luva

O processo de verificação de presença de pesticidas é simples. Coloca-se um dedo de cada vez na amostra: primeiro, o indicador; depois, o médio e, por último, o anelar. No caso de um suco de frutas, basta fazer a imersão dos dedos no líquido, um de cada vez. A detecção é feita em um minuto e, no caso do dedo anelar, em menos de um minuto.

“O sensor no dedo anelar usa uma técnica mais rápida. Ele é composto por um eletrodo de carbono funcionalizado, enquanto os dos outros dois dedos por eletrodos modificados com nanoesferas de carbono [dedo indicador] e carbono printex, um tipo específico de nanopartícula de carbono [dedo médio]. Após a detecção, os dados são analisados por um software instalado no celular”, explica Raymundo-Pereira.

luva
(Foto: Nathalia Gomes / USP)

O pesquisador ressalta que a incorporação de materiais de carbono conferiu seletividade aos sensores, uma das propriedades mais importantes e difíceis de alcançar em dispositivos semelhantes. “Uma escolha criteriosa de materiais à base de carbono permitiu a detecção sensível e seletiva de quatro classes de pesticidas dentre os mais empregados na agricultura: carbamatos, fenilamidas [subclasse das fenilureias], compostos de bipiridínio e organofosforados. Assim, um dos diferenciais da invenção está na capacidade de detecção seletiva em presença de outros grupos de pesticidas, como triazinas, glicina substituída, triazol, estrobilurina e dinitroanilina. Com os métodos tradicionais isso não é possível.”

Outro destaque do dispositivo está na possibilidade de detecção direta, sem exigir preparo de amostra, o que torna o processo rápido. Além disso, o método preserva o alimento, permitindo o consumo após a análise.

A luva não tem prazo de validade e pode ser usada enquanto não houver danos nos sensores. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, professor do IFSC-USP e coautor da pesquisa, explica que os sensores podem ser danificados por solventes orgânicos (como álcool e acetona) ou por algum contato mecânico impróprio na superfície do sensor (um objeto que o arranhe, por exemplo).

Mercado

Raymundo-Pereira salienta que o produto é inovador e que já está em andamento o processo de requisição de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Ele afirma que não há um procedimento simples para a detecção de pesticidas, principal razão pela qual os testes para discriminação de diferentes classes de pesticidas e outros contaminantes ainda não estão disponíveis no mercado. Para ele, o uso de dispositivos como a luva, que permitem a análise química de materiais perigosos in loco, seria relevante em aplicações alimentares, ambientais, forenses e de segurança, permitindo um rápido processo de tomada de decisão no campo.

“Representantes das agências internacionais que fazem o controle da entrada de alimentos nos diversos países do mundo já usam luvas para manipulá-los. Imagine se tivessem um sistema de sensoriamento de pesticidas embutido? Alimentos contendo pesticidas proibidos seriam descartados já na fronteira. O dispositivo pode ser usado durante a colheita também.”

Segundo o pesquisador, o custo do dispositivo é basicamente o custo da luva, sem o sensor. “Os sensores custam menos de US$ 0,1. O custo principal é a luva. Usamos uma luva nitrílica porque é menos porosa que a de látex. Com a pandemia, o preço dela disparou. E o custo individual subiu. Mas, ainda assim, o dispositivo que criamos é um produto muito barato. Mais acessível que os testes feitos atualmente.”

 

 

*Agência Fapesp

Imagem: Divulgação USP

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Universidade cria dispositivo inusitado que reproduz quase todos os sabores de comida

Lamber um aparelho eletrônico pode não ser a coisa mais legal do mundo, né? Uma invenção de cientistas da Universidade de Meiji, no Japão, promete ser capaz de criar quase todos os sabores de comidas.

O dispositivo chamado Norimaki cria um gel de cada sabor básico (doce, azedo, salgado, amargo e umami) para recriar o gosto de quase todos os alimentos. A surpresa vem no tal “Umami”, o famoso sabor do glutamato monossódico – aquele gosto de miojo ou tempero de Sazón – que não é exatamente salgado, mas faz você passar mais vontade. 

A lógica da invenção é similar ao monitor, que combina três luzes (ciano, magenta e verde) para recriar as cores que a gente vê. Sendo assim, o sintetizador de sabores do Norimaki é capaz de causar a impressão de estarmos comendo alimentos. Segundo os criadores, a ideia é criar um dispositivo parecido com o cigarro eletrônico.

Com informações da Hypeness

Elon Musk anuncia dispositivo que permitirá o uso de smartphones através do pensamento

O bilionário Elon Musk, anunciou seu mais novo projeto em um evento nos Estados Unidos, nesta terça-feira (16/07). Elon está trabalhando em um pequeno dispositivo que conectará o cérebro à computadores e smartphones. 

No evento, a startup comandada pelo bilionário, Neuralink, apresentou um pequeno sensor, que seria a primeira versão do dispositivo. Os pesquisadores explicam que são minieletrodos implantados por robôs especialmente desenvolvidos para executar esta tarefa. 

Além disso, Elon Musk explicou que pode haver milhares de eletrodos conectados a um cérebro, captando o máximo de informações, que seriam enviadas para um aplicativo de smartphone por meio de um tipo de aparelho auditivo. O objetivo inicial do projeto é fazer com que as pessoas consigam controlar seus smartphones através do pensamento, mas com o futuro avanço da tecnologia, também pode ser vendida para uso de braços robóticos e próteses. Um dos neurocirurgiões responsáveis pelo projeto, acredita que a longo prazo a interface poderá dar capacidade ao cérebro de obter informações e potencializar o conhecimento com o poder de um computador.

Oficialmente, o aparelho foi testado apenas em ratos, a Neuralink inseriu o dispositivo em 19 animais, com taxa de sucesso de 87%. Segundo a startup, testes em humanos serão iniciados a partir de 2020 e os possíveis voluntários receberão quatro furos de oito milímetros no crânio, por onde passam os fios, que ligam os eletrodos ao implante atrás da orelha. Para isso, o bilionário precisa comprovar a eficácia e segurança do processo ao FDA – agência federal norte-americana responsável pelo controle da saúde.

O projeto que já tem um custo de cerca de U$$ 100 milhões, está recebendo muitas críticas de especialistas que acerditam ser desconcertante para a sociedade. Parece que o domínio da Inteligência Artificial está em um futuro muito mais próximo que o esperado, mas quais serão as consequências sociais desse imenso avanço tecnólogico?

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