Ministério da Justiça suspende exibição de filme de comédia com Danilo Gentili e Fábio Porchat

O Ministério da Justiça determinou a suspensão do filme ‘’Como se Tornar o Pior Aluno da Escola’’ em plataformas de streaming no Brasil. Segundo despacho da Secretaria Nacional do Consumidor publicado nesta terça-feira (15) no Diário Oficial da União, caso “a disponibilização, exibição e oferta” do filme não sejam interrompidas em até cinco dias, deve ser aplicada multa diária de R$ 50 mil.

De acordo com a decisão, assinada pela diretora do Departamento de Proteção e de Defesa do Consumidor, Lilian Brandão, a medida foi tomada “tendo em vista a necessária proteção à criança e ao adolescente consumerista”.

Inspirado em um livro do comediante e apresentador Danilo Gentili, que também atua no filme, o longa, de 2017, é acusado de fazer apologia à pedofilia. A história gira em torno de dois adolescentes, interpretados pelos atores Bruno Munhoz e Daniel Pimentel, que encontram um diário com “dicas” de como se tornar “o pior aluno da escola”.

Um trecho do filme que circulou ontem (14) nas redes sociais gerou polêmica, especialmente quando o inspetor, vivido por Fábio Porchat, sugere um ato sexual por parte dos garotos.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, que já havia se manifestado sobre a polêmica dizendo que tinha pedido a “vários setores” da pasta que adotassem as medidas cabíveis, compartilhou a decisão em suas redes sociais nesta terça-feira.

A postagem recebeu o apoio de outros membros do governo federal, como o secretário de Cultura, Mário Frias, e a ministra Damares Alves, que comanda a Secretaria da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Outro lado

Por meio de sua assessoria, Gentili se defendeu das acusações e frisou que o filme é uma obra de ficção: “Geralmente, o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas… O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá, gente?”, ironizou.

Já Fábio Porchat comentou sobre o caso para o Jornal O Dia e deu exemplos de outros filmes que retratam polêmicas, e que não sofreram esse tipo de censura: ‘’Temas super pesados são retratados o tempo todo no audiovisual. E às vezes ganham prêmios! Jackie Earle Haley concorreu ao Oscar em 2007 interpretando um pedófilo no excelente filme ‘Pecados Íntimos’. Só que quando o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado. Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos?’’, comentou o ator.

 

*Agência Brasil

Imagem extraída do portal Adoro Cinema

Projeto goiano inspirou guias sobre direitos de pessoas com nanismo lançado pelo Governo Federal

25 de outubro é uma data marcada pelo Dia Nacional do Combate ao Preconceito contra a Pessoa com Nanismo, e apesar da sua importância, só foi em 2004 que o nanismo passou a ser reconhecido como deficiência no Brasil. Existem mais de 400 tipos de nanismo que atingem aproximadamente 1 a cada 25 mil crianças nascidas, e ainda não existe nenhum levantamento de quantas pessoas com essa deficiência nascem aqui no país. Mas, agora, o devido reconhecimento para essa deficiência parece, enfim, estar mudando para melhor.

Isso porque o Governo Federal, por meio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, lançou, na segunda-feira (25), cinco guias inéditos para apoiar estados e municípios na compreensão sobre o tema e na inclusão de pessoas com nanismo. É o primeiro material oficial lançado no âmbito federal do Brasil, e foi entregue ao Instituto Nacional de Nanismo (INN) em Brasília.

A inspiração de todo o projeto veio através da organização goiana ‘’Somos Todos Gigantes’’, o maior e único site a falar com exclusivamente sobre o nanismo, criado pelo casal Juliana Yamin e Marlos Nogueira pais de Gabriel, que nasceu com a deficiência. Em 2020, o projeto impulsionou a criação do INN que agora tem atuado fortemente na divulgação de informações sobre a deficiência, no combate ao preconceito e na busca por políticas públicas voltadas para esta parcela da população.

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A conquista é uma grande vitória, mas ainda mostra que é preciso muito trabalho pela frente, já que, existem poucos estudos sobre o tema e, mesmo em faculdades médicas, estudos e pesquisas sobre a deficiência são pouco exploradas. Caracterizado pela baixa estatura proporcional, o tipo mais comum do nanismo é a acondroplasia que acomete aproximadamente 250 mil pessoas no mundo.

Na cerimônia em Brasília, os guias foram entregues pela ministra Damares, com a presença da Secretária Nacional de Política para as Mulheres, Cristiane Britto, e da Secretária Nacional de Proteção Global, Mariana Neris, abordam temas importantes como os ambientes acessíveis para pessoas com nanismo, diagnósticos pelo SUS, tecnologia assistiva, e os direitos do nanismo, os guias estão disponíveis via E-book com acesso totalmente gratuito. 

 

Saiba mais sobre o projeto no site oficial do Somos Todos Gigantes.

 

Imagens: Divulgação

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