Na segunda metade dos anos 50, mais precisamente em 1957, o Brasil estava fervilhando de acontecimentos históricos. Em agosto daquele ano, o presidente do Brasil Washington Luiz tinha falecido, a usina hidrelétrica de Três Marias em Minas Gerais estava começando e outros acontecimentos marcaram o país.
Em 1957, também foi a estreia de Pelé na Seleção Brasileira de Futebol, com 16 anos de idade. Além disso, Brasília também tinha começado a ser construída. O ano foi marcante!
E Goiânia? Estava em seu momento de maior impulso econômico e social. Dentro deste contexto, um acontecimento brutal e misterioso, marcou dezembro daquele ano.
Uma cena de violência aconteceu no dia de 6 de dezembro de 1957 e chocou Goiânia. Em uma casa na Rua 74, no antigo Bairro Popular, houve uma cachina de uma família inteira: a Família Matteucci.
O crime está rodeado de mistérios e figura como uma dos crimes mais chocantes do Brasil. Foi um choque para a cidade que era muito pequena e pacata, ainda mais porque naquela época, a maioria das casas dormia de portas abertas.
A família era composta por Wanderley (pai), Lurdes (mãe) e 5 filhos: Walquíria de 6 anos, Wagner de 5 anos, Wolnei de 4 anos, Wânia de 2 anos e Wilma com apenas 9 meses.
Segundo poucos relatos que se tem da vizinhança, Wanderley se mudou com a família para Goiânia em busca de uma vida melhor para sua família. O pai de família abriu uma mercearia chamada Armazém São Mateus e era muito conhecido por todos. Um família “normal”, sem inimigos aparentes.
Eles residiam em uma casa, atrás do comércio da família, que foi invadida por criminosos. Eles mataram todos, com golpes de machado, exceto a pequena Wânia, de 2 anos, além de furtar 51 mil cruzados.
Quem encontrou os corpos foi Siron Franco, que na época tinha cerca de 10 anos. Era amigo das crianças e eles iam a escola juntos. Ao chamar os amigos naquele dia, não obteve resposta e acabou entrando na residência da família, descobrindo a cena de terror.
Após investigação criminal, a polícia chegou a Wilson Mateucci, irmão de Wanderley, que nutria sentimentos de ódio e inveja. Ele confessou ter contratado um matador para executar o crime. Mas a imprensa da época apurou que Wilson confessou, porém, sob tortura.
Em juízo, o irmão do falecido e o suposto assassino, negaram tudo e foram absolvidos. Os outros criminosos acabaram fugindo e somente um foi preso, mas acabou liberado.
Altino, um homem que trabalhava no comércio da família, foi preso após confessar os assassinatos, mas a versão era pouco convincente, já que os motivos alegados por ele não justificariam tamanha crueldade. Após cumprir a pena, ele nunca mais foi visto.
O objetivo, segundo Wilson, era somente roubar a família, mas o pai teria reagido ao assalto. O fato é que, o crime acabou prescrevendo e sua autoria nunca ficou esclarecida.
A casa da família, na rua 74, ficou anos abandonada, quando foi comprada e transformada em uma casa de embalagens.
A história que chocou os goianienses virou tema de um livro chamado Veias e Vinhos, do autor goiano Miguel Jorge. A obra inspirou o filmes de mesmo nome, lançado em 2006.
Um mistérios que permeia o bairro do Centro em Goiânia é a proximidade entre 3 lugares considerados fantasmagóricos: a casa onde foi o massacre da família Matteucci, a casa onde aconteceu o acidente com Césio 137 e a casa assombrada pelo fantasma do menino Pitibá.
Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.
Foto de Capa: Divulgação do Filme Veia e Vinhos