Nega Lilu Editora abre edital de seleção para novas autoras e autores goianos

Autoras e autores goianos ou residentes no estado de Goiás, inéditos ou éditos com até três anos de atuação no campo literário: este é o perfil que a Nega Lilu Editora busca a partir da publicação de edital para seleção de poemas, contos e crônicas que deverão compor a Coleção e/ou. As inscrições podem ser feitas até 17 de janeiro de 2017 no site oficial.

A Coleção e/ou tem por objetivo reunir novos talentos da literatura goiana e escritores convidados em antologias de poesia e prosa. Até o momento, 38 autoras e autores foram publicados (sendo 22 inéditos) nas coletâneas “Os olhos do bilheteiro” e “As dores de Josefa”, fruto de processos seletivos realizados em 2014 e 2015. Além dos investimentos da Nega Lilu Editora e da Casa da Cultura Digital, os livros também contaram com o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

“Um dos desafios deste novo edital é alcançar de forma mais ampliada a produção literária de qualidade que está ativa fora da capital e da região metropolitana de Goiânia”, conta a escritora Larissa Mundim, diretora da Nega Lilu Editora. Segundo ela, as duas primeiras antologias publicadas fazem registro do trabalho de jovens escritores residentes em municípios como Bela Vista de Goiás, Anápolis, Trindade, Aparecida de Goiânia, bem como de goianos residentes em outros estados e no DF. “Agora temos a ambição de ir mais longe”, revela a editora.

Para Larissa Mundim, “ir mais longe” significa não somente mobilizar aspirantes a escritores nas outras regiões do estado, mas avançar no mapeamento de autores e autoras ativos, em Goiás, promovendo a conexão desta rede. “Como editora, a Nega Lilu se interessa, naturalmente, pela produção literária, mas apoia iniciativas que impactam na cadeia produtiva integralmente, ou seja, iniciativas que visam a qualificação de leitores, articulação entre autores e entre autores e leitores, além da circulação da obra literária em todo o Brasil”, diz.

 

Edital

De acordo com o edital 2016 da Coleção e/ou, cada autor ou autora poderá inscrever até três textos literários inéditos. O conselho editorial responsável pelo concurso vai considerar “inédito” poemas, crônicas e contos que ainda não tiverem sido publicados em formato físico. Qualidade, atualidade, técnica e potencial de difusão são os pilares técnicos e conceituais que vão nortear o processo seletivo. O calendário divulgado pela Nega Lilu Editora prevê publicação do resultado final em 30 de janeiro de 2017.

 

O edital informa também que o lançamento das novas antologias da Coleção e/ou está condicionado à captação de recursos financeiros. “Temos um processo democratizado de seleção, com critérios bem definidos, conselho editorial legítimo, divulgação ampliada pela imprensa. A realização de um trabalho qualificado, de ponta a ponta, nos oferece boas condições de aprovação deste projeto junto aos mecanismos de incentivo à Cultura, como ocorreu no volume 1 de prosa e poesia”, lembra Larissa Mundim.

 

Serviço

Edital para seleção de texto literário: Coleção e/ou – volume 2

Inscrições em: Site Nega Lilu Editora

Período de inscrições: até 17 de janeiro de 2017

 

Cora Coralina terá livro para crianças

Cora Coralina para pequenos. Esta é a proposta do livro “De Medo e Assombração” que chega às livrarias no dia 1º de março.

Trata-se de uma coletânea de seis contos escritos por Cora Coralina (1889-1985), a poeta doceira da Cidade de Goiás. Cinco deles (As Capas do Diabo, O Capitão-mor, Medo, O Corpo Delito e Candoca) foram publicados anteriormente em O Tesouro da Casa Velha, que já está em sua 6.ª edição. Procissão das Almas saiu em Estórias da Casa Velha, na 14.ª edição.

Os dois livros foram lançados pela Global, que apresenta agora a nova antologia. O livro é direcionado ao público infantojuvenil e conta com ilustrações (abaixo) de Rogério Sound.

cora coralina

13 lendas urbanas goianas de causar arrepios

1 – Romãozinho

A versão goiana do Saci, o Romãozinho, é um espírito malvado que aparece sob a forma de uma criança feia e deformada que vem para fazer travessuras e gerar o caos. O menino, filho de um humilde agricultor, mesmo quando era apenas um bebê, já demonstrava sinais de ruindade extrema. Dizem que antes mesmo de aprender a falar, Romãozinho mordia quem colocasse a mão em seu rosto assim como mordia o peito de sua mãe, quando está tinha que o amamentar. Já maior, na infância, sempre gostou de maltratar os animais, destruir plantas e prejudicar as pessoas. Existem diversas versões sobre a história de Romãozinho. Em algumas ele teria matado o pai de susto, já em outras, sua mãe teria vivido e amaldiçoado o filho posteriormente a morte do pai. Existe ainda uma versão em que dizem que o menino também vira uma tocha de fogo que fica indo e vindo pelos caminhos desertos. Já outros, dizem que ele seria o próprio Corpo-Seco, nesta versão, a alma do menino seria tão ruim, mas tão ruim, que nem o céu nem o inferno o quiseram, por essa razão ele vaga pelo mundo assustando as pessoas.

2 – O Arranca-línguas

Muito contada em Goiás, especialmente na região do Rio Araguaia, essa lenda trata sobre um ser maior que um gorila, que se alimenta com nada menos que línguas! E pior que o monstro é eclético: as línguas podem ser de bois, cavalos, cabras ou mesmo de gente. Conforme contam, o Arranca-línguas costuma atacar as vítimas à noite.

3 – Rodeiro

Habita o Vale do Rio Araguaia. Trata-se de uma arraia gigantesca, que ataca pessoas, embarcações e animais, nas praias dos rios.

4 – Pé-de-Garrafa

É um selvagem, cabeludo, que só tem o pé esquerdo com o qual deixa no solo uma pegada redonda. Adora aparecer para as pessoas nas matas e desaparece a seguir, deixando quem o viu assombrado.

5 – Nêgo d’água

Habita as margens dos rios dos cerrados. É todo negro, tem cabeça pelada, mãos e pés de pato. Aparece entre pedras, à tardinha ou em noites de luar a canoeiros e pescadores, tentando virar a canoa. A lenda é mais conhecida a partir do norte do Estado.

6 – As Garrafas de Ouro de Pirenópolis

Ouros escondidos pelos senhores e pelos escravos por debaixo de pedras e cantos de muros, quem achar…

Ainda em Pirenópolis, houve por lá um casarão assobradado de 365 janelas, uma para cada dia do ano. Conhecida como a A Casa de 365 Janelas.

7 – O fantasma de Tereza Bicuda

Tereza Bicuda era uma moça de lábios grossos que lhe valeram o apelido de bicuda. Morava em Jaraguá, no Larguinho de Santana. Pessoa de maus bofes, tratava a mãe de forma absolutamente cruel: botava a velha para mendigar nas ruas, batia nela, humilhava. Um dia, chegou ao extremo da maldade e, diz o povo, colocou um freio de cavalo na bocada genitora, montou, e nela andou montada à frente de todo o povo. Aquilo foi demais: a pobre mulher morreu mas, antes, excomungou a filha desnaturada.

No meio religioso e de extrema moralidade da antiga Vila de Jaraguá, Tereza Bicuda era uma aberração social. Descrente, nunca visitava a igreja.

Na Serra de Jaraguá existe ainda o local onde dizem que ela foi enterrada, onde hoje há uma cruz de madeira. As pessoas dizem que lá possui um pé de caju assombrado e se você tentar pegar os frutos da árvore será atacado por um enxame de abelhas. Além disso, dizem também que nas noites de lua cheia se você tentar subir na Serra a própria Tereza Bicuda aparecerá pra você e lhe montará como ela fez a sua mãe. (Blog Noite Sinistra).

8 – A cruz de madeira no Morro da Saudade em Catalão

Conto popular narrado por Cornélio Ramos

No tempo de antigamente, o morrinho do São João jazia tranquilo, sozinho, no meio da campina, sem o burburinho produzido pelo progresso, sem nenhuma casa ao seu redor, somente a capelinha e a cruz de madeira.

Contam os antigos que o morro recebeu esse nome devido a um episódio trágico. Havia ali, o cemitério dos Anjos, onde eram enterradas as crianças que não haviam sido batizadas. Conta a lenda que uma menina de 6 anos de idade, foi enterrada viva, após sofrer um ataque de catalepsia (doença que dá a impressão que a pessoa está morta).

Sem o médico da região por perto no momento, a criança foi enterrada. Os pais ao tomarem consciência do que havia ocorrido, muito transtornados erguem uma cruz de madeira para a alma da criança. Dizem que pode-se escutar uma criança chorando e tentando sair de seu túmulo.

9 – A louca do Morro da Saudade 

Conto popular narrado por Cornélio Ramos

Conta a lenda que viva em uma fazenda próxima a cidade de Catalão, um jovem que ficou viúva muito cedo. A jovem era herdeira de uma grande fortuna e, quase sempre cortejada por homens que se interessavam em casar com a mesma e tomar posse de sua fortuna. Um certo dia chega a cidade um jovem dentista muito bonito, e logo ele e Rita iniciam um romance.

Apesar dos conselhos dos amigos Rita estava apaixonada por Roberto, e ele apesar de corresponder não a amava da mesma forma. A verdade é que Roberto era um homem casado e pai de família. Sua mulher havia o abandonado e fugido com sua filha, mas Roberto ainda sim amava muito sua esposa.

Certa tarde Roberto decide que quer novamente voltar para Minas Gerais e dar mais uma chance ao seu casamento, então decide terminar seu romance com Rita. Marcam de se encontrar às seis horas no Morro de São João, e Roberto conta a Rita sua intenção de voltar a Minas Gerais e procurar sua amada esposa.

Rita, que já suspeitava que Roberto queria terminar o relacionamento, estava decidida a impedir que Roberto fosse embora. Ao ver que Roberto realmente ira deixa-la Rita atira com um revolver quatro vezes contra as costas de Roberto e o mata. Após aquele noite Rita não foi mais a mesma.

Mesmo após várias internações no manicômio ela sempre voltava ao Morro procurando por seu amado, mesmo após a morte. Muitos catalanos afirmam que em noites de lua cheia é possível ver uma moça toda de branco chorando no alto do Morro.

10 – O Fantasma de Maria Grampinho (Cidade de Goiás)

Embora Maria da Conceição tenha existido e contribuído em grande parte para o folclore e a memória da cidade de Goiás, a an­darilha amiga de Cora Coralina ocupava um lugar diferente no imaginário das crianças da época. Se dizia que ela iria pegar e levar as crianças de mau comportamento, colocando-as em sua misteriosa trouxa. Mesmo agora, anos após sua morte, ainda se fala que Maria vai levar as crianças levadas e mais: alguns turistas dizem vê-la brincando com seus grampos e a trouxa dentro da casa de Cora Co­ralina. Maria, além de provável fantasma local, acabou também virando a versão vilaboense do Homem do Saco.

 

11 – O Fantasma do Centro Cultural Martim Cererê

Como toda boa cidade grande, Goiânia também é recheada de lendas urbanas. Se fala até de túneis antiaéreos que ficaria em baixo do Centro da cidade com direito a um bunker contra ataques nucleares e muitas outras coisas. Uma delas é que o Martim Cererê seria assombrado. O Cen­tro Cultural Martim Cererê abrigava caixas d’água, que após desativadas foram usadas para torturar presos durante a Ditadura Militar e nem todos saíram vivas de lá. Funcionários e frequentadores dizem ver constantemente as almas dos torturados vagando pelos teatros em que se tornaram as antigas caixas d’água.

12 – A moça na varanda (conto popular catalano)

Conta a lenda que uma moça de uma família muito rica de nossa cidade, se apaixonou por um rapaz muito pobre. A família para impedir seu casamento com alguém que não tinha dinheiro resolve mandar a moça para um convento.

A moça, que era muito apaixonada, decidiu que se não poderia se casar com que amasse, não gostaria mais de viver. Durante o jantar ela sobe ao pé da escada e com um cutelo corta sua própria cabeça.

Contam, que o pai arrependido de ter impedido o casamento, manda esculpir vários rostos de anjos, semelhantes ao rosto de sua filha, e os colocou na fachada de sua casa. Muitos catalanos contam que se encararmos por muito tempo estes anjos, a moça aparece na varanda para a pessoa, outras contam que os anjos nos seguem com o olhar. (Fonte: Ramos, Cornélio Contos & Confissões. 1991 Ed. Kallil Catalão GO | Barbosa, J. Narrativas orais: memória e história. Universidade Federal de Goiás)

13 – A lenda da Serpente (Formosa-GO)

Assim que o Frei Estêvão foi fazer sua visita a Formosa, um pouco acima da Rua dos Criolos havia sido feita uma praça com uma capela (na época, distante do vilarejo). Só que essa capela foi construída exatamente em cima de um rio subterrâneo muito forte e devastador, pois era o rio que alimentava a Lagoa Feia, e todos esperavam que um dia esse rio levasse todas as casas e terras que existiam em sua extensão. Não bastasse o rio, uma serpente muito grande se criou nesse lugar, chegando a quase uma légua de comprimento.

A capela foi demolida e no lugar dela foi construída uma linda igrejinha que, após a morte do Frei Estêvão recebeu o nome de Igreja de Santo Estêvão. Colocando o ouvido no chão próximo à Sacristia, podia ouvir atentamente o barulho das águas e o balançar da serpente tentando se soltar. Mesmo que a igrejinha foi demolida em 1910, a serpente ainda encontra viva e amarrada, sendo que, se alguém cortar o coqueiro onde ela encontra amarrada, ou mesmo se o fio de cabelo de Nossa Senhora da Conceição se quebrar, ela levantará e arrasará a cidade.

 

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Nega Lilu Editora seleciona crônicas e contos para coletânea

A Nega Lilu Editora abre edital para seleção de crônicas e contos de novos autores goianos, que deverão integrar a primeira antologia da Coleção e/ou dedicada à prosa literária. As inscrições gratuitas permanecem abertas até o dia 16 de março de 2015. A iniciativa lança o selo literário Naduk, vitrine para a produção de autores inéditos ou éditos iniciantes, que buscam espaço para publicação. O projeto conta com a parceria do Evoé Café com Livros e da Casa da Cultura Digital.

Seleção

Os critérios de análise e seleção divulgados pelo edital são: qualidade, atualidade, técnica e potencial difusor da obra literária. Cada candidato poderá concorrer com, no máximo, cinco textos inéditos. O processo seletivo será conduzido por um Conselho Editorial, constituído pela Nega Lilu Editora e o resultado será conhecido no final do mês de março deste ano. O edital está disponível no site www.negalilu.com.br .

O conteúdo literário selecionado será editado em uma coletânea, que vai originar um projeto que será submetido à captação de recursos financeiros por meio dos mecanismos de incentivo à Arte e à Cultura, em Goiás, como Fundo Estadual de Cultura, a Lei Goyazes e a Lei Municipal de Incentivo à Cultura ou investimento direto por parte de empresas. Segundo ela, pequenas editoras em todo o mundo viabilizam publicações de antologias dividindo os custos em cotas, financiadas pelos próprios autores.

A Coleção e/ou também prevê um volume para a poesia, cujos textos foram selecionados em edital, no ano passado. Na ocasião, a Nega Lilu Editora recebeu 243 inscrições, elegendo 40 poemas e apenas 10 contos.

 

 

Literario