Goiânia honra a Paz Mundial com monumento histórico. Revelamos a Escultura

No Bosque dos Buritis, na área próxima ao lago superior, encontra-se uma construção notável que chama a atenção dos visitantes. Trata-se do Monumento à Paz Mundial, uma escultura que se assemelha a uma ampulheta e foi inaugurada em 20 de setembro de 1988, durante a segunda edição do Simpósio Nacional da Paz na Era Nuclear, realizado em Goiânia.

 

Esta obra é da autoria do renomado artista plástico goiano, Siron Franco, e simboliza a união dos povos em busca da paz global. Ela abriga uma coleção de porções de terra representando a harmonia entre as nações. Inicialmente, o monumento continha amostras de solo de 12 países, incluindo Austrália, Israel, Holanda, Gana, Portugal, Suécia, Uruguai e a ex-URSS. Hoje, possui contribuições de 101 nações.

 

No interior da estrutura, há um compartimento maior com as terras misturadas. Em sua base, encontra-se uma citação marcante de Bahá’ú’lláh, o profeta fundador da Fé Bahá’í, que proclama: “A Terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos”.

 

 

O monumento, com cinco metros de altura e um peso de cinquenta toneladas, é uma representação simbólica em cimento em forma de ampulheta. Sua parte central é composta por compartimentos de vidro, separados por faixas verticais nas cores amarela, azul, branca, verde e vermelha.

 

Essa obra de arte ganha uma importância singular ao colocar Goiânia no mapa internacional e ao demonstrar de maneira eloquente como a convivência pacífica entre os povos é não apenas possível, mas também duradoura. O Monumento à Paz Mundial é um destaque turístico imperdível para todos os que exploram o Bosque, contribuindo para a formação de um cenário esplêndido junto ao lago.

 

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Césio-137: a tragédia que marcou a história de Goiânia

Uma mineradora de Minas Gerais acionou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), após o desaparecimento de duas fontes seladas de Césio-137. Isso ativou a memória da população de Goiânia sobre a tragédia que marcou a cidade nos anos 1980.

O caso ocorrido em setembro de 1987 marcou profundamente a cidade. Um aparelho de radioterapia abandonado foi manuseado indevidamente, resultando em um acidente radiológico que afetou centenas de pessoas. A fonte contendo Césio-137, com alto poder radioativo, foi espalhada pelo meio ambiente, contaminando diversos locais e causando sérios danos à saúde.

 

A fonte, com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) continha cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade. O 137Cs, isótopo radioativo artificial do Césio tem comportamento, no ambiente, semelhante ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo ser concentrado em animais e plantas. Sua meia-vida física é de cerca de 33 anos.

Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários fragmentos de 137Cs, na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação de diversos locais, especificamente naqueles onde houve manipulação do material e para onde foram levadas as várias partes do aparelho de radioterapia.

Por conter chumbo, material de relativo valor financeiro, a fonte foi vendida para um depósito de ferro-velho, cujo dono a repassou a outros dois depósitos, além de distribuir os fragmentos do material radioativo a parentes e amigos que por sua vez os levaram para suas casas.

 

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Foto de Capa: Secretaria de Saúde de Goiás

Corpo de Bombeiros é acionado após denúncia de cápsula de Césio em Anápolis

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás foi acionado, no início da tarde desta sexta-feira (19), para uma ocorrência de possível produto perigoso, concretado em uma caixa de ferro, localizado no quintal de uma residência. 

 

A equipe foi até o local e realizaram o isolamento de toda área. O material estaria enterrado e o morador seria um acumulador.

 

Sem equipamentos adequados, os militares não podem retirar a cápsula e investigar se, de fato, trata-se de Césio. Segundo relato inicial, a cápsula estaria ainda intacta.

 

Uma equipe de Goiânia, especializada em produtos perigosos, está em deslocamento. É ela que vai poder atestar se trata-se do elemento radiológico. A corporação, ressalta que, a substância radioativa, caso exista, está contida em um envoltório de concreto (castelo de concreto), não passível de causar contaminação. Assim sendo, não há motivo para pânico.

 

Em Goiás, a capital já sofreu com o maior acidente radioativo em área urbana do mundo a partir da abertura de uma cápsula de Césio-137.

 

 

Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros

Césio 137: mulher recebe indenização por lavar farda do marido bombeiro 30 anos depois do acidente radiológico em Goiânia

Depois de exatos 33 anos, uma dona de casa de 71 anos, conseguiu indenização de R$ 20 mil por danos morais por comprovar que desenvolveu depressão grave após ser acometida por câncer de pele ao lavar a farda do marido, um bombeiro militar, enquanto ele trabalhava no combate ao acidente do Césio 137, em Goiânia, em setembro de 1987. A decisão é da Justiça Federal em Goiás.

 

Benvina Alves Amado é esposa do bombeiro Osvaldino Fidencio Amado, hoje aposentado, e que atuou na linha de frente contra o maior acidente radiológico da história do Brasil.

 

Em 2014, depois de diversas sessões de radioterapia, retirada de tecido do câncer e agravamento de sua depressão, a mulher recebeu diagnóstico de médico psiquiatra que atestou a impossibilidade dela de trabalhar, por causa do seu estado de saúde.

 

Para proferir a sentença, a Turma Recursal da Seção Judiciária da Justiça Federal em Goiânia considerou o resultado de perícia realizada pela Junta Médica Oficial do Centro de Assistência aos Radioacidentados (Cara). De acordo com a decisão da Justiça, não houve qualquer alerta da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) sobre o risco da exposição à radiação, e Benvina, sem saber, continuou a limpar a farda do bombeiro, sem nenhuma proteção.

 

 

Com informações O Globo

 

Imagem: Divulgação

 

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Bairro Popular: um quadradinho cheio de história (e atrativos) no coração de Goiânia

 

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Bairro Popular: um quadradinho cheio de história (e atrativos) no coração de Goiânia

O Setor Central ou Centro de Goiânia, como é mais conhecido, foi projetado pelo arquiteto Attílio Corrêa Lima em 1933, ano do lançamento da pedra fundamental da cidade e executado nos anos seguintes, o bairro antigamente era bem menor do que é hoje. As Avenidas Araguaia, Goiás e Tocantins são largas, como Pedro Ludovico Teixeira queria, para se diferenciarem das ruelas da, então, cidade de Goiás Velho.

 

Essas três principais avenidas se dirigiam para o Centro do poder: a Praça Cívica, com os prédios que abrigariam o Palácio do Governo e os órgãos públicos, se encontrando com a Avenida Paranaíba. Foi através desse projeto que o bairro teve início. Os primeiros moradores foram abrigados na parte mais baixa, que ficava a partir da Avenida Araguaia em direção ao Córrego Botafogo.

 

Mas o que muita gente não sabe é que essa região antigamente se chamava ‘’Bairro Popular’’ e foi o primeiro bairro da cidade, sendo construído juntamente com a construção da nossa capital lá na década dos anos 30. Em termos de localidade, esse pequeno bairro começava mais ou menos na Avenida Paranaíba e ia até a Avenida Independência, e abrigava grande parte dos funcionários do governo que trabalhavam nas obras da cidade. E foi a partir daqui que Goiânia começou a se expandir.

 

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Praça Cívica antigamente (Foto: Hélio de Oliveira)

 

 

Mais interessante ainda, é saber que grandes obras e monumentos da capital, primeiramente pertenciam ao Bairro Popular. Separamos para você saber quais eram eles:

 

 

Mercado da 74

 

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Reprodução

 

 

O Mercado Bairro Popular, popularmente conhecido como Mercado da Rua 74, foi construído na década de 50 e foi entregue aos goianienses, num tempo em que aquela região ainda se chamava Bairro Popular. Nessa década, vários outros estabelecimentos desse tipo foram construídos em bairros diversos da cidade, como em Campinas e no Setor Pedro Ludovico. Por algum tempo, os mercados foram centros comerciais, onde se achava de tudo um pouco. Com o crescimento da cidade, foram ficando esquecidos, tanto pela população, quanto pelo poder público. Se tornaram lugares sem muitos atrativos para o público em geral. Até que, nos anos 2000, um projeto da Prefeitura de Goiânia reformou e revitalizou esses espaços, dando nova vida aos mercados.

 

 

Pastelaria do Meu

 

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Dentro do Mercado da 74, também existe uma das pastelarias mais conhecidas de Goiânia: a Pastelaria do Meu. Fundada em 1964 por Geraldo Lemes, conhecido como ‘’Meu’’, e sua esposa Maria de Lemes, a ‘’Minha’’, são os comerciantes mais antigos do mercado. O local já recebeu inúmeras celebridades goianas, políticos e jogadores de futebol do Goiás, Vila Nova e Atlético Goianiense. Além do cardápio diversificado de pastéis, o lanche carro chefe da casa é o Biscoito Frito.

Praça do Trabalhador

 

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Foto encontrada no portal Scielo Brasil

 


No projeto inicial da cidade de Goiânia, a Avenida Goiás ligava a Praça Cívica à Praça do Trabalhador, local no qual se encontrava a Estação Ferroviária. Essa Praça foi nomeada como Praça Doutor Americano do Brasil em homenagem ao escritor e médico que fez parte da história de Goiás, e integrava o antigo Bairro Popular. Local de grande aglomeração de trabalhadores que transitavam por Goiânia e cidades próximas, o local se tornou ponto de encontro para protestos estudantis e de trabalhadores. Além disso, a estação passou a receber trens de carga e passageiros apenas em 1952, dois anos após sua inauguração. No entanto, funcionou apenas até a década de 80, quando o pátio ferroviário precisou ser transferido para uma cidade vizinha, Senador Canedo. O local também é palco para a tradicional Feira Hippie.

 

Restaurante Popular

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Dona Lourdes preparando um Doce de Figo

 

Um dos locais mais tradicionais da memória e culinária goiana. O Restaurante Popular, da dona Maria de Lourdes Salomão, existe desde 1976 e ainda hoje é um dos grandes pontos de tradição de quando existia o antigo Bairro Popular, que mais tarde foi integrado ao Centro de Goiânia. A ideia do restaurante veio quando dona Lourdes, ainda funcionária pública, se casou e foi morar com os sogros, numa tradicional casinha em estilo art déco na Rua 72. De lá para cá, são muitas histórias que ajudaram o restaurante a se tornar um dos mais tradicionais da capital, além do ambiente nostálgico que nos faz lembrar de casa de vó. 

Córrego Botafogo

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Goiânia nos anos 50, onde supostamente era o córrego Botafogo (Foto encontrada no portal Ambiente Legal)

Por mais distante que pareça ser, há muitos anos o córrego da avenida botafogo era um local que os moradores iam para se divertir e refrescar. Nos primeiros anos da construção de Goiânia, parte daquela região ainda integrava o Bairro Popular e as pessoas realmente se banhavam nas águas do córrego.

 

Colégio Estadual José Honorato

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Reprodução

 

Uma das mais conhecidas redes de ensino de Goiânia, junto com o extinto Colégio Estadual José Carlos de Almeida (inaugurado em 1937 ainda como Grupo Escolar Modelo), o José Honorato é uma tradicional escola da rede pública que existe há muitos anos na Rua 59, hoje integrada ao Setor Aeroporto. Atualmente, a escola se tornou Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) de Goiânia, se tornando uma das principais referências da capital.

Acidente do Césio 137

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Equipamento com césio-137 foi aberto em casa na Rua 57, no Centro de Goiânia — Foto: (Divulgação/ Cnen) (Paula Resende/G1)


Memórias tristes também fazem parte da história de Goiânia. Com dimensão mundial, o drama provocado pelo acidente com o césio-137 foi vivido de forma ainda mais intensa em alguns pontos da cidade que foram evacuados na época por causa do alto índice de radiação. Um dos principais, foi o terreno na Rua 57, local que antigamente integrava o Bairro Popular. 

 

O acidente começou no dia 13 de setembro de 1987, quando os catadores de recicláveis Wagner Mota Pereira e Roberto Santos encontraram o aparelho de radioterapia abandonado na sede do Instituto Goiano de Radioterapia (IGR), no Setor Aeroporto, que estava desativado. Eles levaram a peça de chumbo e metal, para a casa do Roberto, localizada na Rua 57, hoje Centro de Goiânia, onde começaram a desmontá-la.

 

Na época diversos lugares da região, incluindo o Mercado Popular da 74, precisaram ser fechados e evacuados por conta do alto índice de radiação que se espalhou na cidade.

 

 

 

Fontes e Informações: Alego; Wikipedia; Portal A Nova Democracia; G1 Goiás; Seplam GO; TV UFG; Jornal O Popular

 

 

 

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Você sabia? Cápsula do Césio 137 foi encontrada onde hoje está um cartão postal de Goiânia

No dia 13 de setembro de 1987, o instinto curioso de dois catadores de lixo junto com a falta de informação desencadeou o maior acidente radioativo do mundo, fora das usinas nucleares. O desastre ocorreu em Goiânia, em que o isótopo Césio-137 fez centenas de vítimas, por meio de uma única cápsula, que foi encontrada nas ruínas de uma antiga clínica. Hoje, no local, está o Centro de Convenções de Goiânia. 

Tudo começou quando os trabalhadores estavam vasculhando uma clínica abandonada, no centro da capital goiana, e tiveram a infeliz ideia de levar um aparelho de radioterapia para casa.

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Ruínas da clínica abandonada

Leigos no assunto, os homens venderam a máquina para um ferro-velho. O proprietário do estabelecimento, ao desmontar a peça, expõe ao ambiente um pó branco parecido com sal de cozinha que, no escuro, brilha com uma coloração azul. Mal sabia ele que aquele farelo branco era nada menos que 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl).

Aqui começa toda a catástrofe, ele se encantou com o brilho azul emitido pela substância e resolveu exibir o achado a seus familiares, amigos e parte da vizinhança. Acreditavam estar diante de algo sobrenatural e alguns até levaram amostras para casa. A exibição do pó fluorescente foi tão grande que quatro dias depois, a área de risco aumentou e espalhou ainda mais o material radioativo.

Algumas horas após o contato com a substância, as vítimas apareceram com os primeiros sintomas da contaminação, com vômitos, náuseas, diarreia e tonturas. A população, na época, ia aos hospitais e farmácias, e ninguém encontrava solução. Somente no dia 29 de setembro de 1987, após a esposa do dono do ferro-velho ter levado parte da máquina de radioterapia até a sede da Vigilância Sanitária, é que foi possível identificar os sintomas como sendo de contaminação radioativa.

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Pessoas contaminadas

Após análises de físicos nucleares, médicos, comissões nucleares  e especialistas, constataram que o Setor Aeroporto de Goiânia, estava contaminado pela radiação. A partir daqui, o Brasil inteiro já sabia do ocorrido.

Várias medidas foram tomadas como separar todas as roupas das pessoas expostas ao material radioativo e lavá-las com água e sabão para a descontaminação externa. Após esse procedimento, as pessoas tomaram um quelante denominado de “azul da Prússia”. Tal substância elimina os efeitos da radiação, fazendo com que as partículas de césio saiam do organismo pela urina e fezes.

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Todavia, isso não foi suficiente. Entre as vítimas fatais, podemos citar a filha de um dos catadores, Leide das Neves, o dono do ferro-velho e sua esposa, além de dois funcionários. Posteriormente, mais pessoas morreram vítimas da contaminação com o material radioativo, entre eles funcionários que realizaram a limpeza do local.

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Leide da Neves, símbolo do desastre, foi a primeira vítima fatal

O trabalho de descontaminação dos locais atingidos não foi fácil. A retirada de todo o material contaminado com o césio-137 rendeu cerca de 6000 toneladas de lixo (roupas, utensílios, materiais de construção etc.). Tal lixo radioativo encontra-se confinado em 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres (revestidos com concreto e aço) em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiás, onde deve ficar por aproximadamente 600 anos.

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Atualmente, quase 34 anos depois do acidente, as vítimas reclamam da omissão do governo para a assistência tanto médica como de medicamentos. Para tentar resolver a situação, eles fundaram a Associação de Vítimas Contaminadas por Césio-137, naquela época, mas já foi desmembrada e até trocaram o nome da instituição. Que homenageava Leide, vítima fatal do acidente, filha de um dos catadores.

Inclusive, em 2019, uma pesquisadora da UFG, Célia Helena Vasconcelos, fez uma denúncia sobre esse silenciamento em seus estudos. “Existe um silenciamento do fato histórico em si muito grande. Todos os espaços mais importantes, que fizeram parte diretamente, foram silenciados”, explicou Célia. Em sua pesquisa, são citadas mudanças em nomenclaturas de ruas, como a Rua 26-A, no Setor Aeroporto, que foi onde se iniciou a contaminação após a abertura da cápsula contendo Césio-137, e que hoje se chama Rua D. Francisca de Costa Cunha Dom Tita.

Além disso, também faz referência à construção do Centro de Convenções no lugar onde foi encontrado a cápsula de Césio-137, esquecida nos destroços da clínica abandonada pelo Instituto de Radiologia Goiânia (IRG). “Não existe sequer uma plaquinha avisando que foi ali que tudo começou”, chama a atenção a pesquisadora.

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Clínica onde foi encontrado a cápsula do césio-137

O Centro de Convenções foi fundado em 1994, em cima das ruínas da antiga clínica abandonada. Hoje, o local é um ponto turístico de Goiânia, grande figura da cultura local e cartão postal. Teatro espaçoso com 2.000 assentos numerados, em 2 pisos, com palco italiano. 

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O grandioso espaço e ponto turístico abriga dezenas de pavilhões, espaços e exposições. É palco de inúmeros artistas, orquestras e símbolos da cultura goiana e brasileira. Além disso, já carregou inúmeros eventos importantes, reuniões e comemorações. Todavia, não deve deixar de ser um memorial do acidente fatal da cidade, que tenta ser esquecido por Goiânia. 

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O silenciamento eficaz de Goiânia, poupa os brasileiros de informações sobre o acidente radiológico, e faz do Centro de Convenções um curativo para tapar essa ferida goiana, que por muito tempo foi alvo de preconceitos por todo o Brasil.

Imagens: reproduzidas da Internet

 

Pesquisa da UFG aponta tentativa de esquecer o acidente com Césio-137 em Goiânia

O acidente radiológico que ocorreu em Goiânia em setembro de 1987 é uma cicatriz na história da capital goiana. Apesar de ter sido o maior acidente radiológico do mundo, uma pesquisa realizada pela UFG constatou inúmeras formas de silenciamento que contribuem para suprimir a memória do goianiense sobre o acidente.

A pesquisadora Célia Helena Vasconcelos, com o estudo “Césio-137, trinta anos depois: silenciamento discursivo de uma tragédia”, investigou os fatos históricos que gradativamente vêm sendo retirados da narrativa goianiense. Realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística, da Faculdade de Letras, o estudo observou o silenciamento dos espaços mais importantes relacionados ao acidente, com a mudança de nomes das ruas e de órgãos públicos e a construção de prédios.

“Existe um silenciamento do fato histórico em si muito grande. Todos os espaços mais importantes, que fizeram parte diretamente, foram silenciados”, explicou Célia. Em sua pesquisa, são citadas mudanças em nomenclaturas de ruas, como a Rua 26-A, no Setor Aeroporto, que foi onde se iniciou a contaminação após a abertura da cápsula contendo Césio-137, e que hoje se chama Rua D. Francisca de Costa Cunha Dom Tita.

E também faz referência à construção do Centro de Convenções no lugar onde foi encontrado a cápsula de Césio-137, esquecida nos destroços da clínica abandonada pelo Instituto de Radiologia Goiana (IRG). Atualmente, a clínica não existe mais. “Não existe sequer uma plaquinha avisando que foi ali que tudo começou”, chama a atenção a pesquisadora.

Técnicos retiram lixo radioativo das áreas contaminadas nos setores Aeroporto e Ferroviário, no centro de Goiânia (Foto: Folhapress)

Célia Helena destacou ainda a mudança de nome do instituto responsável por atender e prestar auxílio às vítimas do acidente em Goiânia. A Superintendência Leide das Neves Ferreira (Suleide), criada em 1987, foi renomeada para Fundação Leide das Neves (Funleide) em 1999, e posteriormente desmembrada em duas unidades: o Centro de Assistência aos Radioacidentados (C.A.RA)  e o Centro de Excelência em Ensino, Pesquisa e Projetos Leide das Neves Ferreira (CEEPP-LNF), em 2011.

Segundo Célia, “Leide não é só um nome. Leide das Neves remete logo ao acidente. Ela é um ícone, um signo. Ao tirar esse nome, silencia-se não só parte de nossa história, mas também daquelas pessoas que ainda hoje buscam por ajuda ali, que já têm dificuldades de buscar por seus direitos. Nem sempre elas conseguem ter acesso e são ainda mais silenciadas”.

O silenciamento foi eficaz em Goiânia, conclui o estudo. Mesmo com a atenção da mídia nos marcos históricos, como nos “aniversários’’ do acidente, há pouco acesso às informações da época, sendo que os jovens sabem “muito pouco ou quase nada” sobre o fato histórico, avalia a pesquisadora.

Apesar das tentativas de manter o sigilo sobre o acidente, Célia ressalta que não há como apagar a história do que aconteceu. “O silêncio discursa, e os lugares que foram silenciados são significativos. Eles não estão emudecidos, apenas calados”.

Segundo ela, o discurso referente ao acidente com o Césio-137 pode resgatar sua voz a qualquer momento: com alaridos como foi o marco de 30 anos do acidente em 2017, ou timidamente como ocorreu em 2018, quando pouco se ouviu falar sobre o tema.

A pesquisa foi realizada através de um acervo que Célia Helena desenvolveu ao longo de sua investigação. Foram realizadas fotos atualizadas da própria autora, em visitas aos locais envolvidos diretamente no acidente, outras foram coletadas em arquivos do jornal O Popular, em relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), e informações do site da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), além de livros relatando os acontecimentos à época e em textos acadêmicos que foram produzidos sobre o Césio-137.

A dissertação de Célia pode ser lida no site da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFG.

Com informações de Augusto César Araújo, do Jornal UFG.

Exposição antinuclear em Goiânia relembra os 30 anos do Césio-137

A exposição Hiroshima Nunca Mais chega à Goiânia no 30º aniversário da tragédia do Césio-137 para evidenciar essa relação e lembrar que os erros e omissões cometidos pela Cnen em Goiânia, em 1987, repetem-se em outros locais no Brasil. As fotografias ficam expostas do dia 18 de setembro a 21 de outubro, no espaço Culturama, com entrada gratuita.

Nascida em 2015, em Angra dos Reis, a exposição surgiu a partir da proposta da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sapê) de trabalhar a temática da luta antinuclear a partir da arte. O ano de 2015 marcou os 70 anos do lançamento das bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaki, marco da entrada da humanidade na era nuclear. No ano seguinte, a exposição esteve em cartaz em São Paulo e agora desembarca em Goiânia, para se somar aos eventos que estão relembrando os 30 anos da tragédia do Césio-137.

Também é possível agendar visitas escolares guiadas através do email [email protected].

Através das lentes de Amirtharaj Stephen, Dan Budnik, Elin O’Hara Slavick, Herval Silva, Hiromichi Matsuda, Igor Kostin, James Crnkovich, Jan Smith, Joelma do Couto, Paul Hill-Gibbins, Peter Goin, Rieko Uekama, Robert Del Tredici, Rosane Prado, Vanor Correia e Yoshito Matsushige o espectador é convidado a mergulhar nessa densa temática do nuclear que dialoga diretamente com os efeitos que a radiação causou em Goiânia.

Além do pânico e das mortes causadas pelo Césio, as fotografias retratam o cenário apocalíptico criado pela explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, a devastação ambiental causada pela mineração de urânio no sertão baiano ou a luta de indígenas, quilombolas e sertanejos para impedir a construção de uma usina nuclear nas margens do Rio São Francisco, em Pernambuco. Além destas imagens, a exposição também apresenta um conjunto de cartazes criados entre 1970 e 2010 por movimentos de resistência antinuclear ao redor do mundo.

 

SERVIÇO
Exposição Hiroshima Nunca Mais
Onde: Espaço Culturama, Galeria Casa Blanca – Avenida T-8, nº234, Setor Bueno
Quando: 18/09 à 21/10
Que horas segunda a sexta das 14h às 22h | sábado das 8h às 12h
Agendamento de visitas escolares guiadas: [email protected] / (62) 98143 0951
Entrada Gratuita

 

Foto: divulgação

FICA 2017 receberá uma mostra de curtas específica para relembrar os 30 anos do césio 137

Entre os dias 20 e 25 de junho ocorrerá na cidade de Goiás o 19º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA). Esse ano, uma das várias novidades, é a apresentação de uma mostra específica de filmes sobre a questão nuclear, em referência especial aos 30 anos do incidente do Césio 137 em Goiânia.

 

A mostra Uranium, como é denominada no FICA deste ano, vem do Internacional Uranium Film Festival que nasceu em 2011 no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Entre os filmes exibidos, está o documentário “Césio 137 – O Brilho da Morte” (2003). A mostra ocorrerá, dentro da programação do festival, ao longo do dia 23 (sexta-feira).

 

Confira abaixo os filmes que serão exibidos na mostra Uranium do FICA 2017.

 

 

Sete Anos de Inverno (Seven Years of Winter)

País: Alemanha/Dinamarca/Ucrânia (2011/12) 

Gênero: Ficção

Duração: 22 min

Idioma: russo com legendas em português.

Direção: Marcus Schwenzel

 

Abita. Crianças de Fukushima (Abita. Children From Fukushima)

País: Alemanha (2012)

Gênero: Animação

Duração: 4 min

Idioma: sem diálogo.

Direção: Shoko Hara e Paul Brenner

 

Quarto Escuro (Darkroom)

País: Alemanha (2011)

Gênero: Animação

Duração: 2 min

Idioma: sem diálogo

Direção: Anna Luisa Schmid

 

Pedra Podre

País: Brasil (1990)

Gênero: Documentário

Duração: 26 min

Idioma: português

Direção: Eva Lise Silva, Ligia Girão, Stela Grisotti e Walter Behr

A CURIOSIDADE MATA  (CURIOSITY KILLS)

 

A curiosidade mata

País: Estônia (2012)

Gênero: Ficção

Duração: 14 min

Idioma: sem diálogo

Direção: Sander Maran

 

Amarelinha

País: Brasil (2003)

Gênero: Ficção

Duração: 4 min

Idioma: português

Direção: Ângelo Lima

 

Césio 137 – O Brilho da Morte

País: Brasil (2003)

Gênero: Documentário

Duração: 24 min

Idioma: português

Direção: Luiz Eduardo Jorge

 

Revista Da Morte 

País:, Brasil (2013)

Gênero: Documentário

Duração: 32 min

Idioma: português

Direção: Laércio Tomaz

Artista goiano lança HQ de terror sobre Césio-137 neste mês

Texto: Yasmiim Fleury

 

 

O incidente do Césio-137, mais grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil, aconteceu em Goiânia, em 13 de setembro de 1987. E de lá para cá muitos filmes e documentários sobre o assunto surgiram. 

Agora, prestes a completar 30 anos de acidente, uma HQ de terror/ficção é lançada na capital.

 

137, tem roteiro de Ronaldo Zaharijs e arte de Eduardo Menna, e será lançada no próximo dia 13 de janeiro, sexta-feira. O evento acontecerá na Comic Strip (Avenida T-4, Setor Bueno), à partir das 19h – e para comemorar a estreia, o material sairá por apenas R$ 15,00.

Por lá você pode encontrar e bater um papo com Ronaldo e Rodrigo Spiga, que foi responsável pela capa.

 

Sobre a HQ

A trama de 137 é ambientada nos dias de hoje, e mostra um grupo de seis jovens que resolvem passar um final de semana em Abadia de Goiás (local de depósito do Césio encontrado em Goiânia). Porém, o que era para ser apenas alguns dias de festa, se torna em um pesadelo quando o grupo se depara com “mutantes caipiras radioativos”.

 

Segundo Ronaldo, o objetivo era satirizar os filmes de terror com adolescente dos 1980, mas ainda assim regionalizar a trama. O material foi viabilizado pela Lei de Incentivo a Cultura de Goiânia.

10 fatos marcantes da história de Goiânia

Em seus 82 anos, Goiânia já coleciona pelo menos uma dezena de fatos que entraram não só para a história da jovem capital, mas também para a história do Brasil e do mundo. Alguns desses fatos perderam-se no tempo, como é o caso do Crime da Família Mateucci, nos anos de 1950. Outros, ainda estão vivos na memória dos goianienses; recentes ou não, merecem ser revisitados. Para relembrar momentos históricos acontecidos em nossa cidade, o Curta Mais preparou uma lista com 10 acontecimentos que levaram o nome de nossa cidade para os principais noticiários do país e deixaram uma marca indelével no imaginário coletivo. Acompanhe:

1. O Crime da família Mateucci

Entre os fatos que marcaram a história da capital está o famoso “Crime da família Mateucci”. No dia 6 de dezembro de 1957, os jornais noticiaram a chacina de seis pessoas da mesma família. O comerciante Wanderley Mateucci, sua mulher Lourdes de Sá e quatro de seus cinco filhos – Walkíria, 6 anos; Wagner, 5; Wolney, 4; e Wilma, de 9 meses de idade, foram assassinados com golpes de machado. Apenas Wânia, na época com 2 anos, escapou da morte. Suspeitos foram presos e um réu confesso cumpriu pena, mas nem mesmo a polícia acreditava em sua culpa. A casa da família, na rua 74, no Centro (antigo Bairro Popular), ficou anos abandonada, quando enfim foi comprada e transformada em uma casa de embalagens, que ainda hoje funciona no local. A história que chocou os goianienses serviu como pano de fundo para o romance Veias e Vinhos, do autor goiano Miguel Jorge.

 

2. Acidente com o Césio 137

Conhecido como o maior acidente radiológico do mundo, o acidente com o Césio 137 assustou não só os goianienses, mas todo o país. No dia 13 de setembro de 1987, dois catadores de lixo encontraram dentro de uma clínica abandonada (hoje, Centro de Convenções de Goiânia) um aparelho utilizado em radioterapias. Acreditando que a cápsula que guardava o componente químico poderia ter algum valor comercial, levaram o instrumento para casa, desmontando-o e repassando-o para outras pessoas, gerando um rastro de contaminação. O acidente vitimou quatro pessoas, entre elas, a menina Leide das Neves, e contaminou centenas. Quase 30 anos depois, o tratamento das pessoas contaminadas continua: 975 pessoas são monitoradas pela Superintendência Leide das Neves, a SuLeide.

 

3. Leonardo Pareja

O nome é bastante familiar para os goianienses, sobretudo para aqueles que têm mais de 30 anos. Leonardo Pareja ficou conhecido em todo o Brasil em setembro de 1995, quando manteve refém, depois de um assalto, a sobrinha de ninguém mais, ninguém menos, Antônio Carlos Magalhães, à época, um dos políticos mais influentes do país. O mais surpreendente foi o fato de Pareja ter escapado da polícia e, não bastasse o feito, começou a zombar das autoridades ao dar entrevistas para rádios anunciando as cidades onde cometeria seus novos ataques. Foi capturado e cumpriu pena no maior presídio de Goiás, o então Cepaigo.

Em 1996 liderou uma fuga espetacular de presos, que posteriormente, recapturados, acusaram o então diretor da penitenciária, Coronel Nicola Limongi, de maus tratos. As denúncias foram investigadas e, no dia 26 de abril de 1996, o então presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, desembargador Homero Sabino, decidiu ir pessoalmente ao presídio verificar as condições em que viviam os detentos. Estava armado o palco daquela que se transformaria em uma das maiores rebeliões do país. O desembargador, o Coronel Nicola Limongi e outras autoridades da segurança pública foram feitos reféns no motim comandado por Leonardo Pareja.

Em meio ao caos da rebelião, Pareja protagonizou uma cena inusitada: ao lado de um colega, escalou a caixa d’água do presídio e lá de cima começou a tocar violão e a cantar Vida de Gado, do cantor Zé Ramalho. Nascia o estranho “mito”, com um marcante senso de espetáculo, capaz de provocar a ira das autoridades goianas e ganhar a simpatia da opinião pública. A rebelião terminou ao vivo, televisionada pelas principais emissoras do país, e com Leonardo Pareja dando uma volta pela cidade, ao lado do desembargador Homero Sabino, em um dos carros cedidos pela polícia goiana, uma das estranhas exigências feitas pelo bandido.

De volta à prisão, denunciou à direção do Cepaigo, em dezembro de 1996, um suposto plano de fuga de acusados de matar dois presidiários, amigos de Pareja. No dia 9 de dezembro foi esfaqueado no pescoço pelo detento Eduardo Rodrigues e não resistiu aos ferimentos. A audácia e carisma de Leonardo Pareja despertou a curiosidade nacional, e a vida do criminoso inspirou o livro Ensaio de uma vida bandida, do autor curitibano Leandro França, e o documentário Vida Bandida, do diretor Régis Faria.

 

4. A morte do cantor Leandro

No dia 23 de junho de 1998 os brasileiros acordaram e receberam uma triste notícia: morria o cantor Leandro, da dupla goiana Leandro & Leonardo, certamente uma das mais amadas e conceituadas do mundo sertanejo, e que ainda hoje é uma referência para cantores do gênero. Leandro travou, durante dois meses, uma luta contra um câncer pulmonar raríssimo e extremamente agressivo, conhecido como tumor de Askin. Antes de falecer, o cantor passou por várias internações e cirurgias, quando os médicos do renomado Hospital São Luiz, em São Paulo, perceberam que já não havia mais nada que pudesse salvar a vida de Leandro, que faleceu vítima de falência múltipla dos órgãos.

Foi velado na Assembléia Legislativa de São Paulo e, posteriormente, seu corpo foi trazido para o Ginásio Olímpico, onde uma multidão aguardava para prestar a última homenagem. Estima-se que cerca de 150 mil pessoas acompanharam o cortejo em direção ao Cemitério Parque Jardim das Palmeiras, onde foi sepultado.

 

5. Sequestro Wellington Camargo

O cantor Wellington Camargo, um dos irmãos dos cantores Zezé di Camargo e Luciano, foi sequestrado no dia 16 de dezembro de 1998 em sua casa, no Jardim Europa, em Goiânia, por quatro homens armados. Teria início um dos sequestros mais duradouros do país. No dia 13 de março de 1999, os sequestradores enviaram a uma emissora de televisão da capital um pedaço da orelha de Wellington juntamente com um bilhete, no qual pressionavam a família a pagar o resgate de US$ 300 mil. Dias depois, exames confirmaram que a orelha era mesmo da vítima. O pagamento foi feito no dia 20 de março e, no dia 21, Wellington foi deixado dentro de um buraco, a 150 metros de uma estrada vicinal, entre Goiânia e Guapó. Foi encontrado por dois motociclistas, que o reconheceram imediatamente. O sequestro, que durou 94 dias, marcaria a vida da família Camargo e entraria para a lista de fatos marcantes da história da capital goianiense.

 

6. Queda do avião monomotor no estacionamento do Shopping Flamboyant

No dia 9 de março de 2009 um avião monomotor foi derrubado no estacionamento do Shopping Flamboyant. Na queda, morreram o piloto, Cleber Barbosa da Silva, de 30 anos, e a filha, Penélope Barbosa Correia, de 5 anos.

Cleber viajava com a filha e a esposa quando, durante uma discussão, agrediu a mulher com o extintor do carro que dirigia e a jogou para fora do veículo. Depois, fugiu com a filha em direção ao aeroclube da cidade de Luziânia, onde roubou uma das aeronaves sob pretexto de alugá-la para um vôo panorâmico. Ele partiu em direção à capital, onde o monomotor foi visto dando rasantes sobre vários setores, entre eles o setor Santa Genoveva. O acidente foi provocado intencionalmente e acabou entrando para a lista de fatos marcantes da história de Goiânia.

 

7. Escândalo envolvendo o empresário goiano Carlinhos Cachoeira

O empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira, nasceu em Anápolis, Goiás, e ficou conhecido nacionalmente por seu envolvimento com o crime organizado no Brasil. Em 2004, um vídeo gravado por ele mostrava Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil José Dirceu, lhe fazendo pedidos de propina para arrecadar fundos para a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores e do Partido Socialista Brasileiro no Rio de Janeiro. Cachoeira divulgou o vídeo, que culminaria no primeiro grande escândalo de corrupção do governo Lula. O empresário ganhou notoriedade da imprensa nacional e internacional, e a divulgação das imagens de entrega de propina enfraqueceu a posição política influente de José Dirceu, que posteriormente seria condenado por corrupção ativa no processo conhecido como Mensalão do PT.

 

8. Serial Killer de Goiânia

O ano de 2014 marcou a história de Goiânia: uma série de assassinatos de mulheres assustou a população, alimentando as suspeitas de que haveria um serial killer em ação na capital. Depois de uma demorada investigação, as suspeitas foram confirmadas quando a Polícia Civil de Goiás prendeu o vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, que confessou o assassinato de 35 pessoas, entre elas, mulheres, homossexuais e moradores de rua. Em depoimento à polícia, Thiago dizia que matava porque “sentia angústia e precisava aliviar o sentimento ruim”. Ele cumpre pena de 12 anos e 4 meses em regime fechado no Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia, por ter assaltado duas vezes a mesma agência lotérica no Setor Central. O serial killer já foi pronunciado por 28 dos 35 assassinatos atribuídos a ele, mas nenhum júri tem data marcada, uma vez que a defesa do réu ainda pode recorrer da decisão de pronúncia em todos os casos.

 

9. Morte do jogador Fernandão

Fernando Lúcio da Costa, mais conhecido como Fernandão, foi um dos maiores ídolos da história do Internacional e do Goiás. O ex-atacante faleceu em um acidente de helicóptero no dia 7 de junho de 2014, aos 35 anos. O jogador voltava de sua casa de férias em Aruanã quando a aeronave em que ele e mais quatro amigos estavam caiu. A notícia da morte de Fernandão causou grande comoção em todo o país, especialmente entre os torcedores dos times que representou. O velório levou uma multidão para o ginásio da Serrinha, e o sepultamento aconteceu no Cemitério Parque Jardim das Palmeiras sob forte comoção. Em Porto Alegre, foi erguida uma estátua em sua homenagem no pátio do estádio Beira-Rio.  

 

10. Morte do cantor Cristiano Araújo

A morte do cantor Cristiano Araújo entrou para a lista de fatos marcantes da história de Goiânia. Nome respeitado e conhecido no cenário da música sertaneja, Cristiano faleceu no dia 24 de junho de 2015, aos 29 anos, vítima de um grave acidente de carro, que também vitimou sua namorada, Allana Moraes, 19. Cristiano, que voltava de um show na cidade de Itumbiara, não usava o cinto de segurança quando o veículo, uma Land Rover, capotou por volta das 3h na rodovia Transbrasiliana (BR-153). Ele chegou a ser levado em estado grave para o Hospital Municipal de Morrinhos, foi transferido de helicóptero para o Hospital de Urgências de Goiânia, mas chegou na capital sem vida. Allana morreu no local do acidente. O velório aconteceu no Centro Cultural Oscar Niemeyer, onde milhares de fãs prestaram as últimas homenagens ao cantor.