O universo da TV está repleto de tramas recicladas e sequências previsíveis. Contudo, poucas séries conseguem manter a magia e o frescor com o avanço das temporadas. A Netflix, com sua série de mistério “Lupin”, parece ter desvendado esse segredo. No dia 5 de outubro, fomos presenteados com a terceira temporada da saga de Assane Diop, o carismático ladrão inspirado no clássico literário Arsène Lupin.

Diferentemente das temporadas anteriores, os novos episódios mergulham profundamente na infância de Assane, elucidando os eventos e as emoções que moldaram o mestre do disfarce que conhecemos hoje. O aprofundamento de seu passado oferece uma dimensão adicional à trama, evitando que a série caia na armadilha de repetir incessantemente a mesma história.

Em meio a reviravoltas e revelações, a trama nos apresenta a Assane em uma encruzilhada. Enquanto ele busca deixar a França ao lado de Claire e Raoul, um fantasma de seu passado ressurge, trazendo consigo um desafio inesperado: sua mãe, ausente por 25 anos, é sequestrada. Esse evento não só reacende velhas feridas como também nos proporciona um quebra-cabeças narrativo, onde cada peça se encaixa meticulosamente, revelando um retrato complexo e emocionante de Assane.

A série se destaca não apenas pela engenhosidade de seus roubos e planos, mas também por sua habilidade em interligar as façanhas de Assane com as aventuras literárias de Arsène Lupin. Cada movimento, cada decisão tomada pelo protagonista, ressoa com as histórias do ladrão literário, proporcionando uma camada adicional de profundidade à narrativa.

No entanto, nem tudo são flores. Assim como em qualquer grande saga, “Lupin” tem seus momentos de incredulidade, onde o espectador pode questionar a plausibilidade de certas ações. Mas, é preciso lembrar que estamos diante de uma obra de ficção, e algumas licenças poéticas são necessárias para manter o encanto.

A relação de Assane com seus aliados e adversários, particularmente Ben e o detetive Youssef, continua sendo um dos pilares da série. Embora a fórmula seja familiar, ela ainda não cansou o público. Porém, o desafio para as próximas temporadas será inovar, para evitar que a trama se torne monótona.

Em resumo, a terceira temporada de “Lupin” solidifica seu lugar no hall das grandes séries da Netflix. Com uma trama inteligente, personagens cativantes e um protagonista que desafia e encanta, “Lupin” é uma joia que brilha no vasto catálogo do streaming. Estamos todos ansiosos para ver onde Assane Diop nos levará a seguir.