Pesquisa na Holanda pode ter descoberto a cura definitiva para a Aids

Mais uma conquista da ciência! Na Holanda, cientistas da Universidade de Amsterdã trabalham em uma pesquisa que pode representar, no futuro, a cura para o HIV. Através da ferramenta de edição genética CRISPR, a equipe conseguiu eliminar o vírus da Aids de um conjunto de células em laboratório. A técnica ainda não foi testada em animais e nem em humanos.

Os pesquisadores holandeses encaram o experimento como uma prova de conceito, já que muitas etapas do procedimento inovador contra o HIV precisam ser aperfeiçoadas. No entanto, é um caminho bastante promissor em direção à cura desta infecção que afeta mais de 39 milhões de pessoas ao redor do mundo.

Hoje, as pessoas que convivem com HIV controlam a infecção com o uso de remédios antivirais, de uso contínuo. É possível impedir a multiplicação do vírus no organismo e restaurar o sistema imunológico com esses medicamentos, mas o agente infeccioso permanece escondido dentro das células — isto ocorre majoritariamente em algumas células do sistema imune e pode ocorrer até no cérebro.

Se o tratamento é interrompido, é comum a infecção voltar. A técnica CRISPR pode remover o patógeno, algo que nenhum remédio disponível atualmente nas farmácias consegue fazer.

Uso da edição genética CRISPR

Através da tesoura genética CRISPR — as responsáveis pela invenção já receberam o Prêmio Nobel de Química, em 2020 —, é possível identificar e alterar pontos específicos do código genético, o DNA, de organismos vivos. Basicamente, a ferramenta de edição genética elimina genes indesejados ou introduz um novo material genético.

Aparentemente, isso parece pouco funcional para pacientes com HIV, já que não se trata de um quadro de origem genética. O ponto é que o vírus da Aids consegue integrar o seu genoma no DNA de algumas células do hospedeiro, o que torna a sua eliminação tão complexa. É o que explica a volta da infecção, após anos de tratamento.

Segundo os autores, eles desenvolveram uma estratégia capaz de eliminar o HIV de diferentes células e de locais em que ele possa estar escondido, os reservatórios. Além disso, “demonstramos que a terapêutica pode ser administrada especificamente às células de interesse”, acrescentam os pesquisadores.

Por isso, os cientistas holandeses apostam que “essas descobertas representam um avanço fundamental no sentido de projetar uma estratégia de cura”.

Cura do HIV?

Até o momento, os únicos pacientes a serem curados da infecção pelo vírus HIV realizaram um transplante de medula óssea durante o tratamento de um câncer, como ocorreu com o paciente Berlim. A técnica tem inúmeros riscos e só pode ser usada em condições muito específicas, por isso, não há planos de expandir esse “tratamento” para outros grupos de pacientes.

No caso do novo estudo, envolvendo a ferramenta de edição genética CRISPR, os pesquisadores demonstraram apenas que a “cura” é viável em laboratório, quando a terapia é aplicada em um conjunto de células. O que foi demonstrado é o primeiro passo no caminho de uma possível e real cura, mas antes será necessário realizar inúmeros testes em animais.

Se o procedimento for seguro e eficaz nos modelos animais, os primeiros humanos poderão testar a técnica — um dia, ela pode ser um ponto de virada no combate ao vírus da Aids, mas ainda é cedo para afirmar isso.

A pesquisa sobre uma possível cura do HIV será apresentada durante o 34º Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (Eccmid 2024), entre os dias 27 e 30 de abril, na Espanha. De forma preliminar, os autores do estudo publicaram um preprint — artigo científico sem revisão feita por pares — na plataforma Research Square.

 

*Fonte: Terra

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Juntos, (RED) e a Apple estão compartilhando uma história na luta global para acabar com a AIDS na África Subsaariana desde 2006. Nos últimos anos, já foi arrecadado mais de US$ 250 milhões para o Fundo Global por meio da venda de dispositivos e acessórios (PRODUCT) RED. 

 

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O Fundo Global fornece acesso a serviços de saúde a milhões de indivíduos em comunidades mais necessitadas na África Subsaariana. Isso inclui trabalho crítico em comunidades rurais e apoio a mulheres grávidas e suas famílias para garantir que doenças possam ser evitadas e tratadas por todos. Por meio da App Store, a Apple consegue um envolvimento maior de seus clientes na luta contra a AIDS durante todo o ano e durante momentos importantes nas lojas de varejo.

Durante a Pandemia de COVID, que aconteceu em 2020, a Apple e (RED) se uniram para combater o vírus que amedrontou todo mundo. A COVID-19. Fazendo com que a parceria entre as duas marcas se expandisse para além de HIV/AIDS, o vírus trouxe desafios de acesso à saúde, interrompendo programas fundamentais para o tratamento de HIV/AIDS.

Para enfrentar esses desafios, as contribuições da Apple foram redirecionadas para a iniciativa de combate à COVID-19 do Fundo Global, garantindo ajuda essencial às comunidades mais afetadas pelo HIV/AIDS e protegendo os sistemas de saúde ameaçados pela pandemia.

Graças a isso, houve um aumento no rastreamento de contatos de infectados na África do Sul, garantindo o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI) cruciais para profissionais de saúde e serviços de emergência em Gana. Além disso, foi possível viabilizar a compra de motocicletas para levar tratamento do HIV até comunidades locais que não puderam buscar atendimento presencial devido à COVID-19..

A marca da maçã também doou milhões de unidades de EPI ao Ministério da Saúde da Zâmbia, incluindo máscaras cirúrgicas da sua cadeia de fornecimento e protetores faciais feitos por eles mesmos.

Foto de Capa/Divulgação: Apple

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Fiocruz vai produzir injeção que é capaz de prevenir a HIV

O Brasil vai receber financiamento da Unitaid, agência global ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), para iniciar um tratamento injetável de prevenção ao HIV no país. A profilaxia pré-exposição (PrEp) utiliza o medicamento cabotegravir de ação prolongada e consiste em seis aplicações por ano, o que se mostrou mais eficaz do que o tratamento diário por via oral.

A implementação se dará em uma parceria da agência com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o projeto será coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e pelo Ministério da Saúde. A coordenadora será a chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do INI, Beatriz Grinsztejn, infectologista que recentemente se tornou a primeira mulher da América Latina a presidir a maior associação de profissionais e pesquisadores dedicados ao HIV/Aids, a International AIDS Society. 

A parceria foi anunciada no último dia 18 de Março, no seminário conjunto Brasil e Unitaid – parcerias atuais e perspectivas futuras, no auditório do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Participou do seminário a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. Segundo a Agência Fiocruz de Notícias, Nísia afirmou que os US$ 10 milhões que serão investidos trarão forte impacto para o Brasil e a África do Sul.

O cabotegravir de ação prolongada propicia oito semanas de proteção contínua contra a infecção pelo vírus, por meio de uma única injeção intramuscular. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, o projeto terá como público-alvo os grupos mais vulneráveis à infecção pelo HIV: homens que fazem sexo com homens e mulheres trans, de 18 a 30 anos.

Além do Brasil, a Unitaid também selecionou a África do Sul para implantar o projeto, que será disponibilizado para adolescentes e jovens mulheres. Segundo a Fiocruz, na África Subsaariana, seis em cada sete novos casos de infecção em adolescentes ocorrem em garotas, e mulheres jovens têm o dobro do índice de contaminação em relação a homens jovens.

Os dois países vão adotar o tratamento de forma integrada a seus programas nacionais de saúde, e os dados gerados devem servir de apoio para a implantação global do programa. A meta das Nações Unidas é fazer com que a prevenção alcance 95% das pessoas com risco de infecção em 2025.

A Fiocruz explica que a PrEP injetável, além de facilitar o tratamento, ajuda a mitigar o medo de que os comprimidos sejam interpretados como tratamento do HIV e façam com que o usuário sofra estigma, discriminação ou violência por parceiro íntimo como resultado.

 

*Agência Brasil

Imagem: pixabay 

Vacina apresenta eficácia de quase 80% contra o vírus da Aids

Pesquisa publicada na revista Nature no final da semana passada apresentou  resultados promissores para o combate do  HIV. Conduzida por cientistas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAD) em parceria com a farmacêutica Moderna, a pesquisa apresentou uma vacina capaz de reduzir o risco de infecção pelo vírus causador da Aids. 

 

O imunizante utiliza tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), a mesma de algumas vacinas contra a Covid-19, como a da Pfizer. Ele foi testado em macacos e conseguiu uma redução de 79% do risco de infecção pelo vírus HIV. A vacina experimental combina várias características que poderiam cobrir as falhas de outros imunizantes experimentais contra o HIV. Ela provoca no corpo a criação das proteínas presentes do vírus e permite que o sistema imunológico seja estimulado para criar respostas contra a Aids.

 

O estudo

 

Sete macacos receberam a vacina e desenvolveram anticorpos na semana 58 do estudo. A partir da semana 60, os animais foram expostos ao HIV símio (SHIV) semanalmente. Os animais não são vulneráveis ao HIV-1, que causa infecções em humanos. Após 13 semanas, apenas dois dos sete macacos vacinados não testaram positivo para o vírus. O restante teve infecção retardada, registrada em média após oito semanas. Os animais não imunizados foram infectados após três semanas.

 

Mesmo com os resultados promissores, os níveis de anticorpos produzidos foram considerados relativamente baixos. Ainda são necessários mais testes até ela poder ser utilizada em humanos. Segundo os cientistas, a fórmula precisa de melhorias. Outra pesquisa divulgada no mês passado, conduzida por cientistas japoneses, também apresentou bons resultados.

10 músicas do Queen que provam que Freddie Mercury é a voz mais poderosa do Rock

Nesta quarta-feira, 24 de novembro, completam-se 30 anos da morte do cantor Freddie Mercury, que faleceu em 1991 vítima da Aids, com apenas 45 anos de idade. Nascido em Zanzibar, atual Tanzânia, em 5 de setembro de 1946, sob o nome de Farrokh Bulsara, Mercury ficou conhecido como uma das vozes mais poderosas do Rock n’ Roll e por ser líder da banda Queen, que inovou o rock com elementos da ópera e que influenciou muita gente com mais de 200 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo.

Junto com Brian May (guitarra), John Deacon (baixo) e Roger Taylor (percussão), o grupo compôs músicas dentre as mais influentes do rock mundial, como ‘’Bohemian Rhapsody’’, ‘’We Will Rock You’’, ‘’We Are the Champions’’, ‘’Crazy Little Thing Called Love’’, ‘’Another One Bites the Dust’’, dentre outros sucessos.

Em 2016, um grupo de cientistas austríacos, checos e suecos, investigou o vibrato e o tom de voz de Freddie Mercury. O estudo mostrou que as vibrações produzidas pelo tremor nervoso do diafragma e laringe para libertar a nota de sua voz variam de 5,4 Hz e 6,9 Hz. Foi constatado que o vibrato da voz do cantor era de 7,04 Hz, muito acima da média. Uma das maiores provas disso e do tamanho desse alcance, explica o sucesso da parceria de Freddie com a cantora lírica Montserrat Caballé que, em 1988, gravou um álbum inteiro com o músico.

Pensando nisso, e como forma de homenagem, separamos para vocês 10 músicas inesquecíveis do Queen, sob o comando de Freddie Mercury, que provam a sua voz extremamente poderosa e influente para o Rock mundial.

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Confira:

1. Bohemian Rhapsody

 

2. Who Wants to Live Forever

 

3. A Kind of Magic

 

4. I Want to Break Free

 

5. Somebody to Love

 

6. Love of My Life

 

7. Radio Ga Ga

 

8. We Are the Champions

 

9. Don’t Stop Me Now

 

10. Crazy Little Thing Called Love

 

Bônus: Freddie Mercury & Montserrat Caballé – How Can I Go On

 

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Laboratório começa primeiros testes da vacina contra HIV em humanos

O laboratório estadunidense ”Moderna” começou, nesta quinta-feira (19/8), os primeiros testes da vacina contra a HIV aplicadas em humanos. O imunizante é baseado na tecnologia do RNA mensageiro (mRNA), o mesmo utilizado pela empresa em vacinas para conter a Covid-19. A primeira fase dos testes em humanos foi publicada formalmente no registro do Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos e os estudos iniciais envolverão aproximadamente 56 pessoas com idades entre 18 e 50 anos, que não são portadoras do vírus.

A tecnologia do RNA mensageiro ”ensinam” células do corpo a produzir antígenos contra o vírus. A premissa é diferente das vacinas mais tradicionais, à base de partes do vírus ou com vírus inativado.

Toda a fase dos testes são divididas em duas etapas. Na primeira, com duração prevista para 10 meses, metade dos voluntários receberão duas doses iguais, e a outra metade receberão duas doses distintas, nomeadas como ”mRNA-1644” e ”mRNA-1644v2, respectivamente. Em caso de sucesso na primeira etapa, outras duas doses serão necessárias somente para cumprir os protocolos de liberação, que são exigidos pelas agências sanitárias.

Além da Moderna, a Pfizer também está com imunizante aprovado e em fase de produção nos Estados Unidos. No Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) já está cadastrando voluntários para a vacinação desde o início do ano.

 

Imagem: Reprodução

 

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Vacina contra HIV: 97% dos voluntários geram anticorpos em 1º fase

Em parceria com a IAVI, organização de pesquisa científica sem fins lucrativos, o Instituto de Pesquisa Scripps, na Califórnia, divulgou os resultados da fase 1 de testes em humanos de uma vacina contra o HIV.

48 voluntários adultos e saudáveis participaram na fase 1 dos testes clínicos. Eles receberam o placebo ou duas doses do imunizante, junto com um adjuvante desenvolvido pela GlaxoSmithKline, empresa farmacêutica britânica.

Até o momento, a pesquisa tem sido muito positiva. De acordo com os pesquisadores, a vacina conseguiu estimular a produção das células raras e necessárias para gerar anticorpos contra o HIV em 97% dos participantes.

A vacina contra o HIV gera a ativação de células B em sua primeira fase. Esse processo é chamado de direcionamento da linha germinativa. Para produzir uma vacina é necessário várias etapas de tipos diferentes de “anticorpos amplamente neutralizantes”, que também são conhecidos como bnAbs.

Quando ocorre a produção de bnAbs é visto, pelos cientistas, como um “Santo Graal”. Cria-se uma esperança de que essas proteínas sanguíneas irão se ligar às proteínas de superfície do HIV. Essas proteínas são chamadas de espículas, que permitem a entrada do vírus nas células humanas, assim como no coronavírus. As bnAbs servem para desativar essas regiões que são difíceis de acessar.

Entretanto, o Dr. William Schief, professor e imunologista do Instituto Scripps, diz que a proteína espicular do HIV é muito mais tortuosa.

Os genes que formam a espícula do HIV, tem uma rápida mutação, são milhões de cepas diferentes. Por conta disso, é improvável que os anticorpos contra uma cepa neutralizem as outras. O HIV não é um vírus, são 50 milhões de vírus diferentes por todo o mundo, afirmou o professor.

Essa fase 1 serviu para o início de novos ensaios, que irão aprofundar na eficiência dos resultados. Após essa análise, a vacina ainda precisará passar por mais duas fases de testes. Inclusive, a última fase precisa envolver milhares de voluntários, do mesmo jeito que ocorreu com as vacinas contra o coronavírus.

Os próximos testes serão feitos com a empresa Moderna. Pretendem desenvolver e testar uma vacina baseada em nRNA, com validade em seu ensaio de fase 3 da vacina contra o coronavírus. Assim, se os resultados forem positivos, o desenvolvimento da vacina contra o HIV será realizado com rapidez. 

 

30 Anos de luta contra a AIDS: 37 milhões de pessoas vivem com HIV em todo o mundo

No Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado hoje (30), se comemora os 30 anos de luta. O programa das Nações Unidas de Combate à Aids (Unaids), promove campanha com foco na ampliação do teste para diagnosticar a infecção pelo vírus HIV. Em todo o mundo, mais de 9,4 milhões de pessoas não sabem que estavam infectadas pelo vírus e necessitam de acesso urgente ao teste e serviços de tratamento, segundos levantamento feito pela organização na última semana.

O documento “Conhecimento é Poder” revela que 37 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, o maior número registrado na história. O relatório apontou ainda que, em 2017, 75% das pessoas que vivem o HIV sabiam da carga viral e 58,6% delas (21,7 milhões) tiveram acesso à terapia antirretroviral.

Há três anos, o percentual de pessoas que sabiam da sua condição viral era de 67% e mais da metade (59%) dos diagnosticados estavam se tratando da doença. A agência da ONU ressalta que saber do status de infecção traz muitas vantagens, como o acesso aos serviços de tratamento, prevenção, cuidado e apoio.

Brasil

No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 866 mil pessoas viviam com o HIV no ano passado. Desse total, 84 (731 mil) já estavam diagnosticadas e 75% (548 mil) estavam em tratamento antirretroviral. Segundo a pasta, em 2017, 92% (503 mil) dos infectados já tinham carga viral indetectável e, até setembro deste ano, havia 585 mil pessoas em tratamento para HIV/Aids.

A meta é garantir que, até 2020, todas as pessoas vivendo com HIV no país sejam diagnosticadas; que 90% das pessoas diagnosticadas estejam em tratamento; e que 90% das pessoas em tratamento alcancem carga viral indetectável.

Campanha

Em nova campanha publicitária, lançada nesta semana, o Ministério da Saúde lembra as conquistas alcançadas desde que a data mundial de luta foi instituída pela ONU, em 1988.

A campanha nacional 30 anos do Dia Mundial de Luta contra a Aids – Uma Bandeira de Histórias e Conquistas destaca que a doença deixou de ser sinônimo de morte e que diagnóstico e tratamento evoluíram. Os efeitos colaterais dos tratamentos também foram reduzidos e surgiram novas formas de prevenção, além do uso da camisinha.

O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi criado cinco anos após a descoberta do vírus causador da doença. Em 1988, mais de 65 mil pessoas já tinham sido diagnosticadas com o HIV e 38 mil já tinham morrido. De 1980 a 2018, o país identificou quase 927 mil casos de aids, cerca de 40 mil novos casos por ano.

O boletim epidemiológico mais recente mostra que no Brasil caiu o número óbitos causados pela doença. A taxa de mortalidade por aids passou de 5,7 a cada 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos, em 2017. O índice é o menor desde a adoção do coquetel para tratamento da doença, em 1995.

No início da campanha, na última terça-feira (27), foram expostas nos gramados da Esplanadas dos Ministérios, em Brasília, colchas de retalhos em que estão impressas mensagens de apoio às pessoas que vivem com o vírus HIV.

A ação lembrou a forma como a memória das vítimas da aids era homenageada há 30 anos.

Preocupação

No marco dos 30 anos de combate à epidemia, a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia) emitiu nota em que demonstra preocupação com alguns dados do último boletim epidemiológico divulgado nesta semana pelo ministério.

Entre os pontos que devem ser analisados com cautela, segundo a entidade, estão os índices de detecção de HIV e mortalidade por AIDS. A Abia reconhece que houve avanços, mas avalia que os diagnósticos e o óbitos continuam altos.

Para a associação, a taxa de mortalidade pode ser reduzida com investimentos para aumentar a oferta de testes e incorporar o medicamento Dolutegravir no tratamento.

A organização também chama a atenção para a necessidade de considerar as experiências das populações mais vulneráveis, como jovens gays, pessoas trans e os negros, que ainda são os mais afetados pela epidemia da Aids e enfrentam dificuldades de vinculação ao sistema de saúde pública.

A Abia lembra ainda que o problema está concentrado de forma diferenciada em algumas regiões, como a cidade de Porto Alegre, que atingiu a maior taxa de detecção de HIV em gestantes do país e o dobro em relação a outras cidades do Rio Grande do Sul.

Via: Agência Brasil

Dia de Luta contra Aids terá painel interativo de preservativos no Araguaia Shopping em Goiânia

O Araguaia Shopping entra na luta contra a Aids e recebe, de 1º a 3 de dezembro, evento promovido pelo Hospital de Doenças Tropicais (HDT) para conscientizar a população sobre a doença e os cuidados necessários para evitar a proliferação do vírus HIV.

A iniciativa faz parte das ações que serão desenvolvidas pelo HDT em alusão ao Dia Mundial contra a Aids, comemorado em 1º de dezembro.

Durante todo o horário de funcionamento do shopping, o público será convidado a se prevenir contra a Aids retirando preservativos do painel interativo que estará na Praça de Eventos, Piso 1. Com 8 m². O painel traz a palavra “AIDS” escrita com preservativos, além de dizeres que convidam as pessoas a pegarem camisinhas e fazerem parte da luta contra a doença.

Quem passar pelo shopping também receberá folhetos educativos.

 

Prevenção

De acordo com um estudo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), o número de pessoas vivendo com Aids no Brasil aumentou. Entre 2010 e 2015, essa população saltou de 700 mil para 830 mil.

A doença mata cerca de 15 mil pessoas por ano. Para a Unaids, o Brasil viu a epidemia avançar porque a população não está se prevenindo como deveria. A infectologista do HDT/HAA, Luciana Oliveira, concorda com essa avaliação e explica que está havendo uma banalização da doença.

A médica lembra que, pelo fato de ter reduzido o caso de números de morte pela doença e pelos jovens não terem vivenciado a realidade da Aids nos anos 90, fez com que muitos não temessem mais a Aids. “A população está menos temerosa e está se expondo mais, não usando preservativo. É importante que o indivíduo tome consciência de que a camisinha é o método mais eficaz para se prevenir contra a Aids e muitas outras doenças sexualmente transmissíveis”, alerta a infectologista.