O filme da Netflix que vai transformar incrivelmente o seu conceito de romance
Licorice Pizza é um daqueles filmes que devem ser assistidos por fugirem quase que por completo do senso comum. O roteiro conta a história de Alana Kane (Alana Haim) e Gary Valentine (Cooper Hoffman) crescendo, correndo e se apaixonando no Vale de San Fernando, em 1973. Os dois iniciam vários negócios, flertam, fingem que não se importam um com o outro e, inevitavelmente, se apaixonam por outras pessoas para evitar se apaixonar um pelo outro. O grande detalhe dessa relação é diferença de idade: ela tem 25 e ele 15. Eles se conhecem em um dia de foto na escola de Gary, onde Alana está ajudando os fotógrafos.
O roteiro traz adolescentes correndo pelas ruas da cidade, à procura de diversão, dinheiro e amor. E é nesse ambiente de idealismo, ambição, juventude, gula e hormônios vibrantes que aos saltos do filme se constroem magistralmente da primeira à última cena. Escrito e dirigido por Paul Thomas Anderson, o filme acompanha o crescimento do primeiro amor e como Alana tem a jornada de autodescoberta de uma jovem experimentando diferentes empregos e roupas, diferentes prioridades e personalidades e vendo o que se encaixa. Enquanto Gary está iniciando sua carreira de ator em Hollywood, com a ajuda dos pais e trazendo consigo Alana para o meio.
O filme mostra ainda que Gary Valentine, um rapaz de 15 anos com talento e muita lábia, declara logo nos primeiros minutos do filme, após um breve encontro. Gary tem uma personalidade amigável e empreendedora, estando sempre à procura das mais recentes tendências no mercado para criar empresas e lojas a retalho. Apesar da diferença de idades, e da resistência que vai tendo ao longo do tempo, Alana cai no charme generoso de Gary, nas aventuras que este vai vivendo e no seu espírito jovem, espontâneo, irrequieto.
Ela é interpretada por Alana Haim, uma das cantoras que integra a banda HAIM, juntamente com as suas duas irmãs, que também entram no filme. O trio já colabora com Paul Thomas Anderson desde 2017. O grande sucesso de crítica do filme é apontado ao fato de Paul Thomas Anderson, que – embora cheio de nostalgia – não tenta esconder as imperfeições, as borbulhas, a falta de confiança, o machismo, a avareza e a pura loucura dos jovens californianos. O crítica diz que ele tem uma capacidade gigantesca para despertar épocas e geografias particulares. Neste filme, conseguiu recriar o estilo dos anos setenta através dos mesmos elementos que já domina há largos anos: o guarda-roupa detalhado, a banda sonora perfeita, os cenários e sets desenhados a rigor, e a fotografia neurótica, dinâmica, colorida, e meticulosamente pensada.