Stephen Hawking completa 76 anos, mas como ele conseguiu sobreviver tanto tempo com ELA?

Uma doença raríssima do sistema nervoso que enfraquece os músculos e afeta as funções físicas

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais
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Um dos homens mais influentes da história da humanidade, pelo menos no que representa a ciência, Stephen Hawking é um físico que causa grandes ‘reboliços’ no mundo da ciência. Se você não o conhece por seus grandes trabalhos na área da física, talvez o conheça como o homem que inspirou o filme “A Teoria de Tudo” (The Theory of Everything | James Marshal, 2014), se ainda assim, não, ele é o cara da cadeira de rodas com a voz robótica. Agora sim, né?

Mas, você sabe por que ele está nessa cadeira de rodas?

Hawking, aos 21 anos, foi diagnosticado com ELA (esclerose lateral amiotrófica), também conhecida como doença Lou Gehrig. Essa doença causa degeneração progressiva e morte das células nervosas que controlam os movimentos musculares voluntários.

Em 1963, quando foi diagnosticado, fora dito que Hawking sobreviveria por, no máximo, dois anos.

Ao que podemos ver, o físico não é apenas um exemplo de genialidade mas, também, de vitória. Ontem, dia 8 de janeiro, ele completou 76 anos.

E como ele conseguiu sobreviver tanto tempo? Isso, ninguém sabe ao certo. O que se sabe é que, por se tratar de uma doença progressiva, depende mais do organismo do indivíduo que de qualquer outra coisa. De acordo com a ALS Association (EUA), a expectativa média de vida após o diagnóstico dessa doença, é de 3 anos. Porém, cerca de 20% das pessoas vivem cinco anos após o diagnóstico, 10% vivem 10 anos e apenas 5% vive 20 ou mais.

A doença

De acordo com o Dr. Anthony Geraci, diretor do Centro Neuromuscular do Instituto de Neurociência da rede de saúde Northwell Health (Nova Iorque, EUA), pesquisas identificaram mais de 20 genes diferentes envolvidos na ELA.

Em entrevista ao portal Live Science, Geraci disse: “ELA é provavelmente 20 ou mais doenças diferentes quando consideramos seus fundamentos genéticos”.

Essas diferenças podem afetar vários aspectos da doença, por exemplo: o gene SOD1 está vinculado a um tipo hereditário de ELA e está associado ao rápido avanço da doença.

Tratamento

Riluzole (Rilutek) e edaravona (Radicava) são dois medicamentos utilizados para tratar a doença. Teoricamente, só podem ajudar na sobrevivência por até 6 meses. Além disso, pesquisas mostraram que o desenvolvimento da doença está relacionado à idade em que fora feito o diagnóstico. Quanto mais jovem, maior é a expectativa de vida.

O professor de neurologia e diretor médico do ALS Center da Universidade da Pensilvânia (EUA), Dr. Leo McCluskey, falou ao portal Scientific American, em 2012, que se uma pessoa com a doença não apresenta insuficiência respiratória ou desnutrição e desidratação, as chances de viver muito são grandes.  “O que aconteceu com Hawking é simplesmente espantoso. Ele certamente é um caso isolado”.

Capa: Thinking Minds