SOS Vida: ‘suicídio’ será o tema da estreia do programa ao vivo do Curta Mais no YouTube

Transmissão ao vivo será nesta segunda-feira, dia 20, às 21h, com a participação de estudiosos do assunto e interação em tempo real dos internautas; veja como participar e assistir:

Adelina Lima
Por Adelina Lima
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Considerado tabu pela maior parte dos veículos de comunicação, o tema suicídio é recorrentemente ignorado pela mídia enquanto as estatísticas continuam crescente. O mal atinge pessoas de todas as idades e classes sociais. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 milhão pessoas se suicidam por ano. Em 2014, o OMS divulgou dados que indicam o Brasil o 4º país com maior crescimento de suicídios na América Latina. Em Goiás, segundo dados do Ministério da Saúde, 2013, Goiás é o 7º com maior número de casos (408), atrás da Bahia (418), Santa Catarina (569), Ceará (586), Paraná (650), Minas Gerais (1.093), São Paulo (2.163). Obtivemos dados atualizados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, através da assessoria de comunicação, dos números de suícidios em Goiânia: 88 casos em 2013, 67 em 2014; 74 em 2015 e 31 nos primeiros cinco meses de 2016. 

Segundo estudiosos do assunto, o perigo é tratar o caso com sensacionalismo, ironia, e sem a presença de especialistas. Nesta segunda-feira, dia 20, às 21h, Curta Mais irá reunir psicólogos, estudiosos do tema, representantes do Centro de Valorização à Vida (CVV) e pessoas que tiveram casos de suicídio na família. O formato inovador em Goiânia, transmitirá tudo ao vivo com a possibilidade de participação em tempo real dos internautas.

Paulo Júnior, coordenador da ONG Total, referência na área de educação no país com sede em Goiânia, será um dos participantes. Ele defende a informação séria, transparente e responsável como uma das formas mais eficientes de prevenir o problema.

“É uma das causas de morte que mais cresce e há um certo sentimento de impotência em tratar do assunto. Precisamos falar sobre isso e ajudar essas pessoas. O cuidado de tratar qualquer assunto de cunho psicológico, como sexualidade e drogas, é não fazer disso um estímulo”, explica Paulo Júnior.

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Paulo Júnior: “A informação é a forma mais eficiente de prevenir”

O jornalista e editor do Curta Mais, Marcelo Albuquerque fará a mediação da “mesa redonda virtual” com trasmissão ao vivo e participação simultânea de vários convidados como a voluntária e uma das fundadoras do CVV Goiânia, Dra. Kioko Matsumoto, Dr. Rhone Araújo, psicólogo especializado em áreas de família e educação, Dr. Ciro Vargas, médico psiquiatra mestre em psiquiatria infantil e Paulo Jr, coordenador da ONG Total Educação. A transmissão começará às 21h com previsão de duração de 1h30 e será ao vivo via Hangouts (plataforma de mensagens instantâneas e chat de vídeo do Google) pelo canal do Curta Mais no YouTube (clique aqui). Os internautas poderão interagir em tempo real diretamente na página do YouTube com perguntas e cometários sobre o assunto. 

Veja o teaser com a chamada para o nosso programa ao vivo desta segunda-feira, dia 20, às 21h e ajude a divulgar:

Estatísticas alarmantes

O documento da OMS reúne dados compilados em dez anos de pesquisas sobre o suicídio ao redor do planeta e descreve a questão como um grave problema mundial de saúde pública, frequentemente cercado de tabus, que precisa ser enfrentado pelas autoridades.

De acordo com o relatório, na América Latina, apenas cinco países tiveram um aumento percentual no número de suicídios entre 2000 e 2012: Guatemala (20,6%), México (16,6%), Chile (14,3%), Brasil (10,4%) e Equador (3,4%).

A OMS estima que 1 milhão pessoas se suicidam por ano em todo o planeta, uma pessoa a cada 40 segundos. Essa é a segunda maior causa de morte em pessoas entre 15 e 29 anos, enquanto que os mais de 70 anos são aqueles que mais frequentemente se tornam suicidas.

Apesar disso, apenas 28 países têm uma estratégia nacional de prevenção de suicídios, de acordo com a OMS, e o Brasil é um deles. Segundo o Ministério da Saúde, “a rede pública oferece acompanhamento psicológico, psicoterápico e assistência psiquiátrica hospitalar” para prevenir suicídios.

Em números absolutos, o Brasil é líder entre os países latino-americanos, de acordo com o relatório. Foram 11.821 suicídios entre 2010 e 2012. Em Goiás, durante o mesmo período, foram registrados 1.034 óbitos por essa mesma causa.  

No Brasil, chama a atenção o fato de o número de mulheres que tiraram a própria vida ter crescido mais (17, 80%) do que o número de homens (8,20%) no período de 12 anos.

A OMS diz o estigma social associado a desordens mentais impede pessoas de buscar ajuda e, em último caso, acaba levando muitas pessoas a atentar contra a própria vida. A meta estabelecida pela organização é reduzir, em 10%, a taxa de suicídio mundial até 2020.

No relatório, a OMS também ataca a mídia, dizendo que publicar notícias com detalhes sobre suicídios estimula outras pessoas a também tentar se matar. Outro ponto levantado pela organização é a necessidade de limitar o acesso das pessoas a armas de fogo e produtos químicos letais.

O Ministério da Saúde mantém um plano de ação chamado “Estratégia de Diretrizes Nacionais de Prevenção do Suicídio”, que inclui 2.128 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) espalhados pelo Brasil para realizar assistência especializada, com capacidade para 43 milhões de atendimentos por ano.

A pasta ainda informou que a rede pública disponibiliza medicamentos gratuitos (sob prescrição médica) para tratar doenças psiquiátricas, como a depressão – uma das causas mais comuns que levam ao suicídio.

Sobre o crescimento do número de suicídios no Brasil, o Ministério disse que “a taxa média brasileira (5,8 por 100 mil habitantes) é praticamente a metade da média mundial (11,4 por 100 mil) e está bem abaixo de outros países da América do Sul, como Argentina (10,3), Bolívia (12,2), Equador (9,2), Uruguai (12,1) e Chile (12,2).

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