Pode ou não pode? Famosos recebem críticas sobre hábito de dar selinho nos filhos

A prática divide opiniões entre os internautas. Alguns comentários afirmam que isto pode causar confusão na mente das crianças

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais
d12f6ec0d26d5920aff0a519f236a51c

Esta polêmica tem sido cada vez mais disseminada na internet e nas redes sociais. Todo dia vemos fotos de famosos dando uma bitoquinha nos filhos. E logo em seguida, uma chuva de comentários de fofura e de críticas ao mesmo tempo.

Um dos casos mais recentes envolveu a atriz Adriane Galisteu, que recebeu críticas nos comentários da foto de um selinho entre o marido, o empresário Alexandre Iódice, e o filho, Vittorio, de 9 anos. “Aqui a gente dá muito beijo mesmo, aqui a gente não se desgruda, aqui não temos preconceito, aqui só é bem-vindo quem ama”, ela respondeu a um dos seguidores que criticaram a imagem. 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Adriane Galisteu (@galisteuoficial) em 11 de Ago, 2019 às 1:28 PDT

Será que a maldade está nos olhos de quem vê? Uma cena de carinho entre pais e filhos pode gerar divergências de opiniões. Em novembro do ano passado, o ex-jogador de futebol britânico David Beckham foi muito criticado na internet por dar um selinho na filha Harper, de 7 anos. “Eu realmente fui criticado por beijar minha filha nos lábios no outro dia. Eu beijo todos os meus filhos nos lábios”.

“Eu sou muito carinhoso com as crianças. Foi assim que fui criado e Victoria (Beckham, estilista e mulher do ex-jogador) também, e é assim que estamos criando nossos filhos. Queremos mostrar aos nossos filhos amor e que os estamos protegendo, cuidamos deles e os apoiamos, e somos muito carinhosos com eles”, disse Beckham ao jornal The Mirror.

d6cc71253e168cc291030d51a5f5cb0f.jpg

Foto: John Walton – PA Images / PA Images via Getty Images

Qual é a opinião dos especialistas?

Carol Braga, psicóloga especializada em infância e família, não recomenda que os cuidadores sigam esse costume porque acredita que ele pode, sim, trazer consequências comportamentais. “Muitos pais me questionam dizendo que é uma forma de demonstrar carinho, que não há segundas intenções, mas eu acredito que eles são responsáveis por passar para a criança os papéis que temos em sociedade: de filho, amigo e, quando for adulto, namorado. Temos outras formas de manifestar o amor que não é só pelo beijo na boca”, afirmou em entrevista ao bebê abril. 

Já o psicólogo e pesquisador da comunicação humana da UFMG Cláudio Paixão, doutor em Psicologia Social, não considera o hábito condenável. “Tudo vai depender de como se dá a troca de afeto na família. Se o selinho é naturalizado, não vejo como algo prejudicial. O problema, muitas vezes, está na interpretação de terceiros, que têm um olhar maldoso”, discorre ele, acrescentando uma ponderação: “Devemos lembrar que uma pessoa pode pegar na mão de outra munida de uma conotação sexual muito maior do que a de um beijo na boca”, contestou em entrevista ao jornal o Globo. 

Capa: Via Getty Images