Paciente internado em hospital de Goiânia não via o céu há mais de sete anos

Cássio ficou tomado por um olhar de encantamento e com os olhos marejados de emoção

Kariny Bianca
Por Kariny Bianca
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Cássio Ribeiro Alves finalmente realizou o seu sonho, ver o céu depois de sete anos sem conseguir levantar a cabeça. Tomado por um olhar de encantamento e com os olhos marejados de emoção: “Meu Deus, não me lembrava de como as nuvens são bonitas. Que saudade eu estava de ver o sol. Obrigada meu Deus, estou vivo”, disse enquanto contemplava o momento. 

Internado no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo – CRER, desde o dia 5 de agosto, Cássio já passou por duas cirurgias. Ele luta há 13 anos contra a doença Espondilite anquilosante, que o deixou cego mesmo podendo enxergar. Com uma deformidade grave na coluna, Cássio não conseguia se deitar, assistir televisão e, o mais marcante para ele, não podia ver o rosto das filhas.“Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo. Ver o brilho no olhar do meu pai, ver ele tão feliz por ter visto o céu é muito gratificante. Ter meu pai bem e conseguindo olhar nos meus olhos não tem preço”, disse a filha do senhor Cássio, Francielly Pereira Alves.

A realização do sonho do paciente só foi possível graças ao trabalho dos profissionais envolvidos no tratamento de Cássio, que não pouparam esforços para realizar esse desejo. Foram dias de planejamento e preparação para garantir a segurança, conforto e o bem-estar do paciente durante o tão esperado momento de reencontro com a luz do dia. “Fiquei muito feliz e emocionada em ver a gratidão do Cássio quando ele sentiu o sol e o vento tocarem o rosto dele. É muito gratificante poder proporcionar esses momentos de humanização, que a gente sabe que faz toda a diferença no tratamento”, disse a psicóloga que acompanhou o banho de sol, Camila Santos Paiva.

O especialista em Cirurgia da Coluna e Deformidades Vertebrais do CRER, Dr. Murilo Tavares Daher, é o médico responsável pelo caso do Cássio. Para ele, ver a evolução e a melhora do Cássio é um mérito de toda a instituição.

“Nunca tínhamos feito uma cirurgia de tamanha complexidade. O caso do Cássio é raro, não existe histórico de casos como o dele, não existe literatura para esse tipo de tratamento. Foi um desafio que comoveu toda a nossa equipe. O sorriso no rosto do Cássio é um mérito de todos os profissionais da instituição”.

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