Neto de Astor Piazzolla e cantora da Broadway se apresentam em Goiânia. Confira entrevista exclusiva

Show internacional percorrerá cinco cidades brasileiras e começa por Goiânia. Espetáculo terá temporadas em Brasília e São Paulo

Ingrid Reis
Por Ingrid Reis
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Goiânia recebe na quarta-feira, 14 de junho, o espetáculo “3001 — Proyecto Piazzolla”, com o grupo Escalandrum. O elenco do show internacional conta com artistas conceituados como o Daniel “Pipi” Piazzolla, conceituado baterista do cenário do Jazz mundial e neto da lenda Astor Piazzolla, e a atriz e cantora Elena Roger, que já protagonizou papéis como “Piaf” e “Evita”, na Broadway, onde contracenou com cantor Rick Martin.

O espetáculo é parte de uma série de homenagens a Astor Piazzolla, o inventor do tango moderno, que morreu há 25 anos. O Escalandrum já se apresentou em mais de 40 países e nos principais festivais de Jazz do mundo. O grupo é composto por Daniel Pipi Piazzolla na bateria e direção musical, Nicolás Guerschberg (piano e arranjos), Mariano Sivori (contrabaixo), Damián Fogiel (sax tenor), Guastavo Musso (sax alto e soprano) e Martin Pantyrer (clarinete). No repertório, interpretam clássicos de Astor Piazzola como “Balada para un loco”, “Los pájaros perdidos”, “Milonga de la anunciación” e “Oblivion”.

Curta Mais entrevistou Daniel Piazzolla e Elena Roger durante um pequeno intervalo em sua turnê pela Argentina. Vem conferir!

ENTREVISTA COM DANIEL PIAZZOLA

Curta Mais: Daniel, existe uma grande expectativa do público brasileiro em relação ao espetáculo “3001 Proyecto Piazzolla” que circulará o Brasil no mês de junho.  Parte dessa expectativa se deve ao fato de você ser neto de uma lenda, Astor Piazzolla. Como foi a sua convivência com ele e de que forma sua música influenciou o seu trabalho?

Daniel Piazzolla: Minha convivência com ele era excelente. Sempre acompanhava seus shows em Buenos Aires. Esteve presente em meus primeiros passos como músico, me aconselhando e ensinando, também me presenteou com a minha primeira bateria. Sua música influenciou-me em todos os níveis. Sua dedicação, a sua capacidade criativa e a sua busca incessante pela excelência são os grandes exemplos que procuro seguir.

 

Curta Mais: Além de Astor Piazzolla, quais são suas principais referências musicais?

Daniel Piazzolla: Chick Corea, Miles Davis, John Coltrane e Charlie Parker.

 

Curta Mais: Quais são os grandes nomes do jazz da atualidade?

Daniel Piazzolla: Mark Turner (Saxofonista), Vijay Iyer (pianista), Gilad Hekselman (guitarrista), Avishai Cohen (contrabaixista), Brad Mehldau (pianista), Steve Coleman (Saxofonista), Ravi Coltrane  (Saxofonista e clarinetista), Chris Potter (Saxofonista), entre outros.

 

Curta Mais: O Escalandrum é um grupo de Jazz com um vasto repertório autoral. Vocês já se apresentaram em mais de 40 países e nos principais festivais de Jazz do mundo. Já foram indicados ao Grammy, tem dois prêmios Gardel, e recentemente, foram novamente indicados para a edição 2017 do Prêmio Gardel, com o álbum “ 3001 – Proyecto Piazzolla”, gostaria que falasse um pouco sobre a repercussão desse álbum na cena do Jazz.

Daniel Piazzolla: A resposta tem sido extraordinária. Alguns críticos e revistas de jazz apontam o trabalho como um dos melhores álbuns do ano. Os teatros estão sempre cheios, em alguns casos, com sessões extras. É um trabalho profundo — sem nenhuma modéstia —, que toca o coração de quem ouve.

 

Curta Mais: Qual a relação do Tango Argentino no repertório jazzístico do Escalandrum?

Daniel Piazzolla: É a base do nosso trabalho, especialmente do tango argentino moderno criado pelo meu avô.

 

Curta Mais: Elena quais são suas principais influências musicais?

Elena Roger: Em minha vida tenho ouvido de “ tudo um pouco”. Mozart, Schubert, Tchaikovsky, Charly Garcia, Queen, Kurt Weill e o repertório de cantoras como Piaf, Mina Mazzini, Barbra Streisand, bem como óperas e musicais.

 

ENTREVISTA COM ELENA ROGER

 

Curta Mais: O que acompanha e conhece da música brasileira?

Elena Roger: A voz de Caetano Veloso me encanta sempre. Tenho ouvido bastante bossa nova, embora tenha cantado somente uma vez alguns temas desse estilo. É uma pendência, uma lacuna em minha carreira, um estilo que espero abordar brevemente.

 

Curta Mais: Quais os nomes promissores da música argentina atual?

Elena Roger: Diego Schissi Quinteto, Lautaro Greco (Bandoneonista), Nicolás Guerschberg (Escalandrum), Nicolás Sorin, Marilina Bertoldi(cantora e compositora), Lula Bertoldi (cantora e guitarrista), entre outros.

 

Curta Mais: Você interpretou “Piaf” e “Evita”, na Broadway, além de vários outros papéis na Argentina e no Reino Unido. Tanto você quanto o Escalandrum têm uma sólida formação profissional e uma renomada carreira internacional. Como surgiu a ideia de montarem um espetáculo juntos?

Elena Roger: Ouvi o Escalandrum quando tocaram pela primeira vez na casa de Jazz Bird Land, em Nova York. Eu estava interpretando a Eva Perón, no musical “Evita” junto a Ricky Martin. Eles tocaram as músicas do álbum “Piazzolla plays Piazzolla” e a cantora Ute Lemper cantou “Los pajaros perdidos”, como convidada.

Fiquei enlouquecida com a música e a magia que acontece quando tocam, e veio a mim o desejo de interpretar Piazzolla com eles em algum momento. Este repertório sempre me chamou a atenção, mas não havia encontrado a banda ideal para fazê-lo.

Após o primeiro encontro, em que eles também conheceram meu trabalho, tivemos a oportunidade de nos apresentarmos juntos durante a abertura do Museu Mar, de Mar del Plata. Foi ao ar livre para cerca de 5 mil pessoas. Eu havia sido convidada para apresentar o repertório de Mina Mazzini, mas minha banda já tinha compromissos previamente assumidos em Buenos Aires. O produtor do evento sugeriu que eu me apresentasse com Escalandrum, que já tinha uma apresentação agendada. Eu amei a ideia e iniciamos escolhendo vários temas de Piazzolla e alguns de Mina Mazzini.

Nós encontramos pela primeira vez no dia do concerto. Tínhamos ensaiado separadamente. A passagem de som foi incrível. Muito fácil, sem problemas musicais ou pessoais. Uma Glória. E o concerto foi incrível também.  Ali nos demos conta que tínhamos um lindo projeto nas mãos, e agora com a gravação deste álbum e essa grande turnê que estamos fazendo, percebemos que não estávamos enganados.

 

Curta Mais: O que espera do público brasileiro, na turnê que percorrerá várias capitais?

Elena Roger: É a primeira vez que estarei em cena no Brasil, e sinto uma grande emoção. Acredito que será inesquecível e o público brasileiro vai amar o repertório.

 

Curta Mais: Quais são os seus projetos para o futuro?

Elena Roger: Além de continuar a turnê pelo mundo, tenho dois filmes para fazer no próximo ano, e um convite para me aventurar no teatro.

 

SERVIÇO:

ELENA ROGER E ESCALANDRUM apresentam 3001 — PROYECTO PIAZZOLLA (ARG)

Quando: 14 de junho, quarta-feira

Que horas: 20h

Onde: Teatro Sesi – Av. João Leite, nº 1.013, Setor Santa Genoveva, ao lado do Clube Antônio Ferreira Pacheco — Informações: (62) 4002-6213

Quanto: De R$ 120,00 — plateia inferior (centro) a R$ 40,00 — plateia superior — meia entrada

Ingressos: No site da EventBrite: migre.me/wxdEe

Mais Informações: (62) 3210-3634 / 9 9933-7522 — [email protected]

 

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